Ao final de todos os nossos textos de restaurantes aqui no blog, sempre respondemos à pergunta "voltaria?", cuja resposta não atesta necessariamente a qualidade do restaurante, mas sim se há algo nele que nos faria voltar. Às vezes é o ambiente incrível, ou um prato específico que nos maravilhou, ou mesmo opções do cardápio que não pudemos pedir, mas ficamos com vontade. Na hipótese de a resposta ser negativa, os motivos também podem ser variados. No caso do Edo Zushi, que nós visitamos em 2014 (em texto que pode ser lido
aqui), ambos respondemos que não voltaríamos, e os motivos apontados foram estes: "todos os problemas de atendimento, mais a "muvuca" que se formou, mais o fator "preço" nos levam à conclusão de que não voltaríamos ao Edo Zushi". Acontece que meu irmão estava com vontade de visitar o lugar, então decidimos deixar de lado nossa "promessa" de não voltar, e fizemos uma segunda visita, dessa vez na agradável companhia do senhor Carlos Augusto, vulgo Boto.
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Vulgo Boto, Fidalga Chris e Plebe Fê
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Em relação à fachada e ambiente, as coisas permanecem bem parecidas. Lagos com carpas, sofás, mesas de madeira e um lindo e grande aquário, que fica no salão principal, onde ficamos da primeira vez. Dessa vez decidimos ficar no antessalão (se existe antessala, deve existir antessalão), que estava vazio em uma noite de terça-feira. Assim que sentamos recebemos o cardápio, o que já traz uma mudança em relação à visita anterior: a casa aparentemente abandonou o sistema de bufê, ao menos no jantar. Outra coisa importante de saber é que a casa NÃO TRABALHA COM RODÍZIO. Perdão pela indelicadeza da caixa alta, mas existe uma aviso enorme, logo na entrada, com essa informação, e mesmo assim teve gente que entrou querendo saber se tinha rodízio.
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Chris e Fê vão papar
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Chris e Boto vão papar
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Chris e Boto vão papar por outro ângulo
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Fê e Boto Brabo vão papar
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Outra benvinda mudança é que agora o restaurante oferece um mimo aos clientes, o missoshiro, que é uma sopinha de missô, ótima para abrir o apetite. Estava gostosinha que só, muito bem temperada, e não vem cobrada ao final. Ou seja, não precisa ficar com medo, pode aceitar.
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Vem ni mim sem medo
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O cardápio vem à mesa plastificado, com apenas duas páginas. De um lado os combinados da casa, além do que eles chamam de "aperitivos favoritos", todos com fotos. Do outro lado as entradas frias, entradas quentes, sushis, sashimis, pratos quentes, temakis, etc, sem fotos. Visualmente ele não combina muito com o ambiente - e com os preços - da casa, é um tanto tosco. Eu, que não sou um grande fã de menus virtuais, no caso do Edo acho que seria interessante, pela quantidade de opções diferentes, muitas vezes desconhecidas da maioria das pessoas. Sem preocupação de espaço, daria para colocar fotos de todas as opções, além de ser mais fácil incluir os produtos sazonais, que não estão disponíveis o ano todo. Réxitéguificaadica.
Camarão sempre é uma boa maneira de começar qualquer coisa, então escolhemos um dos "aperitivos favoritos", o Spicy Rock Shrimp & Shimeji (tempurá de camarão e shimeji negro envoltos em molhos especial levemente picante, R$ 44,90). É preciso primeiro dizer que veio mais shimeji do que camarão, o que não é exatamente um problema. Acho até que shimeji fica melhor no tempurá do que o camarão (talvez a Chris discorde de mim). Mas o fato é que estava uma delícia, com o "levemente picante" da descrição sendo levado a sério, o que significa que não estava agressivo, não escondeu o sabor dos ingredientes. Além disso, estava muito crocante. Esse coisinho branco/transparente que aparece na foto abaixo é um salgadinho comestível, embora pareça isopor. Foi totalmente ingerido também, junto ao delicioso shoyu que fica disponível na mesa.
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Tempurá com coisinho branco
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Em relação ao shoyu que fica na mesa, vale apontar que é possível pedir outros molhos, que também não são cobrados. Quer dizer, não sei se é possível pedir "outros molhos", assim no plural, mas sei que a Chris pediu tarê, que ela adora, e ele veio. Talvez outros também venham, caso solicitados.
Para o prato principal, decidimos escolher um dos combinados. Quase todos eles tem versões para uma e duas pessoas. Como já tínhamos comido o missoshiro e uma entrada, achamos que um combinado para duas pessoas seria suficiente para nos satisfazer (e de fato, foi). São nove tipos diferentes de combinados, mas eu e meu irmão encasquetamos que queríamos comer ouriço-do-mar, que nunca tínhamos comido. Por conta disso, nossas opções caíram para duas. Uma delas custava R$ 499,90. A outra custava R$ 329,90. Claro que escolhemos essa mais baratinha, quase o preço de um PF.
O nome do nosso combinado era Tokujo Gold + Mini Carpaccio Branco (50 peças mais carpaccio, R$ 329,90). O primeiro a chegar à mesa foi o mini carpaccio branco, com o peixe encimado por um tantinho de bottarga (ovas de tainha), gergelim e cebolinha. Uma delícia, com a bottarga trazendo um salgadinho muitíssimo benvindo. Pena que vieram só cinco, e como somos todos muito educadinhos, ficou um pedacinho esperando para ser comido até quase o fim da noite, o famoso "deixa-que-eu-deixo".
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Um pra você, um pra mim, outro pra mim, mais dois pra mim
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Nosso combinado Tokujo Gold (Tokujo, pelo que pesquisei agora, significa "Ninja Alto Especial", quem é fã de Naruto já deve saber) veio com treze qualidades diferentes de itens, a maioria em duplas, alguns em quintetos e dois em octetos. Antes de falar sobre cada um, vamos lembrar os conceitos: niguiri é aquele compridinho, de arroz compactado com o ingrediente por cima, sem alga; hossomaki é o sushi com a alga por fora; uramaki é o sushi invertido, com a alga por dentro; gunkan é aquele em que o recheio fica por cima, e não no meio; e sashimi é a fatia fina do peixe ou fruto do mar. Pois bem, começando pelos octetos: oito hossomakis de atum e oito harumakis de salmão. Quintetos: cinco sashimis de atum, cinco sashimis de salmão, cinco sashimis de pargo e cinco sashimis de polvo. Duplas: dois gunkans de uni (ouriço-do-mar) com ovas de salmão, dois niguiris de polvo, dois niguiris de vieira, dois niguiris de atum, dois niguiris de camarão, dois niguiris de robalo e dois niguiris de salmão. Além disso, vem também um pouco de wasabi (tempero em pasta tipicamente japonês), salsa crespa, chuchu em tiras finas e shiso (erva que lembra hortelã).
O que temos para julgar quando quase tudo o que comemos está cru e sem tempero? A apresentação, o cuidado nos cortes e, principalmente, a qualidade dos ingredientes. E a verdade é que não há muito o que reclamar de nenhum desses três quesitos. Estava tudo muito fresco, brilhante, nenhum ingrediente com aquela aparência "cansada" - um problema que acomete muitos restaurantes japoneses. O pargo com um toque de limão foi um dos destaques. O atum estava incrível, e nos perguntamos como pode o tal do atum bluefin (que fazia parte do combinado que custava quinhentos mangos) ser ainda melhor do que isso. Chris adorou o niguiri de camarão, obviamente, já que é tiete do crustáceo. O sashimi de polvo, que nunca tínhamos comido, foi uma agradável surpresa, com sua textura firme, e muito gosto de mar (Chris não comeu, porque o amor que dedica aos crustáceos encontra sua antítese no que tange aos moluscos). Os hossomakis e uramakis estavam muito bem montados, não se despedaçavam quando eram pinçados com os hashis. Os niguiris estavam perfeitos também. E o desejado ouriço-do-mar, que eu e meu irmão tanto queríamos comer, ainda permanece uma incógnita. Ambos sentimos um pouco de amargor, e gosto de mar. Mas acho que precisamos de mais provas para chegar a um conclusão definitiva sobre o bichinho - que Chris abdicou de experimentar em nosso benefício, já que só havia duas unidades.
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Uma imagem bonita, mas pode doer (no bolso)
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Nem assim pro Sméagol parar de olhar pro anel (na camiseta, pô)
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Da outra vez que visitamos o Edo, só havia uma opção de sobremesa. Ficamos muito satisfeitos em saber que esse número dobrou: agora são duas! Como uma delas era apenas "gelato da casa", escolhemos o Brownie Chocoretto com Gelato da Casa (duas bolas de sorvete da casa, uma de chocolate e uma de baunilha, com cobertura de chocolate sobre brownie, R$ 35,90). Não é lá das mais criativas, mas não dá pra negar que estava bom, sorvete muito cremoso, brownie saboroso, boa combinação de sabores.
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E o pote, gente, que lindeza, dá ganas cleptomaníacas na pessoa
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Um dos principais problemas em nossa outra visita foi o serviço, confuso e demorado em alguns momentos. Não tivemos esse problema agora. Garçonetes muito novas (acho que nenhuma viu o Brasil ser campeão do mundo de futebol), simpáticas, solícitas e com as explicações bem decoradinhas. Meu irmão perguntou pra uma delas se ela tinha comido determinada coisa, e a resposta foi não. Penso que, ao contratar, não custa nada fazer as moças experimentarem os principais produtos, para falarem sobre eles com mais propriedade, né? Havia um funcionário mais experiente para as dúvidas mais complexas - que sempre surgem com aqueles nomezinhos complicados, ou mesmo pra saber o que era cada coisa em nosso "bandejão".
Outro dos principais problemas em nossa outra visita foi o preço. Esse, lamento dizer, permanece sendo um problema. Sim, é tudo de alta qualidade, sim, é tudo gostoso, sim, é tudo bonito. Mas a bandeja para três pessoas custa 330 pedaços da alma - e nem escolhemos a mais cara. Quando a gente compara com outros lugares em que já estivemos, notamos que é um nível acima, mas não para tanto. E acho que esse foi o principal motivo que fez eu e Chris decidirmos - pela segunda vez - que não voltaríamos ao Edo Zushi. E dessa vez a gente tem (quase) certeza de que é definitivo.
AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):
Ambiente(2): 7 e 8
Serviço(2): 8 e 7
Entrada (2): 6 e 7
Prato principal (3): 6 e 8
Sobremesa(2): 5 e 6
Custo-benefício(1): 4 e 5
Média: 6,16 e 7,08
Voltaria?: Não e não
Serviço:
Rua Santa Elza, 250 - Vila Adyana - São José dos Campos - São Paulo
Obs: fica na rua do Gogó da Ema, virando à direita na Av. Adhemar de Barros
Telefone: (12) - 3911-5772 - Whatsapp (12) 98841-5135
Site:
http://www.edozushi.com.br/Facebook: @edozushi
Instagram: @edo_zushi
Não curto comida japonesa. No entanto, a beleza dos pratos encanta os olhos e a descrição deles atiça o paladar. Devem existir opções pra quem não gosta de peixe cru. Quem sabe Chris Felipe e Boto voltem mais uma vez.
ResponderExcluirEu super curti o texto, amo comida japonesa e nunca fui no aefo Sushi.
ResponderExcluirPode até doer no bolso, mas deu regallo aos olhos...
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