Não é muito comum revisitarmos restaurantes, já que preferimos conhecer lugares novos. Se tivéssemos o hábito dinheiro de sair pra jantar fora mais vezes, talvez repetíssemos restaurantes com mais frequência. Mas sou muito fã da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, cujos associados oferecem uma receita especial no menu, que muda a cada ano, e que presenteia aquele que a pedir com um prato decorativo pintado à mão. E finalmente a cidade de São José dos Campos, em que habitamos, tem um restaurante que faz parte da associação. Para aumentar ainda mais nosso desejo de retornar à Risoteria Villa Lobos, tivemos as retumbantes companhias de meu irmão Boto, minha mãe Regina e nossa grande amiga Edna para essa revisita mais do que especial.
Fui reler meu texto de 2016, quando visitamos o lugar pela primeira vez (você pode ler aqui), e, olhando as fotos, percebi que houve poucas mudanças, de maneira geral, no restaurante. Mas fica bastante clara a opção por mais sobriedade, um pouco menos de cor, o que já pode ser notado no próprio logotipo do restaurante (vou colocar mais abaixo o logotipo antigo, para comparação). Essa paleta mais sóbria também se reflete nas cadeiras e nas paredes, já que os quadros que antes enfeitavam o salão principal agora foram deslocados para um ambiente mais fechado, que parece ser usado para eventos. Nada que desabone, acho que é apenas um ajuste baseado nos frequentadores do local. Tínhamos duas fumantes no grupo, e é importante ressaltar que é permitido fumar nas mesas do lado de fora (ao menos a garçonete nos disse isso, apesar das placas indicarem o contrário), mas não fizemos essa opção por conta da friaca do inverno joseense. Ficamos instalados em um bela mesa redonda, logo na entrada do restaurante.
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As Cavaleiras da Távola Redonda (os dois rapazes eu não sei quem são) |
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Aquela selfie que quase desenselfa |
Apesar de termos feito um troca-troca de sabores, com todo mundo experimentando os pratos de todo mundo, vou me ater aqui à apreciação dos pratos solicitados por mim e pela Chris, para que esse texto não fique colossalmente grande, já que, como se poder perceber, o escriba tem uma tendência quase patológica de se estender demais em certas explicações, e vai colocando vírgulas e mais vírgulas, sem nunca chegar ao ponto. Feita a auto-depreciação, vamos falar das nossa entradas.
Para essa parte da refeição o restaurante apresenta algumas opções bem italianas (bruschettas, polenta com linguiça), além de um tartar de salmão (R$79,90) e um vinagrete de polvo (R$79,90). Mas não foi nada disso que escolhemos. Fomos de Pães e Antepastos (fatias de pães de fermentação natural acompanhadas de trio de antepastos, R$ 34,90) e Burrata (burrata fresca com tomates sweet confit, pesto de manjericão e balsâmico, R$ 79,90). Começando pelos pães, estavam crocantes e muito saborosos (inclusive pedimos um cestinho extra por mais R$13,90). O trio de antepastos veio escalado com patê de azeitonas, patê de cogumelos e manteiga cítrica. Apesar dos patês muito bons, o destaque era a manteiguinha cítrica, deliciosa (dá pra comer pura, com o perdão dos cardiologistas). A burrata também estava uma delícia, com excelente proporção do pesto e da redução de balsâmico. Já os tomatinhos acho que poderiam vir em mais quantidade, posto que estavam saborosíssimos.
Para essa parte da refeição o restaurante apresenta algumas opções bem italianas (bruschettas, polenta com linguiça), além de um tartar de salmão (R$79,90) e um vinagrete de polvo (R$79,90). Mas não foi nada disso que escolhemos. Fomos de Pães e Antepastos (fatias de pães de fermentação natural acompanhadas de trio de antepastos, R$ 34,90) e Burrata (burrata fresca com tomates sweet confit, pesto de manjericão e balsâmico, R$ 79,90). Começando pelos pães, estavam crocantes e muito saborosos (inclusive pedimos um cestinho extra por mais R$13,90). O trio de antepastos veio escalado com patê de azeitonas, patê de cogumelos e manteiga cítrica. Apesar dos patês muito bons, o destaque era a manteiguinha cítrica, deliciosa (dá pra comer pura, com o perdão dos cardiologistas). A burrata também estava uma delícia, com excelente proporção do pesto e da redução de balsâmico. Já os tomatinhos acho que poderiam vir em mais quantidade, posto que estavam saborosíssimos.
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Muito pouco pão pra quem tem Dona Regina na mesa |
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Que burrata, dá zero pra ela |
"Para os pratos principais a estrela é a feijoad...mentira, mentira, claro que tem risoto de monte para escolher". O trecho anterior está entre aspas porque é um copia-e-cola da piada que eu fiz no texto de 2016 sobre o cardápio da Risoteria. Reciclagem é importante, temos que preservar o planeta de novas piadas infames. Melhor repetí-las. Pois bem, os risotos são separados em "da estação", "tradicionais" e "especiais". Há também duas opções de massas e uma seção chamada "Outras especialidades", com cinco pratos - embora três deles também tragam risoto na concepção. Algo interessante, e raro de se ver, é que o próprio cardápio traz a informação de que é possível fazer troca de acompanhamentos, e já lista as quatro possibilidades disponíveis para troca: salada de folhas, batatas fritas, linguini alho e óleo e legumes salteados. Ou seja, quem não gosta muito de risoto, tal qual minha mãe, consegue se virar bem.
Chris foi nos Risotos Especiais, escolhendo o Risoto de Salmão Gravlax (risoto de arroz carnaroli, com salmão curado, limão siciliano e finalizado em azeite de manjericão, R$109,90). Veio bem bonitinho, com o salmão gravlax formando como que uma flor. O gravlax é uma receita escandinava que consiste em marinar o salmão cru em sal, açúcar e especiarias. Chris adorou o peixe, mas poderia vir um pouco mais. O risoto estava no ponto certo e bem temperado, com boa presença do limão, mas ela achou um pouco enjoativo quando chegou ao final.
Eu escolhi o Prato da Boa Lembrança, que era o Confit de Pato (coxa e sobrecoxa de pato confitada a baixa temperatura servido com risoto de pêra caramelizada e molho de porcini, R$159,90). Começando pelo pato, estava macio, saboroso e com a pele levemente crocante. O risoto de pêra, se fosse pra comer só ele, estava um tanto doce, mas equilibrava bem com o gostoso molho de cogumelo, que poderia ter vindo em mais quantidade. A garfada completa tinha bastante contraste. O tamanho da porção foi perfeito. Em nossa primeira visita, comi em um prato que parecia um vaso, uma coisa enorme, vou até colocar a foto aí abaixo como curiosidade. Com certeza foi feito um ajuste nesse quesito, porque achei todos os pratos bem porcionados.
Existem cinco opções de sobremesa, sendo três de inspiração francesa (dois petit gateau e um creme brulê) e duas de inspiração italiana, que foram as que escolhemos. Chris optou pelo Affogatto (sorvete de baunilha finalizado com shot de café espresso, R$29,90). Não tem como ser muito bonito, porque o café quente derrete o sorvete, deixando a apresentação prejudicada. Mas obviamente que a Chris curtiu, bastante gosto de café, com o contraste do sorvete de baunilha de boa qualidade.
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Prejudicada na feição, porém satisfatória no palato |
Eu, que já ando meio sacudo de petit gateau e creme brulê, optei pelo Semifredo de Chocolate Branco (chocolate branco, leve toque de maracujá e redução de vinho do porto, R$34,90). A descrição não diz, mas o semifredo vem também com uma farofinha de nozes por cima. Apresentação jeitosa, com algumas flores comestíveis para enfeitar (e comer!), e conjunto agradável, sem ser muito doce, bem equilibrado. Poderia vir um pouco mais da redução de vinho do Porto que eu não reclamaria.
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"Sacudo de petit gateau", disse o Seu Zé de Elencar |
Observação importante: apesar de eu ter mencionado, muito mal-educadamente, que estou sacudo de petit gateau, experimentamos os dois do cardápio, que foram pedidos pelas outras pessoas da mesa, e ambos estavam muito bons. Dá pra pedir sem medo - mesmo estando sacudo.
Eu, meu irmão e Chris passamos a noite tomando Session IPA da Eisenbahn (R$14,90, 355ml), que foi colocada num baldinho com gelo. Minha mãe tomou um belo Gin Tônica (R$39,90), e Edna tomou suco natural (a partir de R$17,90).
Quem gosta de formalidades no serviço deve passar longe da Risoteria Villa Lobos. As garçonetes e o garçom são espontâneos e brincalhões, assim como o maitre, que entra nas brincadeiras. Mas não se preocupe, não é nada intrusivo, você não vai se sentir em um acampamento de férias. Nós preferimos mil vezes a espontaneidade do que o engessamento e as mesuras excessivas. Até porque o serviço é eficiente, com os funcionários sempre atentos e com os tempos de entrega dos pratos bem dentro do esperado. Pedimos cinco pratos principais ao mesmo tempo, todos chegaram juntos, e nenhum chegou frio. Isso indica boa organização na cozinha. Para ajudar, minha mãe ganhou um Gin Tônica de brinde, já que a garçonete ficou fã dela, só faltou pedir autógrafo. E, para ajudar ainda mais, ganhamos um petit gateau extra. A garçonete, sincerona, falou que foi uma pequena confusão na cozinha, fizeram um a mais, e resolveram trazer para nós. Ah, se toda pequena confusão na cozinha resultasse em um petit gateau de cortesia...
Já é nossa segunda visita ao Risoteria Villa Lobos, e mais uma vez foi uma experiência bastante agradável, ajudada, dessa vez, pelas nossas companhias. Se você se atentou aos preços, percebeu que não se trata de um lugar barato. Reles mortais trabalhadores como nós não podem ir toda semana, sob o risco de insolvência. Isso, aliado ao fato de que o restaurante não apresentou tantas novidades em relação à nossa visita de 2016, nos fez decidir que não faríamos uma nova visita ao Risoteria Villa Lobos. As duas que fizemos já nos deram um ótimo panorama da cozinha da casa, que faz muito bem feito aquilo a que se propõe. Pensando bem, talvez um novo Prato da Boa Lembrança bem apetitoso até nos fizesse mudar de ideia...
Eu, meu irmão e Chris passamos a noite tomando Session IPA da Eisenbahn (R$14,90, 355ml), que foi colocada num baldinho com gelo. Minha mãe tomou um belo Gin Tônica (R$39,90), e Edna tomou suco natural (a partir de R$17,90).
Quem gosta de formalidades no serviço deve passar longe da Risoteria Villa Lobos. As garçonetes e o garçom são espontâneos e brincalhões, assim como o maitre, que entra nas brincadeiras. Mas não se preocupe, não é nada intrusivo, você não vai se sentir em um acampamento de férias. Nós preferimos mil vezes a espontaneidade do que o engessamento e as mesuras excessivas. Até porque o serviço é eficiente, com os funcionários sempre atentos e com os tempos de entrega dos pratos bem dentro do esperado. Pedimos cinco pratos principais ao mesmo tempo, todos chegaram juntos, e nenhum chegou frio. Isso indica boa organização na cozinha. Para ajudar, minha mãe ganhou um Gin Tônica de brinde, já que a garçonete ficou fã dela, só faltou pedir autógrafo. E, para ajudar ainda mais, ganhamos um petit gateau extra. A garçonete, sincerona, falou que foi uma pequena confusão na cozinha, fizeram um a mais, e resolveram trazer para nós. Ah, se toda pequena confusão na cozinha resultasse em um petit gateau de cortesia...
Já é nossa segunda visita ao Risoteria Villa Lobos, e mais uma vez foi uma experiência bastante agradável, ajudada, dessa vez, pelas nossas companhias. Se você se atentou aos preços, percebeu que não se trata de um lugar barato. Reles mortais trabalhadores como nós não podem ir toda semana, sob o risco de insolvência. Isso, aliado ao fato de que o restaurante não apresentou tantas novidades em relação à nossa visita de 2016, nos fez decidir que não faríamos uma nova visita ao Risoteria Villa Lobos. As duas que fizemos já nos deram um ótimo panorama da cozinha da casa, que faz muito bem feito aquilo a que se propõe. Pensando bem, talvez um novo Prato da Boa Lembrança bem apetitoso até nos fizesse mudar de ideia...
AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):
Ambiente(2): 8 e 8
Serviço(2): 7 e 8
Entrada (2): 8 e 7
Prato principal(3): 7 e 8
Sobremesa(2): 7 e 7
Custo-benefício(1): 7 e 7
Média: 7,33 e 7,75
Voltaria?: Não e não
Serviço:
Av. Heitor Villa Lobos, 841 - Vila Ema, São José dos Campos - São Paulo
Telefone: (12) 3922-0505
Site: http://www.vlobos.com.br/
Instagram: @risoteriavlobos
Adorei o texto, o restaurante, a comida e, principalmente, a companhia.
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