A ponte que leva ao restaurante |
O restaurante fica na saída da cidade, instalado em uma pequena usina hidrelétrica ainda em funcionamento (por isso o nome Kraftwerk). Embora sua entrada seja discreta, seu salão todo envidraçado tem vista privilegiada para o Rio do Peixe, que aliás é bem agitado neste trecho. Nos sentamos junto às janelas, e é uma pena que as vigas de madeira fiquem bem na altura dos olhos de quem está sentado, atrapalhando um pouco a visão. Ainda assim, não é todo dia que se tem uma refeição em um restaurante com vista para um rio. Achamos as mesas muito próximas umas às outras. Também há mesas do lado de fora do salão, mas estas infelizmente já estavam ocupadas. Aliás, fizemos a visita em um domingo, e o lugar estava bem cheio. Chris se incomodou um pouco com as mulheres todas emperequetadas como se estissem num jantar de gala, enquanto ela estava vestida mais informalmente, como aliás parecia mais adequado ao ambiente.
O Rio do Peixe (porque do passarinho é que não podia ser) |
Para abrir os caminhos, nos foi trazido um pequeno couvert, composto de torradinhas com patê e algumas uvas (?!). Macaco velho, perguntei se era cortesia, e após a afirmativa degustamos o agrado, que era aprazível.
A raposa e as uvas |
Para as entradas propriamente ditas, e pagas, não havia nada muito diferente, então pedimos os croquetes de salmão à milanesa (R$ 35), acompanhados de dois chopps (350ml, R$ 11 cada). Consistência boa dos croquetes, cremosos e molhadinhos (isto está ficando um pouco erótico, não?), mas faltou um pouco mais de sabor, ou ao menos de um molho gostoso para acompanhar. Para piorar encontramos duas espinhas, uma pra cada, para ficar democrático. Espinha em bolinho é sacanagem. Mas adoramos os espremedores de limão individuais, uma ótima sacada para evitar a sujeirada que um limão é capaz de fazer no contribuinte, especialmente se ele for assim, digamos, eu.
É a cara de alguém que come e não se lambuza |
Chris escolheu como prato principal o filé de côngrio rosa com legumes e batata souté (R$ 59). A apresentação em um prato escuro salientou bem o colorido das cenouras fatiadas, do brócolis e das batatas. "Enfeitando" o prato, como se fosse uma vela de um barco, ainda havia chip de algum legume que não conseguimos indentificar, porque não tinha gosto de nada. Aliás, o vaticínio da Chris foi sem rodeios: "Tá tudo meio sem graça", ela disse. O pedaço de peixe, generoso, só ganhou graça quando a Chris chegou na parte em que havia um pouquinho de um molho espesso de alho. Foi pouco para convencê-la. Ah, sim, espinhas de peixe também fizeram parte da experiência.
"Rimas de ventos e velas, vida que vem, que vai" |
Eu escolhi o salmão grelhado ao molho de caviar e dry martini sobre espaguete (R$ 67). Isso mesmo, o molho era feito de ovas de peixe junto com o famoso drinque do James Bond. O sabor agressivo me assustou um pouco no início, mas depois até que peguei gosto pela coisa. O molho verde-claro, com o adendo de pedaços de manga nos cantos, encimados por tomate, tudo sobre um prato negro formaram um quadro meio kitsch. Aliás, as mangas fizeram um contraponto interessante ao molho. Ao final gostei do prato, embora tenha achado a porção farta demais, talvez um só filé de salmão fosse suficiente.
"Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores" |
Como eu ainda teria uma viagem de volta dirigindo, paramos com o choppinho durante as refeições, e apostamos nos sucos. Chris foi de clorofila (eu também não sabia que isso existia) e eu de limonada suíça (R$ 9 cada), ambos muito bem feitinhos.
Limonada suíça, clorofila e outras coisas estranhas |
Para a sobremesa escolhemos o strudel com sorvete de nozes e chantili (R$ 13). Apresentação divertida, com um catavento sobre o sorvete e alguns confeitos coloridos sobre o chantili. Mas a rapidez com que chegou, e a consistência murcha da torta de maçã, levam a crer que foi esquentado no microondas. Para piorar estava muito quente. Com modo irônico ligado, eu daria a dica para colocar uns 30 segundos a menos no micro. O sabor também não encantou, perfazendo então uma sobremesa pífia. Só o sorvete de nozes se salvou, e a apresentação.
Murcho e sem gosto, mas bonito |
O serviço não teve grandes problemas, mas também não encantou. Todavia, mesmo com o salão cheio, conseguiu se manter atento durante toda nossa refeição. Houve uma diferença de alguns minutos entre a entrega do meu prato principal e o da Chris, o que me fez, como bom cavalheiro que sou, ficar olhando para o meu prato sem poder comer, à espera de que o dela chegasse. Também se esqueceram de trazer o meu garfo. Ao pedirmos para o garçom tirar uma foto ele tirou quatro! Não sei se isso conta a favor ou contra.
Com pratos principais girando em torno de sessenta reais, dificilmente um casal sai do Kraftwerk sem gastar ao menos duzentos reais, para uma refeição completa. E a verdade é que, em nossa experiência, a relação custo-benefício não foi das melhores. Nenhuma das três etapas da refeição nos satisfez plenamente, e mesmo com o serviço competente e a bela vista, ambos concluímos que não voltaríamos ao restaurante. Que Frei Bruno nos perdoe.
AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):
Ambiente(2): 7 e 7,5
Serviço(2): 6 e 7
Entrada(2): 5 e 6
Prato principal(3): 4 e 7
Sobremesa(2): 4 e 4
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 5,08 e 6,33
Voltaria?: Não e não
Serviço:
Rodovia SC-303, Km 1 - Joaçaba - Santa Catarina
Telefone: (49) 3521-2626
Site: http://www.kraftwerkrestaurant.com.br/
Facebook: https://pt-br.facebook.com/KraftwerkRestaurante
Achei o lugar lindo, mas... comida azul...nunca tinha visto. Bem estranho! Também aquele chip de legume não identificado foi esquisito. Louças pretas não gosto.
ResponderExcluirNão fui e não vou.
O blog é legal porque ajuda quem visita a cidade e o restaurante.
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