No meio da estrada escura tinha um restaurante |
Diz-se que a vista da serra que se descortina do restaurante é muito bonita, mas infelizmente à noite não deu para perceber. Fica a dica a quem quiser visitar, para ir de dia. O salão tem formato quadrado, e as paredes são todas de vidro, justamente para que não se perca o visual que perdemos por ser de noite ( eu já disse isso?). A cozinha também tem uma janela de vidro, e dá para ver os cozinheiros trabalhando. Apesar de o salão ser pequeno, há uma boa distância entre as mesas. O que perdemos em visual ganhamos em clima, já que a lareira estava acesa, amenizando um pouco o friozinho da região. Pena que as cadeiras não eram muito confortáveis. É importante fazer reserva, já que o lugar é pequeno, e mais importante ainda é comparecer depois de feita a reserva. Na noite em que lá estivemos havia uma mesa reservada para quatro pessoas, e elas não compareceram, o que, convenhamos, é uma puta sacanagem.
A lareira, a Chris, a cozinha à direita |
O caixotinho de vidro |
Sempre é gostoso começar a noite gastronômica com um mimo, e isso deveria ser praxe em restaurantes de alta gastronomia. Aí, mesmo que paguemos caro no final, a gente pensa "poxa, mas teve aquela cortesia". Tá, não funciona se o resto da noite for um desastre. No Babel a gente recebeu uma colherzinha cada (meio parecida com a do programa The Taste), com queijo, tomate e manjericão. Delicado e bem gostoso.
O mimo ao estilo The Taste |
Para as entradas o cardápio lista opções para comer sozinho e opções para compartilhar. Escolhemos uma para compartilhar, mais precisamente o queijo brie à milanesa com molho picante de goiabada (R$ 42). Embora não constasse na descrição, também vieram fatias de pão frito. Não gostamos muito da apresentação, pareceu que uma criança tinha montado o prato tentando deixar bonitinho - sem sucesso. O brie e o pão frito estavam bons, mas o tal molho picante de goiabada não picou a gente. Se o cardápio descreve o molho como "picante" e o sujeito pede assim mesmo, porque ter medo de o deixar picante de fato? Acabou ficando sem graça.
Exagerei, ou é meio amontoadinho? |
Para os pratos principais o cardápio lista nove opções, todas elas com nomes que remetem a cenários e paisagens da região, como "Alcantilado", "Agulhas Negras" e "Vale do Pavão". Não sabemos se é uma regra, mas na noite em que lá estivemos também havia um prato adicional, que não constava no cardápio. Nenhum prato custa menos de sessenta reais. Há também opção de menu-degustação, por R$ 185 por pessoa.
Chris escolheu o Santa Clara (filé de truta salmonada com arroz negro e pupunha ao molho de limão siciliano e crisp de alho poró, R$ 68). Apresentação trivial, com o crisp de alho poró por cima do filé, este por cima do arroz, e o molho por baixo de tudo. Chris achou o molho de limão muito forte, mas quando dava uma garfada sem ele a comida ficava muito seca. Ela também experimentou o arroz sozinho, e achou meio sem graça. O crisp de alho poró estava bom e deu crocância ao prato, mas foi insuficiente para convencer a Chris.
Uma sombra (de dúvida) sobre o prato |
Minha escolha foi o Alcantilado (stinco de cordeiro ao mel e especiarias com polenta trufada e lascas de cebola assadas, R$ 80). Apresentação bem pobrezinha, achei que faltou uma corzinha, para dar uma embelezadinha. As cebolas assadas estavam na descrição do prato, mas achei que houve um problema de proporção, já que vieram poucas, e acabaram muito rapidamente. A polenta e o cordeiro ficaram sem esta companhia tão agradável em boa parte da refeição. Nunca tinha comido stinco, que vem a ser a canela do cordeiro. A carne estava macia, soltando do osso, e tinha bom sabor, com o molho de mel não o deixando muito adocicado (Chris provou e não concordou com esta afirmação). A polenta também estava gostosa. Mas achei que, além de mais cor e mais cebola, também faltou um pouco de molho, a comida acabou ficando seca. Mas, como dito, os sabores eram bons.
Mais cor e mais cebola, por favor |
Para a sobremesa escolhemos o Mix de Sobremesas da Chef Dani Keiko (tiramissu, mousse de maracujá, torta de chocolate e creme brulê, R$ 33). Depois de três pratos com apresentações fracas, gostamos muito dessa aqui, especialmente por conta dos recipientes usados para acomodar os doces. O tiramissu, por exemplo, veio em uma canequinha de café. Quanto aos sabores, eu gostei da torta, do mousse e do brulê, e achei o tiramissu meio sem graça. Chris gostou do brulê, mas não se afeiçoou muito das outras.
Bonitinho demais da conta |
Acompanhamos a refeição com cerveja. Tomamos uma Therezópolis Gold (600ml, R$ 19,70) e uma long neck de uma pilsen local, chamada Serra Gelada (R$ 16,50). Ambas vieram geladinhas, e no caso da Therezópolis o copo utilizado tinha a marca da cervejaria.
O serviço foi correto. O salão bem pequeno facilita a vida dos dois garçons, um homem e uma mulher, que se mantiveram atentos. Os pratos chegaram rápido, e até podemos dizer que, no caso do prato principal, chegaram rápido demais. A gente mal havia acabado de degustar a entrada. A retirada das louças e talheres sujos passou pelo "teste do cigarro", que se consiste na equipe retirar os pratos enquanto a gente sai pra Chris fumar. Um detalhe curioso é que não foi oferecido café ao final da refeição, o que é praxe em qualquer restaurante. Por outro lado, o banheiro tinha um sabonete de café. Deve ser pra compensar. Outro detalhe importante é que o restaurante não aceita nenhum cartão para pagamento. O cliente pode pagar com dinheiro, cheque ou fazer uma transferência bancária posterior, cujos dados já são entregues junto com a conta ao final.
Tivemos uma noite agradável, mas que não nos encantou gastronomicamente. Como deu para perceber, os preços também não são o que se pode chamar de amigáveis. O cardápio tem opções interessantes, e muitas delas nos chamaram a atenção antes de fazermos nosso pedido, mas a degustação em si se mostrou um pouco decepcionante. Ambos achamos que poderia ser interessante visitar o restaurante de dia, com a vista da serra, mas nossa experiência noturna nos levou à conclusão de que não voltaríamos ao Babel. E a estrada cheia de buracos é a menos culpada por essa decisão.
AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):
Ambiente(2): 6 e 7
Serviço(2): 6 e 7
Entrada(2): 6 e 6,5
Prato principal(3): 5 e 7
Sobremesa(2): 4 e 7,5
Custo-benefício(1): 4 e 6
Média: 5,25 e 6,91
Voltaria?: Não e não
Serviço:
Estrada do Vale do Pavão, sem número - Distrito de Visconde de Mauá - Resende - Rio de Janeiro
Telefone: (24) 99999-8121/99977-0152
Site: http://www.babelrestaurante.com/
Facebook: https://www.facebook.com/babelviscondedemaua/?fref=ts
C ta pior q o "Ranza" kkk vou transferir o nome kkk
ResponderExcluirEstive em Visconde de Mauá e vi a estradadinha que leva ao Vale do Pavão. Não me arrisquei nem de noite, nem de dia.
ResponderExcluirAchei o Babel muito fechado, realmente um caixote de vidro.
Mesmo que gostasse da comida, não gostaria do ambiente.
Achei interessante o compartilhamento das entradas e a cortesia da colher.
Mesmo assim, acho que não vou.