Mostrando postagens com marcador linguiça. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador linguiça. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Voilà! Bistrot (Paraty - RJ) - 12/12/2015

Embora eu nunca tenha ido à França, já li mais de uma vez que por lá os bistrôs são restaurantes pequenos, com comidas e bebidas a preços acessíveis. Bem, certamente não é o que se vê no Brasil. Tanto que quando eu disse à Chris que, em nossa visita a Paraty, iríamos ao restaurante Voilà! Bistrot, ela já me disse algo como "ixi, lá vem você com seus restaurantes carões". E ela não estava errada.

O Voilà! tem a seu favor o fato de ter uma estrela no Guia Quatro Rodas. Muito embora eu acabe de descobrir, para minha imensa tristeza, que o guia deixará de existir no ano que vem, por enquanto ainda é uma chancela respeitada. Tanto que em geral os restaurantes fazem questão de exibir a certificação de maneira bem visível aos clientes. O restaurante, ou "bistrô', fica dentro da Pousada Caminho do Ouro, e chegamos lá em um sábado chuvoso, por volta de oito da noite.

Não conta pra ninguém, mas esta foto é de quando saíamos

Quando entramos o pianista tocava Pink Floyd, o que nos arrancou sorrisos de aprovação. Mas o ambiente é bastante intimista. Na verdade eu usei o termo "opressivo" ao conversar com a Chris a respeito. Poucas mesas, todas muito próximas umas às outras. Não fosse o som do piano abafando os diálogos e poderíamos ouvir até as respirações dos outros convivas. Decoração sóbria, paredes de pedra, janelas de vidro com cortinas entreabertas, meia-luz e mesa tão pequena que por vezes foi difícil conciliar todos os talheres, pratos e afins. Fomos instalados ao lado da bela adega, malgrado o fato de que não optamos pelo vinho nesta noite.

Chris e o piano man

Fê e o resto do bistrô

A bela adega (e o fim da sobremesa,  mas né?, dane-se a continuidade)

O cardápio lista todas as suas opções por ordem de preço, do mais barato ao mais caro. Curioso. Para as entradas, os preços começam em 25 e vão até 48 reais, para as opções individuais. Há também a terrine de foie gras, para duas pessoas, por 98 reais. Acabamos optando por dividir uma das opções individuais, e fomos de salada medieval (folhas, linguicinha de javali, carne seca suiça, torradinhas ao alho e molho do chef, R$ 38). Aqui já houve um problema na hora de servir, por conta do tamanho da mesa. Como a salada é individual, a garçonete colocou a salada para mim, inteirinha em um prato especial, e pôs um pratinho para a Chris se servir. Não gostamos, e pedimos pra ela trazer outro pratinho, deixando a salada no meio de nós. mesmo apertando um pouco as coisas. Quanto à salada, nada de mais, as combinações de sabores não trouxeram muita alegria, embora os ingredientes fossem bons. A tal carne seca suíça, que desconhecíamos, é um embutido bastante salgado, mas saboroso. A linguicinha também era boa, assim como as torradinhas, embora algumas destas tenham vindo torradas demais, com gosto de queimado. O molho do chef, que poderia dar um "tchans" na coisa toda, não acrescentou muito.

A medieval, e a Chris

Para os pratos principais o cardápio só lista opções para duas pessoas, fazendo a ressalva de que, em caso de pedido individual, será cobrado 70% do valor do prato. Pois bem, claro que acabamos escolhendo apenas um, para não pagar, no fim das contas, 40% a mais no valor total. Os preços vão de 140 a 180 reais, e o foco é, obviamente, a culinária francesa, com opções como o peito de pato e molho de framboesa e batatas gratinadas à francesa (R$ 160) e filé mignon ao molho de Roquefort e nozes com nhoque de batata do chef (R$ 140). Acabamos ficando em dúvida entre estas duas opções e o lombo de javali ao vinho tinto e groselha, purê de batata doce ao cassis e maçãs caramelizadas (R$ 170). Acabamos optando por este último, depois de um sorteio rápido. Devo ressaltar que minha opção venceu, embora eu não costume dar sorte em sorteios.

A apresentação estava bonita, com o purê de lado, e os pedaços de lombo intercalados com as maçãs sobre o molho de vinho tinto e groselha. O javali, que nunca tínhamos experimentado (exceto na versão "linguiça"), não difere tanto assim do porco ao qual estamos acostumados, com sabor um pouco mais forte. Os pedaços vieram com bastante gordura, que a Chris não aprecia muito, mas eu adoro. Com a luz fraca, ela acabou tendo que comer, já que não conseguia enxergá-las. Diga-se que o problema da Chris com a gordura é tanto de consistência quanto de sabor, o que já prejudicou bastante sua apreciação da receita. O purê de batata doce estava (atenção para a semântica), na opinião dos dois, meio sem graça. Mas para mim ele casou bem com o restante dos elementos, e eu gostei da "garfada" final. Já a Chris achou tudo muito adocicado. De fato, há muitos elementos doces no prato (cassis, groselha, maçãs), que prejudicam um pouco a harmonia. A proporção também não foi perfeita, já que o purê acabou sobrando no prato dos dois, quando todo o resto já tinha sido "finalizado".

Dois iguais, um melhor que o outro, porque gosto é gosto

Ficamos sem entender muito bem o motivo de os pratos serem todos para dois, uma vez que eles vieram servidos individualmente. Por um momento achei que o serviço não seria empratado, ou seja, que tudo seria servido numa travessa, ou coisa parecida, para que colocássemos em nossos pratos. Mas não foi o caso. Da forma como foi, dá a impressão de ser pura preguiça de fazer dois pratos diferentes para um casal, que são o público primordial do restaurante. Eu e Chris sempre gostamos de pedir pratos diferentes, para experimentarmos o máximo possível do cardápio, já que dificilmente temos a oportunidade de retornar a um restaurante. Infelizmente aqui não foi possível, o que nos deixou bem frustrados. Foi a primeira vez que nos deparamos com uma esquisitice dessas, a não ser em casos em que comemos um peixe inteiro, por exemplo, onde a opção de não "individualizar" é compreensível.

No restaurante Confraria do Sabor, em Campos do Jordão, havíamos comido de sobremesa uma tarte tartin que não era exatamente uma tarte tartin, pela descrição que eu tinha dessa famosa torta francesa. Então resolvemos pedir novamente esta receita, desta vez em um restaurante francês (R$ 20). Decerto que estava mais parecido com o que eu tinha lido sobre a torta. Veio acompanhada de creme inglês e chantilly fresca. Para coroar, uma physalis, frutinha bem gostosa que já tínhamos comido em uma sobremesa no restaurante Le Palmier, em São José dos Campos. Mas, bem, nem há muito o que comentar sobre o sabor, porque ele meio que não veio. A doçura que, segundo a Chris, sobrou no prato principal, faltou aqui. E a falta de açúcar não foi compensada por nenhum sabor extra. A torta não tinha muito gosto, para ser mais preciso. E a massa folhada, da qual já não sou muito fã, veio com um certo gosto de queimado, além de ser muito difícil de cortar. Este último problema ainda se agravou pelo fato de nos ser dado apenas garfo e colher. Faltou uma faca. Enfim, uma decepção.

A decepção

Fomos atendidos o tempo todo pela Adriana, que, pela breve conversa que tivemos na hora de irmos embora, também é proprietária do restaurante. Seu atendimento não é formal, contrastando um pouco com o ambiente do bistrô. Mas isto é um elogio. Ela foi simpática e atenciosa, embora às vezes parecesse não ter visão periférica. Ela falhou também quando pedimos uma água e ela se esqueceu de trazer, e depois quando pedimos uma long neck da Heineken para dividirmos, e ela nos trouxe duas. Em relação ao tempo de entrega dos pratos o serviço foi sempre perfeito, assim como na limpeza da mesa no decorrer das etapas. Mas consideramos que os problemas já citados dos pratos principais para duas pessoas e da falta de faca na sobremesa também pertencem ao serviço, por isso a nota final sofreu bastante.

Voilà em francês quer dizer, entre outras coisas, "aqui está". Os pratos principais no Voilà! Bistrot são servidos com abafadores que, à frente do cliente, são retirados e acompanhados da expressão "voilà!" por parte da garçonete. É carinhoso e diferente. O pianista, que nos recebeu com Pink Floyd, não saiu dessa toada a noite inteira, nos brindando - apesar de alguns errinhos casuais - com Beatles, Queen e muitas coisas boas. Apesar dessas boas intenções, de maneira geral nossa experiência acabou prejudicada, e o principal motivo foi mesmo o sabor dos pratos. O ambiente opressivo, o serviço inconstante, tudo isso seria relevado se nossas bocas pedissem mais e mais. Não pediram, e eu e Chris concordamos que também não pediríamos uma nova visita ao Voilà! Bistrot. Como diriam os franceses, nous sommes très désolés.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 6 e 6
Serviço(2): 6 e 6
Entrada(2): 5 e 5,5
Prato principal(3): 6 e 7
Sobremesa(2): 5 e 4
Custo-benefício(1): 5 e 5
Média: 5,58 e 5,75 
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Estada Paraty-Cunha, km 4 - Ponte Branca - Paraty - RJ
Telefone: (24) 3371-6548

Site: http://www.pousadacaminhodoouro.com.br/site/bistrot
Facebook: https://www.facebook.com/Voil%C3%A0-Bistrot-Paraty-RJ-120530594812579/?fref=ts
 





quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Libertango (Campos do Jordão - SP) - 21/08/2015

A escolha não foi por acaso. O Libertango é um dos três únicos restaurantes de Campos do Jordão agraciados com uma estrela no Guia 4 Rodas 2015. Embora não sejamos escravos da publicação, sempre a levamos em conta na hora de escolher um restaurante na cidade que estamos visitando. A especialidade do Libertango é comida argentina, e isto já toca um sininho na mente: carne, carne, carne! Numa sexta-feira agradável (para mim e não para a Chris) na serra paulista, com termômetros em torno de 11 graus, chegamos ao local às 20h20, vinte minutos atrasados em relação à nossa reserva, mas ainda a tempo de fazermos uso dela.

Ói nóis aí antes de entrar no restô

Do lado de fora o Libertango acompanha o charme de onde está instalado, a Vila Capivari, epicentro da badalação em Campos do Jordão. Sua fachada tem flores nas janelas, e é toda pintada de azul e vermelho. No logotipo do restaurante temos, claro, um casal dançando tango. Lá dentro, ambiente acanhado e fervilhante. Quase todas as mesas estavam ocupadas. Ainda assim há uma distância razoável entre elas, dentro do que é possível. Nas paredes, muitos quadros remetendo à Argentina, e alguns orgulhosos certificados de cozinha acima da média do Guia 4 Rodas. Cortinas e teto vermelhos dão "quentura" à decoração, contrastando com o frio jordanense. Para nossa sorte, fomos instalados em uma mesa bem ao lado da parrilla, a grelha em que os argentinos fazem o seu churrasco. Assim pudemos acompanhar toda a habilidade dos parrilleros em administrar tantas carnes ao mesmo tempo, tendo que saber exatamente quando tirá-las para que o ponto esteja do jeito que o cliente pediu. Nem sempre é possível, como restou provado ao longo da noite.

Um pouquinho do fervilhante e quente interior

Entre as opções de entrada, muitas delas envolvem a linguiça argentina. Pedimos o chorizo Piazzola (linguiça argentina com calda de vinho e maçã verde, R$ 19,90), que faz homenagem ao compositor argentino Astor Piazzola. A apresentação não é das mais lindas do mundo, trazendo dois pedaços de linguiça semi mergulhados na calda de vinho, com alguns pedaços de maçã, e ao lado uma cesta com pães e grissinis. As linguiças eram um pouco resistentes ao corte, mas deliciosas. As maçãs fizeram um bom contraste. Já a calda de vinho foi o ponto alto do prato. Chris não conseguia parar de passar o pão no pratinho, mesmo depois que a linguiça já tinha terminado. Pediu até a receita para o garçom que, gentilmente, negou. Gostou tanto que exigiu que a calda permanecesse na mesa mesmo depois que o prato principal já tinha chegado. Por vezes já reclamamos de restaurantes cujos garçons não retiram da mesa os utensílios depois de utilizados, mas neste caso o pedido, ou ultimato, para que isto acontecesse, foi nosso.

Olhando assim ninguém diz, mas tava uma delícia

Ao abrir-se o colorido cardápio, tem-se ao centro, em destaque, o carro-chefe da casa: as carnes de novillo, assim em castelhano mesmo (aliás, todo o cardápio é trilíngue, escrito primeiramente em castelhano e depois traduzido para português e inglês). São seis os tipos de carne listados: bife de chorizo (corte alto de contrafilé), ojo de bife (entrecôte), vacio (fraldinha), tapa de cuadril (picanha), corazon de cuadril (alcatra) e asado de tira (costela). Dentre estas seis opções há duas subopções, hombre e mujer, que são diferentes em tamanho (400g e 300g respectivamente) e, obviamente, em preço. Estes variam entre R$ 69,90 e R$ 85,90. Há também explicações sobre os pontos de carne possíveis, facilitando a vida de quem é leigo no assunto. Uma vez escolhida a carne há várias opções de acompanhamentos que o cliente pode optar, entre alguns tipos de arroz, batatas, purês, legumes, farofa, etc. Estes custam em média 25 reais. A casa sugere que se escolha ao menos dois para servir bem duas pessoas.

Para a escolha da carne tivemos a ajuda do garçom e também de Jorge, que estava comandando as parrillas, e depois descobrimos ser o dono do restaurante. Chris queria uma carne sem gordura e malpassada. Lhe foi sugerido o corazon de cuadril (R$ 69,90, na versão mujer). Eu ouvi de Jorge a frase "por favor, peça o ojo de bife", e não resisti ao seu apelo (R$ 85,90, na versão hombre). Curiosamente, percebo agora que Chris escolheu a carne mais barata da casa, e eu a mais cara. Sou mesmo um perdulário. Para acompanhamento, pedimos o pure de zapallo con gorgonzola (purê de abóbora com gorgonzola, R$ 30,90) e a farofa (R$ 15,90).

Pouco antes das carnes chegarem à mesa, uma surpresa: seis antepastos para acompanhar a refeição. São eles: pimentão sem pele, salsa creole (uma espécie de vinagrete picante), molho barbecue defumado, patê de gorgonzola, chutney de morango e mirtilo e chutney de manga com gengibre. À exceção do pimentão, um pouco sem tempero, todos os outros estavam muito bons, e acompanharam muito bem a refeição. A idéia de não citar este "mimo" no cardápio é genial, porque ficamos agradavelmente surpreendidos. O purê de abóbora com gorgonzola estava delicioso. Bem cremoso, e com sabor equilibrado, o que é complicado em se tratando de um queijo tão forte. A farofa também estava boa, mais pra úmida do que pra crocante, mas com um bom sabor.

Nossa mesa e os parrilleros trabalhando ao fundo


O garçom trouxe a carne da Chris, e imediatamente ela ouviu de Jorge, que comandava a parrilla: "Se sua carne passou um pouquinho, por favor me diga, que eu refaço com o maior carinho". De fato a carne havia passado um pouco do ponto desejado, que era o malpassado. É sempre complicada essa opção de refazer o pedido, até porque meu prato já estava ali, e isto acarretaria em comermos em momentos separados. Por conta disso Chris optou por comer a carne daquele jeito mesmo. Mas faltou um pouco do sangue que ela tanto gosta. Jorge confessou, em conversa que tivemos depois da refeição, que é difícil imaginar que uma mulher queira a carne sangrando. Ele disse, talvez exagerando um pouco, que em cada mil mulheres apenas uma gosta de carne malpassada. Ainda assim, Chris achou o tempero muito bom (é usado apenas sal), e adorou os acompanhamentos, ficando especialmente impressionada com o purê.

"Má...má...má, quidê o sangue?"

Já a minha carne estava excepcional. O corte ojo de bife é bastante comum na Argentina, mas quase desconhecido no Brasil. É muito macio, e tem uma gordurinha deliciosa no meio da peça. Pedi ao ponto, e ele veio correto. Também gostei muito de todos os acompanhamentos, e foi uma delícia ficar brincando de comer um pedaço de carne com cada um dos antepastos, e também com o purê e a farofa. Também experimentei com o molho da entrada, que a Chris insistiu que ficasse na mesa, e deu muito certo. Tanto no meu caso quanto no da Chris, a altura do bife, sua maciez e tamanho são os grandes diferenciais em relação às carnes que comemos no dia a dia. Tanto que a primeira coisa que disse para minha mãe quando lhe contava sobre a experiência foi algo como "mãe, o que a gente come não é carne, aquilo sim é carne!". Nem preciso dizer mais nada: é a primeira nota dez em prato principal desde que começamos o blog. Simplesmente não encontrei do que falar mal.

Se olhar bem a foto capaz de dar pra sentir o gosto...

Para as sobremesas, há os clássicos alfajores argentinos, e mais uma meia dúzia de opções. Um dos garçons, empolgadíssimo, praticamente nos obrigou a pedir a panqueque de dulce de leche (R$ 24,90), que ele achava a melhor da casa. Aceitamos a sugestão. Embora o nome em castelhano seja panqueque, na verdade é uma massa de crepe recheada com doce de leite argentino, com uma bola de sorvete de creme ao lado. Um prato pouco elaborado, na verdade. A massa, quando comida em separado, carecia de um pouco mais de sabor. Mas a mistura era gostosa, embora não fosse de gemer.

Los borrachos e la panqueque

Harmonizamos nossa refeição com três cervejas da marca Campos do Jordão que, descobrimos depois, tem esse nome mas não é fabricada na cidade. Começamos com uma lager (R$ 23,90), depois tomamos uma weizenbock (R$ 24,90) e por fim uma ale feita com pinhão (R$ 24,90), embora o gosto deste não tenha ficado muito evidente na receita. O restaurante também conta com uma carta de cervejas importadas e uma de vinhos.

O serviço foi um caso à parte. É normal em restaurantes você ter alguns funcionários dedicados, prestativos e simpáticos e outros meio preguiçosos e desinteressados. Mas aqui todos que nos atenderam se mostraram atenciosos e, principalmente, conhecedores daquilo com que trabalham. Mesmo com o restaurante cheio, Viniciús, um dos garçons, dedicou um bom tempo a nos explicar o funcionamento do cardápio, e também em dar algumas sugestões, demonstrando saber do que estava falando. Espantados descobrimos depois que ele tinha apenas uma semana de casa. Também descobrimos posteriormente que o simpático rapaz que nos sugeriu a sobremesa tinha apenas dezessete anos. Pois trabalha melhor que muita gente grande por aí. Como também tivemos contato com o proprietário Jorge, pudemos notar que a dedicação e a preocupação com o cliente partem dele, e se irradiam por toda sua equipe. Não há bom time sem um bom capitão. Só no finalzinho da noite, quando precisávamos que as garrafas vazias que levaríamos (eu coleciono rótulos!) fossem embaladas é que o serviço demorou um pouquinho, e acabamos nos levantando com as garrafas na mão. Mas mesmo este vacilo foi compensado quando saíamos, já que o jovem garçom de dezessete anos nos viu saindo e prontamente providenciou uma embalagem.

Normalmente quando chega a hora de responder à pergunta sobre se eu voltaria ou não a um restaurante eu sempre penso se ficou alguma coisa no cardápio que eu gostaria de experimentar. Mas desta vez falei para a Chris que eu voltaria até mesmo para comer exatamente a mesma coisa que comi. Ela também disse que voltaria, mesmo que não tenham acertado o ponto de sua carne. Quem sabe numa próxima vez o sangue venha em quantidades mais generosas, do jeito que ela gosta. Como deu para perceber, não se trata de uma refeição barata, mas em nenhum momento a gente se sentiu enganado, por conta da qualidade da comida apresentada, do serviço e do ambiente.

Em nome da transparência, devo dizer que conversamos por cerca de uma hora com o proprietário Jorge, depois de já terminada nossa refeição, quando ele saboreava um charuto do lado de fora do restaurante. Acrescento que isto não mudou em nada nossa apreciação do lugar, em relação aos pontos positivos e negativos e às notas aí abaixo. No meio da conversa, Jorge disse, sem medo de soar hipócrita, que amava seus clientes. Ele explicou que tinha seis netos, e os clientes representavam o seu ganha pão. Nem precisava explicar tanto. O amor pode ser percebido na primeira garfada.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 8
Serviço(2): 9 e 9,5
Entrada(2): 9 e 8,5
Prato principal(3): 8 e 10
Sobremesa(2): 6 e 6
Custo-benefício(1): 7 e 8,5
Média: 7,91 e 8,54
Voltaria?: Sim e sim

Serviço:
Av.  José  Manoel  Gonçalves,  160 - Vila Capivari -  Campos do Jordão - SP
Telefone: (12) 3663-6218
Site: http://www.libertango.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/libertango.restaurante?fref=ts