Cafezando #5: Póde Café (São José dos Campos - SP) - 18/11/2023

 

     

    Não sei se dá pra dizer assim que é um baita trocadalho do carilho, mas é divertidinho, vai? Póde Café. Pó de Café. Tendeu, tendeu? Pois então lá fomos nós, a Chris e este Fê que vos escreve, pra tomar café, embora já fosse hora do almoço, em um sábado. Pode tomar café na hora do almoço? Póde café! Tendeu, tendeu, eu tô usando o mesmo trocadilho que dá nome ao café aqui no meu texto, não é genial?

    ("Não!" Diz uma voz interior que não entende nada de trocadilhos nem de textos)

    O Póde Café fica numa casinha amarelinha na Avenida Adhemar de Barros, e pode passar batido fácil fácil. Por exemplo, você aí, que já passou trocentas vezes pela Adhemar, conhece o Póde Café? (Fazer pergunta em texto é meio frustrante, não ouvi nenhuma resposta). Enfim. Porta adentro, temos três ou quatro mesinhas, papel de parede fofinho, um conjunto de espelhinhos, uma estante com alguns livros, e até um sofazinho lá no fundo. Uma mesa fica do lado de fora. Mas na São José dos Campos do dia 18/11/2023 o calor passava dos 35 graus. Dos Celsius, ainda por cima. Não tava mole não. Impossível sentar do lado de fora. Do lado de dentro, o item mais importante da decoração era mesmo o ar-condicionado. Sem essa condição, não entraríamos no recinto (pegou, pegou?).

    O cardápio é bem diMENUto (boa?), com uma folhinha frente e verso. Na frente, a seção de Comidinhas, que traz os lanches salgados. No verso, as bebidas quentes e bebidas geladas. Os doces não estão listados, porque mudam sempre, então é um cardápio vivo, por assim dizer, direto na vitrine. Infelizmente não tiramos fotos dessa vitrine. Então eu VItrine, mas vocês não vão VERtrine.

    (A voz interior continua falando, mas não lha dou ouvidos)

    Chris escolheu o lanche chamado Marguerita (pão de brioche + muçarela + tomate seco + manjericão = R$ 16) acompanhado de um Iced Cappuccino (café + chocolate + canela + leite + gelo = R$ 12). Chegou bonito, chegou bem bonito, tanto que ela tá rindo à maneira de Bessa na foto. Além de bonito, tava crocante, saboroso, cheio de tomates secos, manjericões e muçarelas, mas tudo muito bem harmonioso. O mesmo pode ser dito do cappuccino gelado (quer dizer, não exatamente o mesmo, porque não tava crocante, nem cheio de tomate seco, manjericão e muçarela). Mas tava saboroso e harmonioso. Como eu amo muito a Chris, e ela a mim (né, Chris?), posso dizer que estava AMORnioso.

    Euzinho aqui queria comer o Toast de Abacate (pão integral + abacate + cebola roxa = R$ 18). Mas não comi, posto que não tinha. O famoso "tem, mas acabou". Os abacates não andaram frutificando em São José. Então eu disse, bem gaúchamente: "Ah! Bah, cate um Sanduíche de Salame mesmo". E assim foi (pão brioche + muçarela + requeijão + salame = R$ 20). Acompanhei com um Iced Caramel Latte (espresso + caramelo + leite + gelo = R$ 12), que não latia, mas estava muito bom, nada enjoativo, com o caramelo equilibrando o amargor do café. Quando ao lanche, muito bom, embora, talvez, as rodelas de salame pudessem ser cortadas mais finamente.

    Tem docinho ainda, claro que não iríamos embora sem atacar aquela vitrine. Chris escolheu o Bolo de Chocolate com Café (R$ 12), que degustou junto a um Iced Mocha (espresso + chocolate + leite + gelo = R$ 12 - nunca me esqueço do dia em que fomos numa Starbucks no aeroporto de Guarulhos e eu falei que queria um "mócha", assim com som de "xis" mesmo, e fui corrigido sutilmente pelo atendente que falou "ah, sim, um "móca". Não façam isso, crianças, o trauma fica para sempre). Depois dos maiores parênteses da história da blogatura mundial, resta dizer que, sim, mais uma vez apenas acertos por parte do estabelecimento em que nos encontrávamos, bolo saboroso, com ótima textura, e café muito bem equilibrado com o chocolate. "Móca" fé bom, meu!

    (Mesmo não lha dando ouvidos, a voz interior brada, inconformada com a infamidade insistente. Nem ligo.)

    O meu docinho foi um bolo gelado de coco (R$ 9), que harmonizei com um chá verde gelado com limonada (R$ 15). Eu pedi sem açúcar, e a Chris perguntou se eu tinha lido o que ia junto com o chá verde. Eu respondi "LI, aMÔ, NADA que me assuste!". E tomei assim mesmo, tava bem refrescante. O bolinho também tava bom, mas podia ser mais cocudo (ter mais coco, no caso). 

    Durante toda nossa estada havia só uma funcionária, e ela funcionou muito bem! Bateu escanteio e cabeceou, e foi muito eficiente e competente nas atribuições que lhe foram conferidas. Nós gostamos um bom bastante do Póde Café, com tudo simples, mas muito bem feito, e com preços administráveis por assalariados como nós. Aquela portinha na Adhemar de Barros há de nos receber mais vezes, quando estivermos ali por perto, querendo um lanchinho e um cafezinho bons e honestos. Tanto quero que vocês acreditem nisso, que vou finalmente ouvir essa voz interior, e não vou fazer trocadilhos nesse parágrafo. Embora esse sufixo "pará" possa gerar alguma coisa, hein? Tá bom, tá bom, não tá mais aqui quem falou.

    Então é isso. Em breve a gente volta a cafezar.

Endereço: Av. Dr. Ademar de Barros, 545 - Jardim Sao Dimas - São José dos Campos - São Paulo
Telefone: (12) 99621-7943
Instagram: @podecafesjc

Cafezando #3: Casa Bauducco Vale Sul (São José dos Campos - SP) - 14/02/2023

 

    Pra quem acha que a Bauducco só faz panettone, saiba que eles tem um plano de dominação mundial. Tá bom, tá bom, não sei se é "dominação mundial", mas é, ao menos, dominação "sãojoseal". Só aqui na boa e velha sanja são quatro lojinhas da Casa Bauducco. Esse é o lugar onde eles vendem coisinhas pra levar pra casa (panettones, claro, mas também outros quetais), e também coisinhas pra comer na hora. Fomos comer coisinhas na hora, e para isso escolhemos a unidade do Shopping Vale Sul. Por ser a mais bonita? A mais completa? A mais barata? Não, é porque eu precisava também comprar uma calça jeans, que as minhas tão tudo zuada.

 

 

    Lugar bonitinho à beça, como é possível ver na foto aí acima. Em uma das paredes tem toda a história da família Bauducco, história do panettone, e mais um bocado de história e estória. São muitos caracteres juntos para a nova geração, mas nós aqui mais antiguinhos lemos quase tudo. Se você não tem assunto com seu par, é um bom lugar pra ir, porque ficam os dois lendo e não precisam conversar. Este não é um problema para "nosotros", então nós lemos e também conversamos.

 

    Dividimos todos os nossos comes, de modo que não vou ficar colocando "esse é da Chris, esse é do Fê". O cardápio tem bem mais coisas do que imaginávamos: tem fatia de panettone salgado, fatia de panettone doce (ambos com possibilidades de colocar coisinhas gostosas por cima), tem focaccia, empanada, pão de queijo, sanduíche, e tem até comida mais comidada mesmo, tipo lasanha e ravióli (minha mãe diz que já comeu lasanha por lá, e que é bem média cavidade bucal, manja?). Também tem, claro (na verdade escuro), uma boa variedade de cafés, chocolates e frapês.

    Começamos nossas brincadeiras com um pão focaccia de peru e queijos (peito de peru, muçarela, requeijão cremoso com topping de parmesão, R$ 27,90) e paninottone caprese (pão de panettone, muçarela de búfala, tomate pelati e manteiga saborizada com manjericão, R$ 27,90) - vejam bem, eu apenas copiei as descrições, então não sou o responsável pela expressão "topping", ok? Pois bem. Ambos estavam bem gostosos, com destaque para a massa do pão de focaccia, bem levinha. O sanduíche caprese esteve bom, mas não causou interjeições.

    Chris tomou o cappuccino (quando for escrever essa palavra, lembre que são dois "pês" e depois dois "cês", eu sempre esqueço) doce de leite (não tem descrição, mas é auto-explicativo, R$ 17,90). Eu, que ainda me inicio nos meandros cafezeiros, fui de bauduccino chocrocante (frapê com chocolate crocante, R$ 18,90), que não tem café. Esse estava em uma folha separada no cardápio, então não deve ter sempre. Ambos gostamos de nossas beberagens. Primeiramente, muito bem apresentadas. Segundamente, a Chris achou o dela um tiquinho doce demais (sim, tinha doce de leite no nome, mas ela achou que podia vir menos). Eu gostei do meu, exatamente porque estava bem doce. 

 

    Falando em doces, nossas escolhas foram o pandoro com chocrocante (R$ 19,80) e a fatia de panettone com sorvete de creme e cobertura de chocolate (R$ 24,30 - aqui é importante dizer que tudo é cobrado. Só a fatia de pão são R$ 12,90, a bolotinha de sorvete são mais R$ 6,90 e a cobertura, pasmem, mais R$ 4,50. Pô, cobrar cobertura é sacanagem). Se sua cabecinha é boa, você lembra que no começo desse parágrafo eu escrevi que pedimos um pandoro, que é um pão em formato de estrela, primo do panettone, mas sem frutinhas cristalizadinhas. Bem gostosinho, ainda mais com a coberturinha de chocrocante. A fatia de panettone também tava boa, mas a "bolotinha" de sorvete (nesse caso a descrição é minha mesmo, não do cardápio) não era bolotinha, e sim massa amorfa. Derreteu tudo, deu uma prejudicada na amizade.

    Os docinhos nós acompanhamos com cafezinhos mais singelos. Chris pediu um ristretto (R$ 7,90) e eu um carioca (R$ 7,90). Quando fui ao caixa pedir os cafés, a moça me avisou que o ristretto é um café curto. Eu disse que sabia disso, tranquilo, manda ver. Mas era curto mesmo, tipo curtíssimo, tipo um gole e já era. Daí, magnânimo que sou, dividi meu carioca com a minha carioca.

 

    Se você não fez uma leitura dinâmica daquelas bem vagabundas, deve ter visto que os preços da Casa Bauducco não são muito amigáveis. E tudo que é extra tem cobrança, até mesmo a manteiga (uma fatia de brioche custa R$ 8,50, se quiser manteiga, tome-lhe mais R$ 1,90). Modos que não é um lugar para se ir todo dia, a não ser que sejas CEO de alguma empresa (se você for CEO de alguma empresa e estiver lendo isso, por favor, entre em contato, temos alguns currículos para lhe enviar). Mas é um lugar bem aprazível, bonito, cheio de coisas gostosas, então vale ir uma vez ou outra.

Então é isso. Em breve a gente volta a cafezar. 

Endereço: Avenida Andrômeda, 227 (Shopping Vale Sul), Jardim Satélite, São José dos Campos - SP

Instagram: @casabauducco

Site: https://www.casabauducco.com.br/

Cafezando #2: Starbucks Vale Sul (São José dos Campos - SP) - 30/12/2022

 

(Isso aí acima é um entalhe escandinavo do século XVI com uma sereia de duas caudas. Serião)

    "Mas também não adianta o xenofobismo radical, eu vou jogar fora no lixo o que é ruim, e usar o que é bom da cultura mundial". Com essas sábias palavras de Gabriel, o Penseiro (como diria meu falecido pai) na cabeça (mentira, só fui lembrar da música ao escrever o texto), fomos até o Starbucks, essa rede maligna do império ianque também maligno, e que é a maior cadeia de cafeterias do mundo (tá no Wikipédia, deve ser verdade). Nosso único contato até então com eles tinha sido em algum aeroporto, mas daquela feita a Chris só tomou um espresso, ou coisa assim. Desta vez fomos ter a experiência completa. Pra falar mal, a gente tem que conhecer direito.

 

 

    É tipo um McDonald´s dos cafés. É tudo bem padronizado, rápido, e não tem garçom. Você vai no balcão e pede, dá seu nome, depois fica esperando chamarem seu nome. Muitos idiotas certamente dão outro nome, pra trolar os funcionários. O idiota aqui deu o nome de Javanildo. "É com jota?", me perguntou a funcionária? Sim, claro que é com "jota". Javanildo, pô. E lá fui eu pra mesa, esperando chamarem o Javanildo. Deixo abaixo a foto, pra não me chamarem de mentiroso nem de bundão.

 

    Pedimos primeiro um café cada, com itens salgados pra comer. Eu pedi um café meio diferente, com canela, leite e otras cositas. Não me preocupei em anotar o nome, ingredientes e valores, porque o Starbucks tem cardápio online, e eu poderia consultar depois. Mas os putinhos tiraram esse bendito do menu, de modo que não lembro o nome, ingredientes e preço. Mas eram uns bons dinheirinhos. E a foto do dito estava linda em um display na entrada da loja. A Chris pediu um Cappuccino Canela (espresso, um toque de canela e leite cremoso, finalizado com pitadas de canela em pó, 300ml, R$ 14,00). Nenhum dos dois gostou muito, a Chris porque não gosta muito de leite (por que pediu, danadinha?), e eu porque não gosto muito de café (o que está fazendo numa cafeteria, danadinho?). Ah sim, faltou dizer que não veio no copo bonito que tava na foto, veio no papelão mesmo. 

 

 

    Como já deve ter sido percebido, não tem muita coisa de artesanal na parada. Por exemplo, os rangos salgados ficam todos ali já prontinhos, só esperando serem solicitados. Até mesmo o Croque Monsieur, aquele sanduíche que tem molho bechamel (o molho branco francês, caso não saibas) por cima, já fica ali montado. Foi esse que a Chris pediu (presunto, queijo prato, molho bechamel e parmesão no pão de brioche, R$ 25). Ela até que achou bom, pra um troço que já tava pronto. Eu pedi o croissant multigrãos (mas é americana ou francesa essa bagaça? R$ 10,50, puta preço esquisito, cobra 10 ou 11, catzo). Não vi tantos grãos assim, só vi gergelim preto, mas tava crocante e bem gostoso, até. 

    Para acompanhar nossos doces, pedimos mais cafés. A Chris tava querendo amargor, então pedimos um Espresso Doppio (45ml, R$ 7,50), que é aquele espresso normalzão mesmo. Tava bem amargo, de fato. Também pedimos o Flat White, porque a descrição era mó legal: "Um clássico feito de shots de ristretto com um aveludado toque de leite vaporizado" (300ml, R$ 12,50). A descrição é poesia pura, mas na prática é café com leite mesmo. Eu pesquisei e pesquisei, e até agora não entendi direito o que é ristretto no mundo dos cafés. Vocês que lutem pra descobrir. 

 

    Acabamos dividindo os dois cafés, e sobrou um monte do Flat White, porque a menor dose era de 300ml, e já estávamos de bucho preenchido. Para adoçar, a Chris foi de Cinnamon Roll (R$ 12,00), que é uma massinha folhada, bem amanteigada, e com bastante canela. Gostosinha que só. Eu finalmente pedi um clássico americano, o Donut Chocoberry (R$ 10,50, de novo esse preço esquisito), recheado com frutas vermelhas e com uma casquinha que supostamente traria alguma lembrança de chocolate, mas não trouxe. E mesmo com o recheio bem cremoso, o bagulho é seco. Coitados dos policiais americanos. 

 

    Eu preciso confessar que no segundo pedido, me acovardei. Falei meu nome verdadeiro pra moça, disse que o Javanildo tinha sido uma brincadeira com a minha namorada. Ela fez uma cara de quem diz "é, sempre tem uns idiotas assim por aqui". Deixo abaixo a foto, pra não me chamarem de mentiroso (mas podem me chamar de bundão por não ter ido até o fim com a troça).

    A Chris pontuou (na verdade ela disse, não pontuou nada, mas "pontuou" é mais chique do que "disse") que o Starbucks faz essa coisinha de chamar pelo nome pra trazer algo de íntimo pra uma relação que é, na verdade, completamente fria. De fato, não é um lugar caloroso, que dê vontade de voltar. Tem umas coisinhas boas, e às vezes a gente está num aeroporto, e pelo menos sabe que ali existe, supostamente, um padrão de qualidade. Mas a Casa do Pão de Queijo também tem, e é brazuca. Acho que vamos preferir. Os policiais brasileiros estão muito mais bem servidos. 

 

    Então é isso. Em breve a gente volta a cafezar.

 

Endereço: Avenida Andrômeda, 227 (Shopping Vale Sul, próximo à saída D1), Jardim Satélite, São José dos Campos - SP

Instagram: @starbucksbrasil