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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Calle 54 (São José dos Campos - SP) - 01/02/2018


Por motivos diversos, ficamos muito tempo sem ir a nenhum restaurante, por isso este blog está parado desde setembro de 2017. Para este retorno, escolhemos um restaurante com uma pegada argentina, que fica dentro do Shopping Colinas em São José dos Campos. O motivo simbólico é que em breve estaremos embarcando para a terra dos hermanos. Explicando o nome do lugar: calle é "rua" em espanhol, e 54 é o DDI da Argentina. O restaurante tem três unidades na cidade de São Paulo e apenas essa fora da capital. 

Chegando pra abalar na Rua 54

Dentro de um shopping, não dá pra exigir grandes coisas do ambiente. Mas é certo que o Calle 54 se diferencia dos restaurantes comumente encontrados nesses lugares. Espaçoso, com alguns sofás estofados, uma boa brigada de garçons, fica evidente que não estamos em um fast food - muito embora a confusão típica de um shopping esteja logo ali ao lado.

A confusão de um shopping de um lado...

...e uma cara de besta do outro lado.

Não resistimos ao couvert, que se chama La Recoleta (um dos bairros mais famosos da capital argentina) e vem com pães ao molho chimichurri na parrilla (a grelha deles) e matambrito (uma carne enrolada e assada) com limão siciliano (R$ 9). Matambrito é um apelido carinhoso para matambre, que é a junção das palavras "matar" e "fome" em castelhano. Uma comida originalmente criada para matar a fome de trabalhadores, com um corte de carne normalmente descartado pela "nobreza". A versão do Calle 54 estava absolutamente deliciosa, bem temperada e derretendo na boca. Para completar, pedimos também o choripán (R$ 9,00), uma espécie de pão com linguiça. Este estava apenas correto, não trouxe exclamações a nenhum de nós. O molho chimichurri que o acompanhava deu uma animada no sabor.

Muy rico matambrito!

Muy pobre choripán!

Para os pratos principais o cardápio, recheado de fotos, lista em destaque todos os cortes de carne oferecidos, com as nomenclaturas utilizadas na Argentina e a "tradução" em português, quando necessário. É o caso, por exemplo, da tapa de cuadril, que nós conhecemos como picanha, ou do lomo, que é o nosso filé mignon. Ao escolher essas carnes o cliente tem direito aos acompanhamentos do dia, escolhidos pelo chef, além de um molho à parte. Alguns cortes tem duas opções de tamanho (260g e 320g). Para quem não gosta de churrasco, há também algumas poucas opções com peixe, frango e hamburguer.

Chris queria uma carne com bastante sangue, e pediu o baby beef (260g, R$ 56,90), acompanhado de molho chimichurri. Ela pediu ao ponto para menos, mas foi bem clara com o garçom sobre o fato de que queria a seiva escorrendo (sim, ela tem um quê transilvânico). De fato a carne veio no ponto pedido, mas sem o sangue que ela gostaria. Problemas com o corte escolhido, talvez, ou com a forma de cocção. Mas estava saborosa e macia, embora não muito bonita. O molho, o mesmo que já tínhamos comido com o choripán, estava gostoso.

"Se eles querem meu sangue, terão o meu sangue nem no fim"

Eu escolhi o ojo de bife (miolo da parte dianteira do contra filé, 260g, R$ 63,90) ao ponto. Não sou fresco com carne, e embora prefira ao ponto, não ligo de comer mal passada ou ao ponto pra menos. Sorte a minha, porque minha carne veio mais mal passada que a da Chris. Erro feio. Também não estava nada bonita, meio branquela, muito fina e com bastante nervo. Dito tudo isso, estava saborosa e macia - exceto, claro, nos nervos duros. Escolhi o molho de mostarda em grãos, bem agradável.

Ponto errado, fina, branquela, com nervos, mas gostosa

Nossos acompanhamentos foram iguais e já estão incluídos no preço do corte citado acima. O sistema é de rodízio, ou seja, o garçom passa na mesa servindo, o que é bom por evitar o desperdício. Os únicos que ficam na mesa são o vinagrete (bonzinho) e a farofa (muito boa). No dia de nossa visita tivemos arroz italiano (com tomate seco e azeitonas, bem temperado e no ponto certo), camponata de legumes (pimentão, abobrinha, berinjela e cebola, achamos que não combinou muito com a carne), polenta frita (okeizinha) e por último mas não menos importante, um creme de batata doce (textura agradabilíssima, sabor delicado, uma nota dez se comêssemos só ele).

Eu aceitaria suborno e daria dez em tudo em troca da receita do creme de batata doce

Na hora do refestelo adocicado, aquelas coisas de sempre (petit gateau, creme de mamão, pudim) e a diferentinha torta banoffe (R$ 14,90), que pedimos. Banana passada na parrilla, envolta em biscoito, com doce de leite argentino e o desnecessário chantili por cima. Apesar da presença do desnecessário (eu tenho birra com chantili, perdoem-me os que gostam), o doce estava gostoso, com a banana e o biscoito dando um equilíbrio ao dulçor bem pronunciado do doce de leite. Também achamos que a apresentação poderia ser mais caprichada, o copinho deu uma escondida em tudo. Ah, faltou dizer que o preço do doce incluía também um simpático cafezinho, que a Chris adorou.

Sobrou copo (e chantili!)

O simpático e a simpática


Antes de falar do serviço, falarei de uma estupidez de minha parte que acabou custando um bom dinheiro. Vi a máquina de chopp da Heineken, e pedi um pra cada, mas recebi de volta o famoso "tem, mas acabou". O próprio garçom me ofereceu a Cauim, a gostosa pilsen da cervejaria Colorado, que já conhecíamos. Pedimos uma garrafa de 600ml, e quando ela acabou eu pedi outra só pra mim, já que a Chris não queria mais. Tudo isso sem perguntar o preço. Sei que a Cauim custa, no mercado, no máximo R$ 15. Pois o Calle 54 vende a glamorosos R$ 32,90. Um acinte. Pedir sem ver o preço é uma estupidez, mas vendê-la por esse valor é quase uma extorsão, que é, convenhamos, pecado maior do que a estupidez.

O serviço no Calle 54, em nossa visita, ganhou nota dez em simpatia, mas pecou bastante na agilidade e atenção. Ficamos muito tempo esperando, por exemplo, a nossa Cauim superfaturada, que vimos parada no balcão por um bom tempo até que alguém resolvesse nos trazer. Também ficamos muito tempo com os pratos sujos da entrada e do couvert parados na nossa frente, sem que ninguém se dignasse a retirar. Como ponto positivo podemos citar o fato de que o rodízio dos acompanhamentos funcionou direitinho, com a reposição sendo feita com agilidade. Também vale ressaltar, como já citado, a simpatia dos atendentes, criando um clima informal condizente com a casa.

Ao final da refeição estávamos parcialmente satisfeitos, e o que mais pesou na hora de decidir se voltaríamos ou não ao Calle 54 talvez tenha sido o custo-benefício. Inflacionada também pela cerveja, a conta ficou muito alta para o que recebemos de volta. E ambos decidimos que não voltaríamos ao lugar. Uma pena. Chris adorou, por exemplo, o mimo que veio junto com seu suco de abacaxi: um mini-pregador com um bilhetinho que dizia "Nunca deixa que o seu medo seja maior que a sua fé". Um conselho que vale também para o restaurante, com dois adendos: fé, atenção no ponto da carne e um preço justo pela Colorado, hermanos!

O bilhetinho e o suquinho que não ganhou nota, mas tava bom

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 6 e 6,5
Serviço(2): 6 e 6,5
Couvert(2): 8 e 8
Entrada(2): 5 e 6
Prato principal(3): 6,5 e 6
Sobremesa(2): 6,5 e 7
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 6,25 e 6,57
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Av. São João, 2200, Loja 126, Colinas Shopping – Jardim das Colinas - São José dos Campos - São Paulo
Telefone: (12) 3941-5222
Site: http://www.calle54.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/calle54sjc/

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Outback (São José dos Campos - SP) - 08/11/2016


Por boa parte da minha vida eu achei que o restaurante Outback fosse australiano. Só recentemente descobri que a rede tem origem nos Estados Unidos e homenageia, em seu nome e em sua decoração, a região homônima da Austrália. Americanos são mesmo bons nesse negócio de ganhar dinheiro. Hoje já existem 83 lojas só no Brasil. E garanto que, se você estiver lendo isso de noite, todas elas estarão cheias de gente neste momento. Aliás, é comum ter que esperar para conseguir uma mesa. Eu e Chris já fomos preparados para isso, mas como chegamos cedo, por volta das 19 horas, conseguimos uma imediatamente. Às 21 horas, quando saímos do restaurante e tiramos a foto abaixo, já havia bastante gente esperando por um lugar.

Essa é a entrada na hora da nossa saída, entendeu?

Fomos acomodados em uma mesa no canto, bem pertinho do banheiro, com sofá de um lado e cadeiras do outro. Prontamente tivemos a visita do garçom Leonardo, que se apresentou e disse que nos serviria naquela noite. Esse contato pessoal do garçom com o cliente é uma tradição da rede. O restaurante tem ambiente à meia-luz, e o salão é bastante amplo, com belas fotos de paisagens australianas nas paredes. Mas quando eu disse que a iluminação é branda, não imagine um jantar romântico. A atmosfera é muito mais de bar, com as pessoas falando alto, muitas delas turbinadas pela promoção chamada Billabong Hour, em que as bebidas alcoólicas são servidas pela metade do preço (de segunda à sexta, das 17 às 20 horas). Em resumo: o lugar é barulhento, e é bom saber disso antes de ir.

À meia-luz, mas sem clima de romance

Nosso cafofo no Outback, e no quadro uma foto de um coração australiano

A primeira atitude de Leonardo foi nos trazer o couvert, um pão australiano servido com manteiga e com faca (veja a foto e entenda). Trata-se de um agrado do Outback, que não é cobrado, e ajuda a dar uma amenizada na fome, especialmente para quem teve que esperar por uma mesa. Não era nosso caso, mas estávamos com fome e devoramos rapidamente o gostoso pãozinho com manteiga.

Ai, quanta violência...

Existem oito opções de aperitivos no cardápio, algumas delas bem interessantes, como o Gold Coast Coconut Shrimp (camarões empanados com coco ralado e molho Marmelade, R$ 46,95). Mas para nós já estava claro o que iríamos pedir: a famosa e icônica Bloomin` Onion (R$ 45,45). Para quem não sabe, trata-se de uma cebola grandona empanada, servida com as pétalas abertas e com um molho picante. O dono de um steak house em New Jersey (EUA) diz ter inventado o prato na década de 1970 (assim diz o Wikipédia em inglês), mas certamente foi o Outback que o popularizou. Um canal de vídeos no You Tube chamado "Ana Maria Brogui" ensina a fazer o prato (clique aqui para ver), e eu já me arrisquei algumas vezes a tentar reproduzir. Não ficaram ruins minhas tentativas, mas nem se comparam à versão original, em que as pétalas de cebola se soltam facilmente, o empanado é crocante e não se esfarela, e o molho é picante na medida certa. Aliás, quem não gosta de pimenta não deve se aventurar, já que o próprio empanado também possui alguma ardência, mesmo sem o uso do molho.

A Chris sorri porque finalmente vai experimentar a cebola bem feita

Embora seja comumente lembrado como um lugar para tomar chopp com os amigos e se entupir de porções e afins, o Outback é, sim, um restaurante, e seu cardápio prova isso. Há opções de massas, peixes, frangos, sopas, saladas e, claro, os famosos steaks que são a marca da casa. Existe uma seção do cardápio chamada "Favoritos para compartilhar", mas fora isso todas as opções são individuais . Os pratos de massa estão entre os mais baratos, custando menos de R$ 50 cada. Os peixes e frangos também são opções mais em conta, sendo o mais caro o South American Salmon (salmão com molho Remoulade, R$ 55,95). Todas as opções de proteína permitem ao cliente escolher um acompanhamento, entre dez disponíveis. Também é possível escolher acompanhamentos extra, por R$ 23,95 cada. Entre os acompanhamentos há diversos tipos de arrozes, além de batatas fritas, purês e legumes. Uma coisa curiosa é que vários dos nomes dos pratos fazem referências à Austrália, usando de termos geográficos (golden coast), da fauna (wallaby), do cinema (the mad max), entre outros.

Para ficarmos com a especialidade da casa, eu e Chris acabamos optando por steaks. Na página dedicada a eles no menu, há também as opções de ponto da carne disponíveis: bem passada, ponto para bem passada, ao ponto, ponto para mal passada e mal passada. Ao lado de cada opção há uma foto e um pequena descrição das características de cada ponto. Muito instrutivo e útil.

Sou forçado a confessar que não fui eu que tirei esta foto, peguei da internet

No dia de nossa visita, cada pedido de steak dava direito a uma balsamic green salad, cujo nome bonito se traduz em folhinhas de alface, com tomate e cebola, temperados com vinagre balsâmico. Esse mimo não é algo permanente, tanto que estava indicado com um adesivo colado no cardápio. Sendo assim, iniciamos nossa refeição com as simpáticas saladinhas.

Balsamiquinha greenzinha saladinha

Entre os steaks, Chris escolheu o The Outback Special® (miolo de alcatra de 325g na chapa, com tempero Outback, R$ 61,95). Chris pediu ao ponto para mal passada, e como acompanhamento ela escolheu o harvest brown rice (arroz integral com lentilha e castanha). O ponto da carne veio perfeito e, embora isso pareça obrigação, é uma raridade em nossas experiências gastronômicas. Chris gostou muito do arroz, levemente adocicado, que fez um bom contraponto à carne, com tempero ligeiramente picante. Pena que a carne tinha alguns pedaços bem "nervosos", o que prejudicou um pouco a experiência.

Carne ligeiramente nervosa

Minha escolha foi o The Porterhouse (corte de t-bone com cerca de 500g, na chapa, R$ 71,95). Como acompanhamento escolhi as homemade golden potatoes, uma batata grande, cozida e depois frita, servida com casca e cortada em quatro pedaços. A batata estava uma delícia, crocante e com tempero suave. O t-bone tem uma pequena parte de filé mignon e uma parte maior de contra filé. Infelizmente a parte do contra filé tinha, assim como na carne da Chris, pedaços com bastante nervo. Tirem as crianças da sala e me perdoem o palavreado forte, mas eu tive que regurgitar um naco que já estava na minha boca, porque estava impossível mastigar (acho que a Chris nem viu, e se viu, fingiu que não viu). Também achei que ela chegou à mesa um pouco fria. Isso posto, a carne estava com tempero agradável, e a parte de filé mignon estava bem macia - mas aí é moleza, né?

As batatas ganharam do t-bone

Não tinha muitas esperanças em relação à sobremesa no Outback. Achava que seriam opções genéricas, daquelas bem básicas. Mas até que a casa me surpreendeu, apresentando cinco opções que tentam fugir do óbvio, ao menos na descrição, como a Lajotinha Magma Cake (R$ 18) que, citando ipsis litteris o cardápio, é um "intenso bolo quente de chocolate com pedaços de Lajotinha Kopenhagen, servido com sorvete de baunilha, morango e nossa calda de caramelo". Convenhamos, parece a descrição de um petit gateau, não? Acabamos pedindo o "Chocolate Thunder From Down Under" (eles são bons para dar nome!), que é um brownie encimado por sorvete de baunilha e chantilly, com calda e raspas de chocolate (R$ 27,95). A porção é generosa, e mesmo já estando bem satisfeitos conseguimos comer tudo, já que estava uma delícia. Não sou grande fã de chantilly, e tive medo de a mistura ficar enjoativa, mas a proporção de doçura foi perfeita.


Taí o "trovão de chocolate de lá de baixo"

Não há outra palavra para descrever o serviço do Outback: impressionante. Com o salão gigante abarrotado de gente, parecia que só eu e Chris estávamos no restaurante. Leonardo, o garçom responsável por nossa mesa, estava por perto o tempo todo, e muitas vezes se antecipando às nossas demandas, como no momento em que trouxe mais molho picante enquanto comíamos nossa cebola de entrada. Também se mostrou atencioso quando veio avisar que a Billabong Hour, que dá desconto no preço das bebidas alcoólicas das 17 às 20 horas, estava para acabar. Outro ponto a favor do serviço são os pequenos agrados, como o couvert de cortesia e a saladinha antes dos pratos principais (embora o preço cobrado justifique os "presentes"). Digno de nota, ainda, o fato de nossas carnes terem sido servidas exatamente no ponto em que desejávamos. E, para terminar os elogios, o tempo de espera entre cada prato foi perfeito, o que nos fez imaginar a loucura que deve ser a cozinha do lugar. Mas uma loucura repleta de organização, certamente. Ao final não demos nota máxima para o serviço, provavelmente porque o treinamento dos garçons, que certamente é de excelência, talvez os faça perder um pouco da espontaneidade e da "magia", que é aquele algo a mais que transforma uma nota 9 em nota 10.

Acompanhamos as nossa refeições com alguns chopps Brahma que, graças à citada Billabong Hour, saíram por R$ 4,97 a caneca de 340ml (o preço normal é R$ 9,95). Há também uma pequena carta de vinhos e algumas opções de cervejas long neck nacionais e importadas.

Esse já foi

Os preços do Outback não são exatamente baratos, mas ao final da refeição consideramos o custo-benefício bom, uma vez que as porções são bastante fartas e a qualidade da comida é satisfatória. Saímos de lá com couvert, três chopps de 340ml cada um, entrada, prato principal, sobremesa e uma água no bucho, e foi baseado nisso tudo que demos nossa nota nesse quesito. Na hora de responder à pergunta sobre se voltaríamos ou não ao restaurante, ambos concordamos que é um excelente lugar para tomar chopp e comer aperitivos, exatamente o que a maioria das pessoas faz, e que voltaríamos para algo assim. Não é espanto notar, portanto, que as notas referentes aos pratos principais estão entre as piores, tanto na minha avaliação quanto na da Chris. Mas voltar para comer aquele cebola e tomar um chopinho...só se for agora!

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 6
Serviço(2): 9 e 9
Entrada(2): 8 e 8
Prato principal(3): 7 e 6,5
Sobremesa(2): 7 e 8
Custo-benefício(1): 8 e 7
Média: 7,58 e 7,37
Voltaria?: Sim e sim

Serviço:
Centervale Shopping - Avenida Deputado Benedito Matarazzo, 9403 - Jd. Oswaldo Cruz - São José dos Campos - São Paulo
Telefone: (12) 3911-3220
Site: https://www.outback.com.br/home/
Facebook: https://www.facebook.com/OutbackSteakhouseSaoJosedosCampos/









quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Vistah (Taubaté - SP) - 28/10/2014

Eu estava até um pouco preocupado com a chegada, afinal nunca tinha ido ao Shopping Via Vale Garden, em Taubaté, onde está instalado o restaurante Vistah. Mas há muitas placas à beira da Dutra indicando a entrada certinha para chegar lá. Eu já sabia que ele ficava no primeira andar, e que tinha vista para a Dutra, portanto foi fácil encontrá-lo. Fica no mesmo andar da praça de alimentação do shopping, mas certamente não se pode confundí-lo com um estabalecimento típico de um centro de compras.

Casal na entrada do restô


Chegamos por volta de 19h30, e não havia nenhum cliente por lá. Acabamos optando por ficar em uma mesa na varanda, embora a casa ofereça algumas na parte interna. Mesas redondas (eu particularmente gosto), ambiente informal (o lugar também funciona como chopperia), pouca luz e MPB rolando. Muita Marisa Monte, diga-se. O cd dos Tribalistas chegou a tocar quase inteiro. Nada contra. Gostamos também do jogo americano, com algumas frases de pessoas conhecidas sobre comida, e também sobre a vida em geral. Uma mulher que parecia a gerente se colocou à disposição e nos trouxe o cardápio depois de uns dois minutos. Sendo chato, poderia ter sido mais rápido, já que não tinha ninguém, e ela nos viu chegar. E, no caso, estou sendo chato. Mas a vista era bonita, o máximo que uma vista pode ser bonita em um restaurante localizado à beira da Dutra em Taubaté. Era finzinho de tarde, e o sol morrendo nas montanhas fez um belo cenário.


O cenário, quando o sol já tinha morrido
O bacanudo jogo americano


Pouco depois veio a garçonete. Pedimos o couvert (R$ 5,90 por pessoa), que no cardápio indicava "Pães variados, patês, manteiga". Veio o couvert. Pães variados? Sim. Torradas com orégano, pãezinhos com gergelim (quentinhos!), pãezinhos com orégano (quentinhos!), grissinis. Patês? Não. Três potinhos, um com um creme que não detectamos exatamente (parecia um rosé metido à besta), um com ricota e UMA pimenta biquinho (poderiam ser duas, né?) e um com manteiga. Apesar disso, veio bem bonitinho de se ver. Se a propaganda não tivesse sido enganosa, teríamos gostado mais. Acompanhamos com dois chopps da Brahma (R$ 6,50 cada, 300ml), em boa temperatura e colarinho no jeito. Diz-se que antes a casa servia chopp artesanal de Taubaté. Pena não haver mais essa opção.

O couvert, sem patês


Como entrada pedimos a Salada Vistah (R$ 20,90), com alface, rúcula, tomate cereja, palmito e endívia marinada no azeite e grelhada. Belíssima apresentação. Nunca tinha comido a tal endívia. A Chris, ao experimentar, lembrou que já havia comido, mas não daquele jeito. Temperamos com azeite e sal, que eram as opções à mesa. Nesse meio tempo em que comemos o couvert e a salada, a garçonete veio nos perguntar umas 500 vezes se já tínhamos escolhido o prato. Duas dessas 500 vezes foram logo que nos sentamos, em coisa de cinco minutos. Simpática a moça, mas um pouco afoita. Ou bipolar, porque depois ela passava um bom tempo sem aparecer. Mas foi divertido. O serviço, aliás, é bem informal, o que nos deixou à vontade. A garçonete só precisa de um pouco mais de equilíbrio. Não que ela tenha caído com nada (quaqua), mas um equilíbrio entre o excesso de zelo e o descaso.

O casal e a bela Salada Vistah


Como o restaurante tem serviço empratado, eu e Chris poderíamos escolher cada um o seu prato. Vale lembrar que há algumas opções de pratos para duas pessoas, como o galeto grelhado e a picanha. Mas, como sempre gostamos de fazer nesses casos, cada um escolheu um, pra que um experimentasse o do outro. Coisa de gente esperta. Ou comilona. O cardápio é trivial. Há algumas opções de pratos leves, outras de frango, outras de peixe, outras com carne, depois uma sequência do que eles chamam de "Tradicionais", com "Filé à parmegiana", "Filé à Oswaldo Aranha", "Filé à francesa", entre outros.

A Chris ficou com o "Tornedor ao porto" (R$ 40,90), que consistia em um filé mignon alto ao molho de vinho do porto, com purê de mandioquinha e arroz branco. Veio com uma bela apresentação, apetitosa. Chris pediu o mignon mal passado, como de praxe, só que dessa vez, incrivelmente, ele veio mesmo mal passado! Coisa rara, já que eles nunca acreditam que uma moça distinta queira comer sangue. Sim, ela quer, senhoras e senhores! Ponto pro Vistah, que acertou no ponto. O bife com o molho de vinho, junto com o purê, estava de fato delicioso. Chris detonou o filé e o purê, e não tocou no arroz. E Chris adora arroz. Veredicto: o arroz é totalmente desnecessário no prato. Tanto em termos de sabor quanto em termos de apresentação e nutrição. Embora não sejamos especialistas em nutrição.

O belíssimo tornedor com purê, e o desnecessário arroz


Eu pedi o "Filé à Oswaldo Aranha" (R$ 41,90), prato típico do Rio de Janeiro, e do Brasil, que na versão do Vistah vem com dois bifes de filé mignon ao molho de alcaparras na manteiga e pimenta biquinho (dessa vez eu pude comer mais de uma), acompanhado de arroz, batatas portuguesas fritas (tipo chips) e farofa. Nada errado com o prato, comi bem, mas quando acabou meu molho de alcaparras ficou impossível comer o resto, porque a farofa estava muito seca. Talvez uma farofa mais molhadinha, ou mais molho no bife, caíssem bem. De qualquer forma, não sobrou sequer uma batatinha no meu prato. Estavam crocantes e bem salgadinhas.

O filé do Seu Oswaldo

Casal e seus pratos


Para a sobremesa, fomos no clássico "Petit Gateau" (R$ 15,90), servido com sorvete Rochinha, fabricado na região do litoral norte paulista. Mais uma vez, bela apresentação, com o prato salpicado de castanha de caju e chocolate em calda, além de um morango sobre o bolinho. Aliás, deveriam tirar as folhinhas do morango, muito chato ter que comer uma sobremesa e ficar se preocupando com o que vem na colher. O bolinho estava um pouquinho murcho, mas nada que atrapalhesse o sabor, que estava bem bom. Tanto que, mesmo já empanturrados, comemos tudo.

O bonitíssimo Petit Gateau


Ao final, a notícia que a Chris mais gostou: não é preciso sair do shopping, ou mesmo do restaurante, para fumar. Embora a área das mesas seja coberta, há um espaço ao lado, mais pra perto do bar, em que é possível fumar, já que não há cobertura. Assim ela não se sente uma pária, uma proscrita, uma desterrada. E esse fator é o que mais pesou pra ela dizer que voltaria ao restaurante em outra oportunidade.

Fato é que há restaurantes em que a gente não sabe o que escolher, de tanta coisa interessante que tem, e fica com vontade de voltar outras vezes, pra comer o que ficou pra trás. Não é o caso aqui. Há o básico, que descobrimos ser bem feito e bem apresentado, e apenas algumas receitas que arriscam um pouco mais. Se esse número aumentar, certamente estaremos lá pra conferir, porque potencial o restaurante tem de sobra.

Obs: À guisa de informação, vale dizer que o gerente da casa é Marcos de Oliveira, meu grande amigo e irmão. Mas basta ler a análise pra saber que ela foi a mais isenta possível. Acho que é isso que ele merece e espera, nossa sinceridade. Tanto no que foi bom quanto no que não foi tão bom.




AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):


Ambiente(2): 10 (o que não faz um fumódromo!!) e 8
Serviço(2): 7 e 7
Couvert(2): 5 e 6
Entrada(2): 7 e 7
Prato principal(3): 8 e 7
Sobremesa(2): 8 e 8
Custo-benefício(1): 7 e 7
Médias:  8,07 e 7,69
Voltaria?: Sim e sim (uma por poder fumar, o outro se houver novidades no cardápio)


Serviço:
Via Vale Garden Shopping - Avenida Dom Pedro I, 7181 – Loja 208 – Piso L2
CEP: 12091-000 – Taubaté – SP 

Email: contato@vistahrestaurante.com.br
Site: http://www.vistahrestaurante.com.br 
Facebook: Vistah