Mostrando postagens com marcador tailandesa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador tailandesa. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Sawasdee (Rio de Janeiro - RJ) - 09/03/2015

(Este texto foi escrito na volta da nossa viagem de férias, ou seja, depois de um bom tempo da ida ao restaurante, baseado em nossas anotações, fotos e memórias. Alguns detalhes podem ter se perdido no tempo e no espaço)  

Em todas as cidades que possuem algum restaurante que faz parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança eu e Chris sempre fazemos questão de procurar um deles pra fazer uma visita. Não poderia ser diferente no Rio de Janeiro. Há várias opções, portanto escolhemos um que fosse mais perto de onde estávamos hospedados. Decidimos pelo Sawasdee, especializado em comida tailandesa, que fica no Leblon, na badalada Rua Dias Ferreira.

Estávamos hospedados em Ipanema, e fomos de táxi até lá. Corridinha rápida, de uns dez minutos, no máximo. Mesmo com o endereço, foi um pouco difícil achar, já que não há na fachada nehuma sinalização muito clara com o nome do restaurante. Do lado de dentro, ambiente pequeno, luz indireta e alguns elementos de decoração lembrando a Tailândia. Do lado de fora algumas mesinhas como opção em uma agradável varanda. Acabamos optando por ficar do lado de dentro. Chris se incomodou com o ar-condicionado, que segundo ela estava muito frio. Também não gostou do fato de as mesas serem muito próximas umas das outras. Já eu me incomodei com o fato de o banheiro masculino não possuir nem sabão e nem papel toalha. Faltou uma checada antes de abrir a casa.

Uma geral do restaurante

Pedimos nossa Bohemia long neck (R$ 9,00) e recebemos de brinde uma inusitada porção de...Mandiopã! Sensacional. Quem tem menos de 30 anos não deve saber o que é, muito embora a marca tenha voltado a vender há pouco tempo, sem o mesmo sucesso de outrora. Trata-se de salgadinhos a base de mandioca, que depois de fritos aumentam de tamanho, ficando crocantes, mais ou menos parecido com um Baconzitos em aspecto e consistência. Quem leu Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, deve se lembrar do enfermeiro dele que toda hora dizia "não esquenta a cabeça senão caspa vira Mandiopã". Também ficou conhecido como Fritopan depois que foi adquirido por uma grande empresa. Não chega a ser uma entrada refinada, mas combinou bem com nossa cervejinha.

Embora tenhamos achado interessante o Mandiopã, claro que pedimos uma outra entrada. E com nome tailandês: Satay Kung, espetos de camarão com paçoca spicy e salada de acelga (R$ 28,00). Estiveram deliciosos, comemos dois espetinhos cada um, muito bem acompanhados da saladinha, que tinha um molho algo doce que contrastava bem com o picante da farofa.

Sim, eu sei, ficou uma merda a foto

Para os pratos principais, o cardápio é recheado de nomes em tailandês, alguns engraçados para nós, como o Tom Kha Gai, que vem a ser uma singela sopa de gengibre e outros ingredientes. Há opções para todos os gostos, entre carnes, peixes, frutos do mar, caldos e massas. Os pratos são individuais, e a maioria fica entre cinquenta e cem reais. Também há indicações sobre o grau de picância de cada um, para que nenhum ocidental seja surpreendido pelas pimentas orientais.

Chris foi de Chu Chi Salmon, que não tem nada a ver com sushi, e sim com salmão ao curry vermelho com farofa de manjericão e amendoim (R$ 66,00). Ela começou a comer e a manifestar contentamento genuíno. Mas não durou muito. O contentamento se transformou em enjôo (desculpe-me a reforma ortográfica, mas "enjoo" é muito feio). Não conseguiu ir até o fim. Achou que talvez tenha sido excesso do molho curry, que obliterou todo o resto do prato. Uma pena, porque a farofa estava bem gostosa, e a apresentação era bem bonita.

Veio mesmo muito curry, né?

Eu pedi o prato da boa lembrança, que era o Pla Saladeng (ah, esses nomes), que se consistia em cherne crocante com fios de pupunha na manteiga de capim limão (R$ 90,00). Os fios de pupunha vieram por baixo, parecendo um macarrão, com o cherne por cima e uma pimenta dedo-de-moça sobre ele. Apresentação interessante, embora não seja possível, ao menos para mim, comer uma pimenta dedo-de-moça inteira. E se está no prato, é pra comer, certo? Afora isso, meu prato padeceu do mesmo problema que o da Chris: ficou enjoativo depois de um tempo. Talvez fosse a manteiga de capim limão. Fato é que também não consegui comer tudo.

Pensando bem, parece mesmo um hamburgão, isso sim

Para a sobremesa pedimos ganache de chocolate com castanha do pará e morangos flambados no sakê, acompanhado de sorvete de creme (R$ 22,00). Com esse monte de coisa dava pra fazer uma apresentação mais caprichada, mas era simplesmente um ingrediente ao lado do outro. Faltou inspiração. Chris já estava meio enjoada por causa do prato principal, e achou a ganache enjoativa. Eu gostei da mistura, com o levíssimo sabor de álcool da calda quente junto aos ingredientes gelados.

Mas assim até eu montaria, pô...

Também tomamos uma caipirinha de lichia, fruta muito popular na Tailândia. Bonita, mas o gosto não estava lá essas coisas, tanto que o pingaiada aqui nem tomou tudo.

Bonitona, mas sobrou na mesa. A caipirinha.


Havia muitos funcionários para atender as mesas, que não são tantas assim, resultando portanto numa atendimento sempre rápido. Além disso todos foram solícitos, simpáticos e educados o tempo todo. Houve apenas um pouco de demora na entrega das cervejas, mas que não chegou a comprometer muito.

Como nada do que comemos nos embasbacou, e a conta ficou um pouco salgada, claro que o custo-benefício caiu bastante, muito embora seja evidente o cuidado no preparo e na apresentação dos pratos. Por conta dessa relação entre o que comemos e o que pagamos, ambos concordamos que não faríamos uma segunda visita ao Sawasdee. A palavra, por sinal, é usada para cumprimentar alguém em tailandês, como se fosse um "oi". Infelizmente, baseado em nossas experiências neste noite, temos que dizer "tchau".


AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 6 e 7,5
Serviço(2): 8 e 8
Entrada(2): 9 e 8
Prato principal(3): 5 e 6
Sobremesa(2): 6 e 7
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 6,5 e 7,08
Voltaria?: Não e não


Serviço:
Rua Dias Ferreira, 571 - Leblon - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2511-0057
Site: http://www.sawasdee.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Sawasdee-Bistr%C3%B4/167049110014031?fref=ts

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Thai Brasil (Paraty-RJ) - 13/11/2014

Depois de uma viagem cansativa, na chuva, chegamos ao restaurante Thai Brasil, em Paraty, já depois das dez da noite. Localizamos sua discreta portinha de entrada, atravessamos seu estreito corredor, e chegamos ao salão, delicadamente decorado pela própria chef alemã Marina Schlaghaufer. Muitos quadros de flores, mesas coloridas, lousas com partes do cardápio escritas à mão, um pequeno quintal com um jardim, e a cozinha, completamente aberta para que os aromas tomem conta do lugar. Embora não seja tão incomum podermos ver os cozinheiros trabalhando, aqui o conceito vai além, já que não há sequer uma parede de vidro, ou qualquer obstáculo parecido. Dá até pra sentar em um balcão ao lado da cozinha, e ali ficar.

 
Chris na entradinha do restaurante
Fê no balcão ao lado da cozinha

Nos sentamos em uma mesa pra dois, recebemos o cardápio, depois ficamos esperando. E esperando. E esperando. Ao longe dava pra ver a garçonete que nos trouxe o cardápio conversando com seus colegas. Diz a Chris, que estava de frente, que um dos funcionários chegou até a ensaiar uma dancinha para os outros. Mas nada de olharem pra gente. E só havia clientes em mais uma mesa. Eu quase me levantei pra ir até lá pedir nossa entrada. Na hora já pensamos "eita, que esse serviço vai levar nota baixa". Já estamos ficando metidos com esse negócio de blog. Pouco depois a moça voltou, pra pegar nosso pedido. Foi simpática. Atenciosa. Nos deu explicações sobre os pratos. Nos demoveu da idéia de pedir uma entrada mais dois pratos principais, porque achou ser exagero. E acabou dando uma subida no nosso conceito.

Pedimos uma long neck da Bohemia (R$ 8,00), que veio em temperatura estúpida. No bom sentido. Como entrada, vieiras grelhadas com manjericão tailandês, cogumelos e macarrão (R$ 45,00). Veja a foto aí abaixo que vai dar pra entender melhor o prato. Vieiras, pra quem não sabe (como nós não sabíamos direito), são moluscos que vivem dentro de conchas. Tipo um marisco. O gosto é bem semelhante , inclusive. O macarrão que veio junto, tailandês, tinha gosto parecido com macarrão de miojo. Mas a mistura era saborosa, e não muito condimentada. Pra acompanhar a entrada pedimos um drink chamado Cai Tai (R$ 20,00), feito com lichia. Prefiro a nossa caipirinha.


As vieiras e a Chris apanhando do hashi

Antes de falar sobre o prato principal, uma explicação: estava rolando em Paraty, durante nossa estadia, um festival chamado Folia Gastronômica, em que o ingrediente homenageado era a mandioca. Cada restaurante participante do festival tinha que criar um prato utilizando a raiz. O cliente que pedisse esta comida ganharia de brinde um prato decorado do festival, feito pela Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança (quem não conhece a associação, clique aqui para saber como funciona).

Pois bem, o Thai Brasil fazia parte do festival, então queríamos garantir nossa lembrança. Pedimos então o peixe vermelho ao molho de pimenta, acompanhado de arroz de jasmim (R$ 75,00). Pois é, nada de mandioca. Depois olhamos o folder que indicava todos os pratos participantes (34 no total), e o Thai Brasil foi o único a não respeitar a regra. O prato tem apresentação simples: o peixe vem inteiro, frito (inclusive eu fui bisbilhotar a cozinha, e cheguei bem na hora em que a cozinheira o colocava na frigideira, em imersão), com um pouco do molho de pimenta por cima, mais uma cumbuquinha de molho ao lado. Acompanha uma porção de arroz de jasmim. Seguindo a dica da garçonete, pedimos outra porção de arroz de jasmim (R$ 8,00). De fato o prato foi suficiente pra nós dois, portanto ponto pro serviço, que jogou contra o próprio patrimônio, mas evitou desperdício. O peixe estava bem gostoso, e como o próprio restaurante colocou na descrição do prato, "a crocante pele contrasta com a carne suculenta". O molhinho de pimenta era picante na medida, acompanhando o sabor do peixe sem acabar com ele. A Chris não gostou do arroz, achou sem sal. Eu já acho que arroz é pra ser assim mesmo. De modo geral, gostamos do prato, até porque era difícil errar com um peixe frito inteiro.

Casal e o peixe ainda inteiro
É, não dá pra dizer que tava ruim...

Para a sobremesa haviam apenas duas opções. Normalmente gostamos quando isso acontece, pra não ficarmos muito na dúvida. As duas envolviam bananas, pra alegria do Feu Pereira (pra quem não conhece o Feu Pereira, meu tio, isto é uma piada, porque o Feu Pereira treme ao ouvir a menção do nome "banana". Ah, e ele escreve o Guia Ranzinza, divertidíssimo, sobre os bares que vai em São Paulo, uma das inspirações para este blog). Pedimos a banana frita com sorvete de creme e raspas de côco (R$ 18,00). Assim, gostoso, e talz, mas né? Um sorvete, com duas bananas fritas e um pouco de coco por cima. Sem acento no lugar errado, por favor. Ah, e um guarda-chuvinha de enfeite! A combinação é boa, eu gostei mais do que a Chris, mas é decerto bem simples, qualquer jacu pode fazer.

Casal e a sobremesa bonitinha


Gostamos muito do ambiente da casa. Os aromas que são liberados pela cozinha fazem a espera ser das mais agradáveis. A decoração também é bonita. A garçonete começou  mal, mas depois se redimiu parcialmente, e chegou até a ensinar a Chris a usar o hashi (os pauzinhos que os orientais usam pra comer). Mas, por conta do festival, acabamos não pedindo alguma especialidade da casa, como o pad thai (macarrão tailandês frito com camarão, legumes e amendoim). Talvez um desses pratos nos encantasse mais do que o peixe vermelho. Eu daria uma segunda chance ao Thai Brasil justamente pra poder experimentar um desses pratos. Mas Chris acha que não valeria uma segunda visita. Na opinião dela o custo-benefício não vale a pena. Mas a experiência tailandesa foi agradável de um modo geral, e nisto ambos concordamos.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 8
Serviço(2): 7 e 8
Entrada(2): 7 e 7
Prato principal(3): 6,5 e 7,5
Sobremesa(2): 5 e 6,5
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 6,54 e 7,29
Voltaria?: Não e Sim

Obs: Os textos sobre os outros dois restaurantes visitados em Paraty serão postados ao longo da semana, para não empanturrar nosso milhões de leitores.

Serviço:
Rua do Comércio, 308-A - Centro Histórico - Paraty - Rio de Janeiro
Telefone: (24) 3371-2670
Site: http://www.thaibrasil.com.br/

Facebook: Thai Brasil