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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Montserrat (Pirenópolis - GO) - 11/03/2017


Cento e sessenta e oito quilômetros. Essa foi a distância percorrida para podermos almoçar no Montserrat, em Pirenópolis. A explicação: estivemos hospedados na cidade durante a semana, quando o restaurante não abre. Nossa visita se deu quando já estávamos instalados na cidade de Goiás, e portanto tivemos que fazer o percurso de volta, em um sábado. Mas por que tanto esforço para apreciar a gastronomia do chef catalão Juan Pratginestós? Resposta: a sanha de colecionador deste que vos escreve. O Montserrat é o único restaurante em todo o estado de Goiás que faz parte da Associação dos Pratos da Boa Lembrança, confraria cujos associados entregam pratos decorativos de brinde aos clientes que pedem um determinado item do cardápio.

Chegamos ao restaurante por volta de uma da tarde de um dia ensolarado. Não fosse a logomarca do restaurante e as mesas na varanda, daria para confundir o lugar com uma bela casa, com seu muro de pedras, algumas pequenas árvores e até uma caixa de correio. Sua localização é privilegiada, à beira do Rio das Almas, que cruza o centro de Pirenópolis, e em frente a um bambuzal. Há um ambiente interno, pequeno e climatizado, mas claro que escolhemos uma mesa na varanda, onde, raridade das raridades, era até permitido fumar. Destaque negativo para as cadeiras, bastante desconfortáveis para quem vai passar cerca de duas horas sobre elas. 

Donde nóis num fiquemo

Donde nóis fiquemo

"Quer me ver feliz, me dê um cinzeiro"

Há três entradas frias e cinco entradas quentes no cardápio. Parte delas tem influência espanhola, como a Tortilha de Dona Montse (mãe do chef Juan, e inspiração para o nome do restaurante), que traz uma prato clássico da culinária do país, uma espécie de omelete. Para não fugirmos da terra natal do chef, ficamos com as iscas de filé ao Jerez (filé salteado com alho e cebola, com molho do fundo da carne e vinho Jerez, servido com pão da casa, R$ 30). Pão muito gostoso, macio, mas sem aquela consistência murcha. Carne também macia, cortada em tamanhos adequados. Molho delicioso, com o vinho Jerez presente, mas não de forma agressiva. Como disse a Chris, se eu estivesse em casa certamente teria lambido o prato. Mas mantive a urbanidade.

"Eu nego que vá lamber esse prato"

Antes de falar dos pratos principais, vale um registro sobre o aspecto físico do menu. São folhas de papel pardo impressas, listando os pratos, suas descrições e preços. Mas aqueles que couberam a nós estavam um pouco apagados, e às vezes isso dificultava um pouco a leitura de alguns itens. Quantas às opções, são muitas, mais de vinte, com influências diversas, desde a já citada espanhola, até italiana, portuguesa e húngara. Os pratos são individuais e, à exceção da seção de frutos do mar que é um pouco mais cara, ficam numa média de R$ 47. Entre aqueles que quase pedimos estavam o risoto de rabada e o frango "al chilindrón", uma preparação à base de molho de tomate e pimenta, tipicamente espanhola.

Chris não teve muita escolha em relação ao seu prato principal. Como já dito anteriormente, o Prato da Boa Lembrança só é entregue mediante o pedido de um determinado prato, que no caso do Montserrat envolvia bacalhau, pescado de que não sou fã. Então a Chris ficou com o Bacalhau com samfaina e batatas em salsa verde (R$ 95). Eu falei antes sobre o preço dos pratos, mas faltou dizer que existe uma "inflação", à qual já estamos acostumados, no caso dos pratos da Boa Lembrança. Explicando, a samfaina, que não conhecíamos, é uma preparação feita com vários legumes (abobrinha, berinjela, pimentão, tomate e cebola), também conhecida como "ratatouille catalão".

Aos sabores, pois. A samfaina estava gostosa, com sabor bem picante. Chris adorou as batatas, que são puxadas na manteiga e vinho branco. Ela conseguia sentir o sabor do vinho de maneira sutil, como deve ser. O bacalhau também estava bom, mas ela achou o todo muito molhado, faltou algo para reter tanto caldo. Mas o pior defeito do prato foi mesmo a proporção. Uma quantidade muito grande de comida, que transformou o que era gostoso em algo enjoativo ao final da refeição. Se a samfaina e as batatas viessem na proporção do pedaço de bacalhau, seria perfeito. Chris deve ter comido, no máximo, dois terços do que havia, e claro que isso prejudicou sua apreciação final.


Menos, bem menos, Sr. Juan!

Resolvi fazer um pedido fora da culinária ibérica, e escolhi o goulash com fettuccine (carne guisada com cebola, tomate, caldo de legumes, vinho branco e páprica, com fettuccine puxado na manteiga e salsinha, R$ 46). Trata-se de uma receita húngara, aqui acompanhada de macarrão na manteiga. A carne estava bem macia. Quando experimentado sozinho, o macarrão estava um pouco sem graça. Sorte que o molho do goulash estava bem gostoso, o que salvou algumas garfadas. Eu digo algumas porque o molho não foi suficiente para dar sabor a todo o macarrão. E aí entra o mesmo problema do prato da Chris: erro na proporção. Basta ver a foto para saber que é muito macarrão para pouco goulash - e é bom deixar claro que, para mim, deveria vir menos macarrão, e não mais goulash, para vocês não acharem que eu sou um ogro.

Sr. Juan, eu já não disse pra colocar menos?

O cardápio ostenta com orgulho o fato de os sorvetes da casa serem feitos em uma sorveteira (SORVETEIRA, e não SORVETERIA) italiana Carpegiani dos anos 50. É a moda do vintage como agregador de valor. Por conta disso,  três das quatro opções de sobremesa tem sorvete na composição - nada contra, diga-se. O mais comum é dividirmos essa etapa da refeição, mas decidimos fazer pedidos separados. Ao final aconteceu algo curioso, já que, ao experimentarmos o prato um do outro, resolvemos trocar, mais ou menos quando já estávamos na metade deles. Mas as notas ao final são dadas para os nossos pedidos originais. 

Chris pediu a ganache de café (com chocolate meio amargo e café, servido com calda de morango, R$ 16). Como ela adora café, achou esse ingrediente muito sutil na receita, que acabou ficando muito doce. Ela imaginou que uma calda, talvez com algo alcoólico, poderia dar uma quebrada nisso. Mas ela gostou bastante. Eu, que comi metade, achei uma delícia, até porque não sou mesmo muito fã de café. E morango com chocolate é covardia, né?

Covardia!

Apesar de minha afirmação acima de que não gosto de café, também não sou chegado em coerência, e pedi as mantecadas com sorvete de café (antigo biscoito catalão feito com farinha de amêndoa, trigo e banha de porco, com sorvete de café e cardamomo, R$ 16). Eu simplesmente não resisti à descrição do que são as tais mantecadas. Apresentação muito bonita, com os biscoitos vindo bem quentinhos, e com sabor bem intenso. Mas o sorvete de café tinha muito gosto de café (se eu estivesse falando, e não escrevendo, seria o momento de eu ser xingado pelos meus interlocutores pela obviedade da declaração). Ok, xingamentos à parte, o fato é que o sabor forte da mantecada com o sabor forte do café foi uma briga dura demais, em que os dois saíram perdendo.

Ninguém ganhou com tanta violência

A garçonete que nos atendeu parecia nova na função, mas era muito esforçada. Com o restaurante relativamente cheio na parte de dentro, havia entre nós a preocupação de sermos esquecidos na varanda, coisa que aconteceu raríssimas vezes, e por pouco tempo. Outro funcionário, que parecia ser o maitre, vinha a todo momento perguntar se estava tudo certo, parecia estar supervisionando o trabalho da colega.

Chegamos a tomar um susto no começo do atendimento, quando a garçonete nos disse que o Prato da Boa Lembrança só era servido no jantar. Ao ver a cara de decepção da Chris ela se compadeceu genuinamente, e voltou à cozinha para ver se era possível dar um jeito. O jeito foi dado, mas talvez isso explique porque demorou quase uma hora para que os pratos principais fossem servidos. No restante do serviço o tempo de espera foi dentro da normalidade.

Os preços do Montserrat não são nada absurdos, o atendimento é bom e o ambiente, apesar das cadeiras duras, é agradável. O sabor dos pratos, se não foi inesquecível, ficou longe de ser ruim. O maior problema que encontramos foi uma falta de sutileza e de cuidado no porcionamento. Como isso aconteceu com os dois, parece algo crônico. Por conta disso, depois de termos dirigido quase 350 quilômetros, entre a ida e a volta, para almoçarmos ali, chegamos à conclusão de que não faríamos isso de novo. O que não significa, de maneira nenhuma, que tenhamos nos arrependido de fazê-lo. Afinal, o mais importante é que o colecionador obsessivo tem mais um Prato da Boa Lembrança. E o Montserrat será, no final das contas, uma boa lembrança.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 6 e 6,5
Serviço(2): 8 e 7
Entrada(2): 7 e 7,5
Prato principal(3): 6,5 e 6,5
Sobremesa(2): 7 e 6,5
Custo-benefício(1): 7 e 6,5
Média: 6,87 e 6,75
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Rua Ramalhuda, 11 - Beira-rio - Pirenópolis - Goiás
Telefone: (62) 3331-2628
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Montserrat-Gastronomia/288690241331893







quarta-feira, 10 de junho de 2015

La DOC Gastronomia (Sorocaba - SP) - 30/05/2015

DOC. Denominazione di origine controllata. A sigla italiana é usada para certificar produtos agrícolas diversos. É como um atestado de qualidade. O restaurante sorocabano de cozinha italiana La DOC Gastronomia, ao usar  tal sigla em seu nome, está nos dizendo, provavelmente,  que só usa ingredientes de qualidade em suas receitas. Em nossa viagem para Sorocaba teríamos apenas uma noite para jantar fora, por isso escolhemos o único estabelecimento da cidade que tem uma estrela no Guia 4 rodas, publicação que sempre usamos para nos guiar em nossas andanças pelo Brasil.

Quando se entra no lugar, a primeira coisa que chama a atenção é o pé direito alto, bem acima dos padrões normais. A impressão é a melhor possível, claustrofobia zero. Outro diferencial é uma pequena árvore no meio do salão. Restaurantes chiques adoram um lusco-fusco, mas aqui a iluminação, embora suave, é bastante farta, o que muito me agrada. Em uma das laterais, parede com tijolinhos à vista, completando o agradável ambiente. Mas uma coisa desagradou: a sinalização que indica qual banheiro é masculino e qual é feminino é discreta demais, ficando difícil de se verificar de longe qual é qual. Ou seja, para quem não enxerga muito bem, só dá para saber chegando bem pertinho, e neste momento você tem cinquenta por cento de chances de estar na porta do lugar errado.

Isso sim é um pé direito!

Escolhemos uma entrada bem italiana, as bruschettas com presunto, queijo e folhas verdes (R$ 39,00). Devo dizer que já comemos bruschettas melhores feitas em casa por minha mãe. Mas aí é covardia. Vou melhorar (ou piorar): eu mesmo já fiz bruschettas melhores. O pão estava bem crocante, e o todo não estava ruim, mas não era nada mais do que presunto, queijo e folhas verdes por cima de uma torrada. Esperava algo mais elaborado, pelo preço e pelo local em que estávamos.

Não conquistou

No quesito "prato principal", claro que o forte do cardápio são as receitas italianas. Aliás, todos os pratos vem com o nome em italiano, e logo abaixo a "tradução" em português. Muitas opções de massas diversas, mas também carnes e frutos do mar. E também massas misturadas com carnes ou com frutos do mar. Várias alternativas que aguçam o paladar, portanto foi daqueles dias em que demoramos um pouquinho a escolher nossas refeições. Os pratos são todos individuais, e custam em média sessenta reais.

Nosso pratos, depois de muita escolha

Chris não queria ficar longe de seu amado filé mignon, mas também queria algo tradicionalmente italiano. Por isso foi de mignon envolto com presunto cru grelhado e risoto de alcachoras (R$ 64). Quando ela experimentou os dois juntos, achou muito bom. Mas individualmente o risoto estava com excesso de sal. A carne não veio exatamente mal passada como a Chris desejava, mas chegou perto. Um pouco de alho poró frito veio por cima da carne, e deu crocância ao prato. Apresentação apenas razoável.

Chris gostou, ma non troppo

Eu, que sempre gosto de experimentar algo que nunca comi, fui de massa fina com tinta de lula, lula, polvo, camarão, rúcula e tomate cereja (R$ 66). No caso o que eu nunca tinha comido era a tal tinta de lula, que dá um sabor bem forte ao prato. Por falar em força, a comida veio quente demais, e quase queimei minha boca, que foi salva por um providencial gole de água. Se estivesse em casa eu teria cuspido de volta no prato. Mas os frutos do mar estavam no ponto certo, o tomate deu uma adocidada interessante, e o sabor estava bom. Só a rúcula que eu achei que sumiu um pouco no meio de tudo, não senti sua presença, embora tenha visto que ela estava ali.

Buono, ma ben caldo

Na hora da sobremesa, Chris queria uma à base de café (que eu não gosto) e eu queria uma que envolvia figos (que ela não gosta). A solução, claro, foi cada um pedir a sua.

Chris então escolheu a ganache de chocolate com avelãs e calda de café (R$ 24). Ela adorou os grãozinhos de café que vieram junto com o doce. Estavam bem crocantes, e eu até fui forçado a comer um. Também gostou da calda e do recheio de avelãs, mas achou a ganache, que era o principal, um pouco sem graça.

Bem da bonitinha, não?

Minha escolha foi o merengue feito em casa com figos e morango na calda de vinho (R$ 25). Não sei na casa de quem o merengue é feito, mas estava um pouco duro, deu um certo trabalho para quebrar. Mas achei a mistura muito harmoniosa, sem excesso de açúcar, e visualmente tentadora, embora um pouco bagunçada. Mas doce é para dar água na boca, não necessariamente para ser lindo. Já comi belos cupcakes que deveriam ser apenas artigo de decoração.

O "massaroco" gostoso

O serviço nos incomodou um pouco no começo, quando o restaurante estava vazio e uma turma grande de clientes foi acomodada bem ao nosso lado, tirando um pouco da nossa privacidade sem necessidade. Mas, depois que o lugar encheu um pouco, havia quase um funcionário por mesa, e sempre atentos, embora evidentemente houvesse alguns mais atentos que outros. Quando eu precisei da conta, por exemplo, apenas tive que levantar a cabeça, e um deles bem ao longe percebeu meu gesto característico de solicitação da dolorosa. Quanto esta chegou, veio com um carimbo bem grande, dizendo "Não cobramos taxa de serviço". Mas quando o garçom veio com a maquininha de cartão, soltou um "Senhor, o serviço não é obrigatório, o senhor deseja incluir?". Tá de sacanagem, né parceiro? Quero ver um cristo dizer que não. Então, quer dizer, não cobra...mas cobra.

Como eu gostei de quase tudo que comi, e também do serviço e do ambiente, achei o custo-benefício aceitável. Já a Chris, que foi mais infeliz em algumas de suas escolhas, claro que não gostou tanto assim. Também por essa mesma lógica nós divergimos sobre uma possível volta ao local. Chris não voltaria, eu sim. Mas o restaurante pode tranquilamente continuar usando o "DOC" em seu nome. Não dá para reclamar da qualidade dos ingredientes. O uso deles, aqui ou ali, é que pode ser um pouco melhorado.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8,5 e 9
Serviço(2): 9 e 9
Entrada(2): 6 e 6,5
Prato principal(3): 7,5 e 8
Sobremesa(2): 7 e 8,5
Custo-benefício(1): 6 e 7,5
Média: 7,45 e 8,12
Voltaria?: Não e sim

Serviço:
Rua Francisco Moron Fernandes - Parque Campolim - Sorocaba - SP
Telefone: (15) 3224-4747
Site: http://www.ladocgastronomia.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/LaDocGastronomia




sexta-feira, 8 de maio de 2015

Sawasdee (Rio de Janeiro - RJ) - 09/03/2015

(Este texto foi escrito na volta da nossa viagem de férias, ou seja, depois de um bom tempo da ida ao restaurante, baseado em nossas anotações, fotos e memórias. Alguns detalhes podem ter se perdido no tempo e no espaço)  

Em todas as cidades que possuem algum restaurante que faz parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança eu e Chris sempre fazemos questão de procurar um deles pra fazer uma visita. Não poderia ser diferente no Rio de Janeiro. Há várias opções, portanto escolhemos um que fosse mais perto de onde estávamos hospedados. Decidimos pelo Sawasdee, especializado em comida tailandesa, que fica no Leblon, na badalada Rua Dias Ferreira.

Estávamos hospedados em Ipanema, e fomos de táxi até lá. Corridinha rápida, de uns dez minutos, no máximo. Mesmo com o endereço, foi um pouco difícil achar, já que não há na fachada nehuma sinalização muito clara com o nome do restaurante. Do lado de dentro, ambiente pequeno, luz indireta e alguns elementos de decoração lembrando a Tailândia. Do lado de fora algumas mesinhas como opção em uma agradável varanda. Acabamos optando por ficar do lado de dentro. Chris se incomodou com o ar-condicionado, que segundo ela estava muito frio. Também não gostou do fato de as mesas serem muito próximas umas das outras. Já eu me incomodei com o fato de o banheiro masculino não possuir nem sabão e nem papel toalha. Faltou uma checada antes de abrir a casa.

Uma geral do restaurante

Pedimos nossa Bohemia long neck (R$ 9,00) e recebemos de brinde uma inusitada porção de...Mandiopã! Sensacional. Quem tem menos de 30 anos não deve saber o que é, muito embora a marca tenha voltado a vender há pouco tempo, sem o mesmo sucesso de outrora. Trata-se de salgadinhos a base de mandioca, que depois de fritos aumentam de tamanho, ficando crocantes, mais ou menos parecido com um Baconzitos em aspecto e consistência. Quem leu Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, deve se lembrar do enfermeiro dele que toda hora dizia "não esquenta a cabeça senão caspa vira Mandiopã". Também ficou conhecido como Fritopan depois que foi adquirido por uma grande empresa. Não chega a ser uma entrada refinada, mas combinou bem com nossa cervejinha.

Embora tenhamos achado interessante o Mandiopã, claro que pedimos uma outra entrada. E com nome tailandês: Satay Kung, espetos de camarão com paçoca spicy e salada de acelga (R$ 28,00). Estiveram deliciosos, comemos dois espetinhos cada um, muito bem acompanhados da saladinha, que tinha um molho algo doce que contrastava bem com o picante da farofa.

Sim, eu sei, ficou uma merda a foto

Para os pratos principais, o cardápio é recheado de nomes em tailandês, alguns engraçados para nós, como o Tom Kha Gai, que vem a ser uma singela sopa de gengibre e outros ingredientes. Há opções para todos os gostos, entre carnes, peixes, frutos do mar, caldos e massas. Os pratos são individuais, e a maioria fica entre cinquenta e cem reais. Também há indicações sobre o grau de picância de cada um, para que nenhum ocidental seja surpreendido pelas pimentas orientais.

Chris foi de Chu Chi Salmon, que não tem nada a ver com sushi, e sim com salmão ao curry vermelho com farofa de manjericão e amendoim (R$ 66,00). Ela começou a comer e a manifestar contentamento genuíno. Mas não durou muito. O contentamento se transformou em enjôo (desculpe-me a reforma ortográfica, mas "enjoo" é muito feio). Não conseguiu ir até o fim. Achou que talvez tenha sido excesso do molho curry, que obliterou todo o resto do prato. Uma pena, porque a farofa estava bem gostosa, e a apresentação era bem bonita.

Veio mesmo muito curry, né?

Eu pedi o prato da boa lembrança, que era o Pla Saladeng (ah, esses nomes), que se consistia em cherne crocante com fios de pupunha na manteiga de capim limão (R$ 90,00). Os fios de pupunha vieram por baixo, parecendo um macarrão, com o cherne por cima e uma pimenta dedo-de-moça sobre ele. Apresentação interessante, embora não seja possível, ao menos para mim, comer uma pimenta dedo-de-moça inteira. E se está no prato, é pra comer, certo? Afora isso, meu prato padeceu do mesmo problema que o da Chris: ficou enjoativo depois de um tempo. Talvez fosse a manteiga de capim limão. Fato é que também não consegui comer tudo.

Pensando bem, parece mesmo um hamburgão, isso sim

Para a sobremesa pedimos ganache de chocolate com castanha do pará e morangos flambados no sakê, acompanhado de sorvete de creme (R$ 22,00). Com esse monte de coisa dava pra fazer uma apresentação mais caprichada, mas era simplesmente um ingrediente ao lado do outro. Faltou inspiração. Chris já estava meio enjoada por causa do prato principal, e achou a ganache enjoativa. Eu gostei da mistura, com o levíssimo sabor de álcool da calda quente junto aos ingredientes gelados.

Mas assim até eu montaria, pô...

Também tomamos uma caipirinha de lichia, fruta muito popular na Tailândia. Bonita, mas o gosto não estava lá essas coisas, tanto que o pingaiada aqui nem tomou tudo.

Bonitona, mas sobrou na mesa. A caipirinha.


Havia muitos funcionários para atender as mesas, que não são tantas assim, resultando portanto numa atendimento sempre rápido. Além disso todos foram solícitos, simpáticos e educados o tempo todo. Houve apenas um pouco de demora na entrega das cervejas, mas que não chegou a comprometer muito.

Como nada do que comemos nos embasbacou, e a conta ficou um pouco salgada, claro que o custo-benefício caiu bastante, muito embora seja evidente o cuidado no preparo e na apresentação dos pratos. Por conta dessa relação entre o que comemos e o que pagamos, ambos concordamos que não faríamos uma segunda visita ao Sawasdee. A palavra, por sinal, é usada para cumprimentar alguém em tailandês, como se fosse um "oi". Infelizmente, baseado em nossas experiências neste noite, temos que dizer "tchau".


AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 6 e 7,5
Serviço(2): 8 e 8
Entrada(2): 9 e 8
Prato principal(3): 5 e 6
Sobremesa(2): 6 e 7
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 6,5 e 7,08
Voltaria?: Não e não


Serviço:
Rua Dias Ferreira, 571 - Leblon - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2511-0057
Site: http://www.sawasdee.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Sawasdee-Bistr%C3%B4/167049110014031?fref=ts