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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Kraftwerk (Joaçaba - SC) - 06/03/2016

Uma das precursoras da música eletrônica, a banda Kraftwerk (que significa "usina de energia") influenciou meio mundo com seus ritmos baseados em sintetizadores e suas letras minimalistas. A Chris adora o grupo, e talvez por isso não tenha se importado quando eu sugeri que rodássemos quase quarenta quilômetros para sair da cidade de Treze Tílias, onde estávamos hospedados, para almoçarmos no restaurante homônimo à banda, no município de Joaçaba. Claro que aproveitamos para também conhecer um pouquinho a cidade, que tem uma linda estátua no alto de um morro em homenagem a Frei Bruno, religioso que fez fama na região e que está em processo de beatificação pela igreja católica.

A ponte que leva ao restaurante

O restaurante fica na saída da cidade, instalado em uma pequena usina hidrelétrica ainda em funcionamento (por isso o nome Kraftwerk). Embora sua entrada seja discreta, seu salão todo envidraçado tem vista privilegiada para o Rio do Peixe, que aliás é bem agitado neste trecho. Nos sentamos junto às janelas, e é uma pena que as vigas de madeira fiquem bem na altura dos olhos de quem está sentado, atrapalhando um pouco a visão. Ainda assim, não é todo dia que se tem uma refeição em um restaurante com vista para um rio. Achamos as mesas muito próximas umas às outras. Também há mesas do lado de fora do salão, mas estas infelizmente já estavam ocupadas. Aliás, fizemos a visita em um domingo, e o lugar estava bem cheio. Chris se incomodou um pouco com as mulheres todas emperequetadas como se estissem num jantar de gala, enquanto ela estava vestida mais informalmente, como aliás parecia mais adequado ao ambiente.

O Rio do Peixe (porque do passarinho é que não podia ser)

Para abrir os caminhos, nos foi trazido um pequeno couvert, composto de torradinhas com patê e algumas uvas (?!). Macaco velho, perguntei se era cortesia, e após a afirmativa degustamos o agrado, que era aprazível.

A raposa e as uvas

Para as entradas propriamente ditas, e pagas, não havia nada muito diferente, então pedimos os croquetes de salmão à milanesa (R$ 35), acompanhados de dois chopps (350ml, R$ 11 cada). Consistência boa dos croquetes, cremosos e molhadinhos (isto está ficando um pouco erótico, não?), mas faltou um pouco mais de sabor, ou ao menos de um molho gostoso para acompanhar. Para piorar encontramos duas espinhas, uma pra cada, para ficar democrático. Espinha em bolinho é sacanagem. Mas adoramos os espremedores de limão individuais, uma ótima sacada para evitar a sujeirada que um limão é capaz de fazer no contribuinte, especialmente se ele for assim, digamos, eu.

É a cara de alguém que come e não se lambuza

Chris escolheu como prato principal o filé de côngrio rosa com legumes e batata souté (R$ 59). A apresentação em um prato escuro salientou bem o colorido das cenouras fatiadas, do brócolis e das batatas. "Enfeitando" o prato, como se fosse uma vela de um barco, ainda havia chip de algum legume que não conseguimos indentificar, porque não tinha gosto de nada. Aliás, o vaticínio da Chris foi sem rodeios: "Tá tudo meio sem graça", ela disse. O pedaço de peixe, generoso, só ganhou graça quando a Chris chegou na parte em que havia um pouquinho de um molho espesso de alho. Foi pouco para convencê-la. Ah, sim, espinhas de peixe também fizeram parte da experiência.

"Rimas de ventos e velas, vida que vem, que vai"

Eu escolhi o salmão grelhado ao molho de caviar e dry martini sobre espaguete (R$ 67). Isso mesmo, o molho era feito de ovas de peixe junto com o famoso drinque do James Bond. O sabor agressivo me assustou um pouco no início, mas depois até que peguei gosto pela coisa. O molho verde-claro, com o adendo de pedaços de manga nos cantos, encimados por tomate, tudo sobre um prato negro formaram um quadro meio kitsch. Aliás, as mangas fizeram um contraponto interessante ao molho. Ao final gostei do prato, embora tenha achado a porção farta demais, talvez um só filé de salmão fosse suficiente.

"Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores"

Como eu ainda teria uma viagem de volta dirigindo, paramos com o choppinho durante as refeições, e apostamos nos sucos. Chris foi de clorofila (eu também não sabia que isso existia) e eu de limonada suíça (R$ 9 cada), ambos muito bem feitinhos.

Limonada suíça, clorofila e outras coisas estranhas

Para a sobremesa escolhemos o strudel com sorvete de nozes e chantili (R$ 13). Apresentação divertida, com um catavento sobre o sorvete e alguns confeitos coloridos sobre o chantili. Mas a rapidez com que chegou, e a consistência murcha da torta de maçã, levam a crer que foi esquentado no microondas. Para piorar estava muito quente. Com modo irônico ligado, eu daria a dica para colocar uns 30 segundos a menos no micro. O sabor também não encantou, perfazendo então uma sobremesa pífia. Só o sorvete de nozes se salvou, e a apresentação.

Murcho e sem gosto, mas bonito

O serviço não teve grandes problemas, mas também não encantou. Todavia, mesmo com o salão cheio, conseguiu se manter atento durante toda nossa refeição. Houve uma diferença de alguns minutos entre a entrega do meu prato principal e o da Chris, o que me fez, como bom cavalheiro que sou, ficar olhando para o meu prato sem poder comer, à espera de que o dela chegasse. Também se esqueceram de trazer o meu garfo. Ao pedirmos para o garçom tirar uma foto ele tirou quatro! Não sei se isso conta a favor ou contra.

Com pratos principais girando em torno de sessenta reais, dificilmente um casal sai do Kraftwerk sem gastar ao menos duzentos reais, para uma refeição completa. E a verdade é que, em nossa experiência, a relação custo-benefício não foi das melhores. Nenhuma das três etapas da refeição nos satisfez plenamente, e mesmo com o serviço competente e a bela vista, ambos concluímos que não voltaríamos ao restaurante. Que Frei Bruno nos perdoe.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 7,5
Serviço(2): 6 e 7
Entrada(2): 5 e 6
Prato principal(3): 4 e 7
Sobremesa(2): 4 e 4
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 5,08 e 6,33
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Rodovia SC-303, Km 1 - Joaçaba - Santa Catarina
Telefone: (49) 3521-2626
Site: http://www.kraftwerkrestaurant.com.br/
Facebook: https://pt-br.facebook.com/KraftwerkRestaurante





quarta-feira, 18 de março de 2015

O Barba Negra (Florianópolis - SC) - 23/02/2015



(Este texto foi escrito na volta da nossa viagem de férias, ou seja, depois de algumas semanas da ida ao restaurante, baseado em nossas anotações, fotos e memórias. Alguns detalhes podem ter se perdido no tempo e no espaço)

Chovia bastante em Florianópolis naquela noite. Ainda assim deixamos nossa pousada na Barra da Lagoa para irmos até o restaurante "O Barba Negra", que fica na Lagoa da Conceição, local repleto de bares e restaurantes na capital catarinense. Eu já tinha conseguido parar o carro bem em frente ao restô, mas quando vi que havia estacionamento próprio me dirigi à entradinha, que me levou lá pros fundos do estabelecimento. Má decisão, já que tivemos que andar mais e ainda pisar na areia molhada, já que o estacionamento não é cimentado. Paciência.

Chris na fachada do restô

Ambiente fechado, com ar condicionado em boa temperatura. Simples, nada muito sofisticado, grandes e redondas luminárias, móveis de madeira, pouca decoração nas mesas, em verdade apenas os pratos e um jogo americano. Ao fundo, a adega da casa. A grande decoração vem de suas janelas de vidro, que dão vista à lagoa, embora de noite e com chuva não houvesse muito o que ver.


 O serviço não foi lá essas coisas. Demorou bastante pra nos trazer o cardápio, depois sempre demorava um pouco pra notar que precisávamos de algo. Não havia guardanapo na mesa. Mas no geral os garçons, quando apareciam, eram bem simpáticos.

O cardápio conta um pouquinho da história do restaurante, fundado por um casal de bancários paulistas (coincidência?), que largou tudo pra montar seu restaurante em Floripa, em 2002. O nome, que faz referência a um famoso pirata, surgiu porque eles se sentiam como piratas invadindo uma ilha que não era deles. Outra coisa interessante do menu é que na seção de peixes as receitas aparecem com três opções de pescados (salmão, linguado e côngrio), cada uma com um preço diferente. 

Cardápio levantado só pra sair na foto

Decidimos começar com uma salada, e como costumeiramente fazemos, pedimos a salada da casa, de nome Salada Barba Negra (R$ 21,00). Afinal, Caesar Salad tem em todo lugar, né? A tal salada vinha com um mix de folhas verdes, além de endívia, palmito, tomate cereja e parmesão. Rolava um molhinho por cima dela, mas era tão pouco que não deu nem pra saber o que era direito. E claro, na mesa havia os básicos azeite/vinagre/sal. O palmito estava bom (adoro pedir coisas com palmito cru, porque a Chris não come e eu sou "obrigado" a ingerir tudo), o mix de folhas era diversificado, vieram duas folhas de endívia (o bagulho é caro, gente!), veio em boa quantidade e bem apresentadinha. Mas, né, nada de mais.


Cara de besta e a salada

Embora houvesse opções individuais no cardápio, decidimos pedir um prato para duas pessoas. E o escolhido foi o côngrio à belle meunière. Infelizmente em minhas anotações esqueci de colocar o preço do danado, mas era algo em torno de R$ 100,00. O côngrio era o mais caro entre as três opções de peixe, mas a diferença não era tão grande, e o escolhemos porque nunca tínhamos comido o tal. O peixe feito à meunière é passado na farinha, depois frito na manteiga. O peixe à belle meunière é uma variação mais sofisticada desta receita, e vem com alcaparras, champignon e camarão. Ambas surgiram na França, como o nome sugere. O nosso veio com tudo isso, e pra acompanhar, arroz e batata sauté.

O serviço não é empratado, de modo que chegou uma travessa com o peixe, e outra com o arroz e a batata. Boa quantidade, e apresentação bacana, inclusive com "desenhinhos" na travessa do peixe. Eu e Chris sempre nos divertimos com os "desenhinhos" que os chefs fazem com os molhos. Pra variar, Chris achou o arroz sem gosto, bem como a batata. Desta vez concordei com ela. Mas o peixe estava muito bom, no ponto certo, com uma crostinha por baixo que dava uma crocância boa. Não economizaram nos camarões, e alguns até sobreviveram, se é que se pode dizer assim, ao final do banquete. O côngrio tem a carne bem branca, e firme, além de ser um peixe bem saboroso.

O prato e seus "desenhinhos"

Finalizamos com uma panna cotta com coulis de frutas vermelhas (R$ 13,00). Panna cotta é, literalmente, "nata cozida", e se assemelha a um flan, embora não seja idêntico. Coulis de frutas vermelhas é um nome fresco para calda de frutas vermelhas. As coisas em francês ficam muito chiques mesmo. De qualquer modo, estava bem gostoso. Poderia até vir um pouco mais de cald...ops, coulis, que não iríamos reclamar. Mas devoramos em alguns milésimos de segundo a sobremesa todinha, o que depõe a favor dela.

Chris e a nata cozida

Curioso. Não desgostamos da refeição principal, nem de nada em especial. Mas, para usar de novo a palavra, nada foi especial. Foi tudo meio na média. Talvez por isso ambos tenhamos chegado à conclusão de que não voltaríamos ao restaurante de nossos ex-colegas bancários. O famoso pirata nos rendeu uma noite agradável, em que comemos bem, mas que provavelmente será esquecida daqui a algum tempo. É como se ele fosse o quarto filme da franquia Piratas do Caribe: diverte por duas horas, mas é esquecido em poucos dias.


AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 6 e 6
Serviço(2): 6 e 6
Entrada(2): 6 e 6
Prato principal(3): 7 e 7,5
Sobremesa(2): 8 e 7
Custo-benefício(1): 6 e 7
Média: 6,58 e 6,62
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Avenida das Rendeiras, 1628 - Lagoa da Conceição - Florianópolis - SC
Telefone: (48) 3232-5098
Site: http://www.barbanegra.com.br/index.html
Facebook: O Barba Negra