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domingo, 3 de abril de 2016

Pequeno Bosque (São Joaquim - SC) - 03/03/2016


Apesar do nome, o restaurante Pequeno Bosque fica na área central de São Joaquim, em uma rua que concentra as principais opções gastronômicas da pequena cidade da serra catarinense. Mas o nome não é indevido. A entrada do restaurante tem jardinagem caprichada, com direito até a um pequeno lago com carpas, além de um barril de vinho, jorrando não exatamente vinho, mas um líquido com a mesma cor. Chamam atenção também as grandes paredes envidraçadas e a bela porta de madeira.

Chris procurando duendes no pequeno bosque

"Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento". Não, o famoso ditado que minha mãe sempre repete não se aplica ao Pequeno Bosque. Mas o interior do restaurante não tem o mesmo charme de seu exterior, isto é certo. No entanto o salão amplo e a iluminação agradável fazem do local um belo ambiente para uma noite gastronômica. Nas mesas, garrafas de vinho vazias servindo de vaso para delicadas flores trazem romantismo sem serem muito piegas. Nos instalamos pertinho da parede, em confortáveis cadeiras estofadas.

Fê procurando duendes dentro do pequeno bosque

São Joaquim é conhecida pelo frio, mas a noite estava agradável para os padrões serranos. Pedimos duas long neck de Stella Artois (R$ 8 cada), que vieram bem geladinhas para acompanhar nossa entrada: carpaccio de maçã (rúcula, maçã fatiada, iogurte natural, azeite balsâmico e queijo parmesão, R$ 23). São Joaquim também é conhecida pela produção de maçãs, por isso elas ainda vão aparecer muito neste texto, inclusive nos pratos principais. Achamos muito suave a combinação da fruta com a rúcula. Esta verdura vai bem com um ingrediente mais adocicado, como acontece com a famosa pizza em que ela entra junto com o tomate seco. Nosso estranhamento inicial se transformou em agradável surpresa. Também adoramos o azeite de alho presente entre os temperos opcionais à mesa.

Prontos para a primeira maçã da noite

Carne de maçã com rúcula

Para nossos pratos principais, tentamos sair um pouco do óbvio, como sempre fazemos, por isso escolhemos receitas que tinham maçã como um dos ingredientes. Não é em todo lugar que se encontra esta particularidade. Os pratos todos são individuais, e ficam em uma média de R$ 50. A lista de opções não é muito extensa, o que nos parece sempre uma boa coisa.

Chris escolheu a Truta Bosque (truta empanada no pinhão, guarnecida com risoto de maçã e gorgonzola, R$ 41). Apresentação apenas bonitinha. Chris começou a comer e gostar bastante, mas depois se deparou com a pergunta: onde está o gorgonzola? O queijo, de sabor forte, não foi sentido por ela. Como estava na descrição do prato, ela encarou isto como um defeito. Outro problema foi que o empanado da truta estava um pouco queimado em alguns pontos, tipo quando a gente frita muitos bifes à milanesa no mesmo óleo, sabe? Mas apesar dos problemas, estava saboroso, e bem crocante.

Meio queimadinho, mas bom

Eu fui de pato assado ao molho de maçã, com purê de batata e maçã caramelada (R$ 58). É maçã que não acaba mais! Apresentação mais caprichada, com um prato preto, ressaltando o purê e as pétalas de flor que enfeitavam o prato (e que eu também comi) mas escondendo um pouco o pato, que é mais escuro (desafio trava-língua: pato no prato preto). A coxa de pato estava macia e deliciosa, harmonizando muito bem com a calda de maçã, que não dominava o sabor, como era meu medo. A maçã caramelizada estava meio difícil de cortar, e o purê carecia de mais pegada, embora sua consistência estivesse legal. O todo foi harmonioso.

Prato no pato petro

Prontos pra mais maçã


Harmonizamos nossa refeição com meia garrafa (375ml) de um vinho Miolo Seleção 2013 branco, das uvas chardonnay e viognier (R$ 18). Não pedimos vinho sempre que comemos fora, entre outros motivos, porque encarece muito (somos pobrinhos, gente). Mas este estava quase de graça, perto do que se costuma ver.

Para a sobremesa escolhemos um doce feito com uma fruta vermelha chamada maçã, conhece? Foi a maçã chatelayne (R$ 20), que se consiste na maçã (sério?) assada com calda de doce de leite com abacaxi. Quando chegou deu medo de ser muito doce, por conta do doce-de-leite. Mas que nada, estava uma delícia, com os pedacinhos de abacaxi dando acidez, e com o complemento do chocolate em pó nos cantos do prato, formando colheradas de gemer. Devoramos rapidamente, sem dó.

E pra finalizar, uma maçãzinha

Simpatia e solicitude foram as marcas do serviço, que sanou nossas dúvidas sobre o cardápio, e esteve sempre atento. Uma das dúvidas era em relação ao tal do frescal, que aparecia no cardápio, e que não sabíamos o que era. O garçom nos explicou que é o equivalente à carne de sol, muito comum no Nordeste. Aconteceu um fato curioso em relação ao serviço: a Chris aceitou o café que lhe foi oferecido, e já estávamos esperando a cobrança na conta, mas ela não veio. Ficamos felizes, porque a praxe é sempre cobrar o cafezinho. Pois bem, fomos embora, e Chris deu nota 8 ao serviço, também por conta disso. No dia seguinte acabamos retornando ao restaurante, não só porque gostamos mas também por falta de opção na cidade, e Chris aceitou o café ao final, que desta vez veio cobrado na conta. Peninha. Descobrimos que tinha sido uma distração a não cobrança na noite anterior, e a Chris, implacavelmente, baixou 0,5 na nota final do serviço.

Sempre deixo o final do texto para dizer se Chris e eu voltaríamos ao restaurante em questão. Acreditamos que a vontade de voltar seja uma boa maneira de dizer se a experiência geral valeu a pena, seja por qual aspecto for. Neste caso deixemos o futuro do pretérito de lado, e usemos o pretérito perfeito: nós voltamos ao Pequeno Bosque na noite seguinte, como já foi dito anteriormente. A experiência vale a pena. Cobrando ou não o cafezinho...

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7,5 e 8,5
Serviço(2): 7,5 e 8,5
Entrada(2): 7,5 e 8
Prato principal(3): 7 e 8
Sobremesa(2): 8,5 e 9
Custo-benefício(1): 8 e 8,5
Média: 7,58 e 8,37
Voltaria?: Sim e sim
 

Serviço:
Rua Major Jacinto Goulart, 212 - Centro - São Joaquim - Santa Catarina
Telefone: (49) 3233-3318
Site: http://www.serracatarinense.com/pequenobosque/
Facebook: https://www.facebook.com/Restaurante-Pequeno-Bosque-1699304970284361/




quarta-feira, 30 de março de 2016

La Fondue Müller (Urubici - SC) - 02/03/2016


 Sendo bem franco: há poucas opções de restaurantes em Urubici em uma quarta-feira do mês de março. Não é o auge da temporada na cidade, que se dá no inverno, e o fato de ser meio de semana piora um pouco o cenário, que mesmo no auge da temporada não tem tantas opções assim. Claro que ninguém vai passar fome por lá, estou falando de algo um pouco diferenciado, que fuja um pouco do arroz com feijão - embora não tenhamos nada contra o basicão. Mas é sempre bom experimentar algo diferente. Para nosso jantar na cidade escolhemos o La Fondue Müller, um dos poucos indicados pelo finado Guia 4 Rodas na cidade.

Chris e a fachada meio "portuguesa" do restô

O restaurante fica perto do entroncamente entre as duas principais vias da cidade, e tem uma fachada bonitinha, em vermelho, verde e madeira. É todo fechado, o que é natural em se tratando da cidade que registrou a menor temperatura do Brasil, -17,8 ºC em 1996 - em registro não oficial, é bom que se diga. Adoramos a decoração do lado de dentro, bem rústica, com alguns elementos de fazenda, paredes de tijolinhos, outras com algumas pequenas falhas propositais. Tudo de muito bom gosto e um ambiente aconchegante, com boa luz e bom espaço entre as mesas pra gente poder falar mal dos outros, coisa que nunca fazemos, imagina, quem disse isso?

Convenhamos, é bonito, né?

Na divisão do cardápio, não há um espaço específico para as entradas. Por isso pedimos o capeletti in brodo para uma pessoa (R$ 25,00) e solicitamos ao garçom que dividisse em dois pratos. Para quem não sabe, capeletti é um tipo de massa, normalmente com recheio de frango, em formato de chapeuzinho. Quando ele é in brodo, significa que vem no caldo, como uma sopa.  O garçom trouxe dois prataços, que eu inclusive optei por não comer até o fim, para não prejudicar meu apetite. Chris comeu tudinho. Achei na hora que ela tinha gostado mais do que eu, embora ao final nossas notas tenham sido iguais. O capeletti in brodo é uma receita tradicional da minha família, por isso talvez eu tenha sido mais exigente com ele. Ainda assim, gostei bastante. Veio acompanhado de torradinhas, e apresentado em uma louça bonita. E o gosto era bom, assim como a textura da massa.

Sopa pra nóis!

Fazendo jus ao nome, o restaurante não apresenta muitas opções além da fondue em seu cardápio. Há uma truta, uma carne bovina e uma massa, além do capeletti, e é só. Como já tínhamos tido uma entrada com sustança, resolvemos pedir a fondue de carne para uma pessoa (R$ 45,00), que foi acrescida de taxa de quinze reais por termos dividido a refeição. Apenas como informação, vale dizer que a sequência de fondue (carne, queijo e chocolate) custa R$ 60 por pessoa. Quando a comida chegou, estranhamento total: o carne é assada em uma chapa de ferro quente, e não frita no óleo. Já comemos fondue algumas vezes, juntos e separados, e nunca tínhamos visto sendo servido dessa forma. O garçom nos ensinou a colocar o sal na própria chapa, já que a carne não estava temperada. Aliás, adoramos o saleiro dele, que funciona apertando um botãozinho (outra coisa que nunca tínhamos visto).

Há três variedades de carne (frango, porco e boi), mas como não há nenhuma gordura elas acabam grudando um pouco na chapa, o que é meio chato. Entre os molhos servidos, nada de muito inventivo. Há os básicos rosê, vinagrete, ervas finas e alguns tipos de mostarda, além de alguns um pouco mais elaborados, como de alho com requeijão, pimenta, morango e abóbora (os dois últimos doces). Nenhum chamou muito a atenção, mas estavam ok. Não gostei do vinagrete feito com picles. Acho que ambos gostamos mais dos molhos doces, especialmente em combinação com a carne suína. Para acompanhar, apenas farofa. Faltou um pãozinho. Apesar do ganho em saúde, sentimos falta do óleo, tanto em textura quanto em sabor da carne, e até mesmo em charme. Depois notamos que a fondue servida desta forma é praxe em Santa Catarina, ao menos na serra, porque a vimos sendo servida assim em outros restaurantes.

Chris sendo a cobaia no uso da chapa

Olha como dá umas grudadas, né mesmo?

O cardápio não apresentava nenhuma opção de sobremesa, embora o garçom tenha nos dito que havia sorvete e algumas caldas diferentes. Claro que havia também a opção de pedirmos uma fondue de chocolate, mas já não tínhamos espaço no estômago para tanto. Então optamos por não adoçarmos a boca.

Acompanhamos nossa refeição com vinho em taça (R$ 8 cada), já que não estávamos na pegada para tomar uma garrafa inteira. Pena que o vinho que a casa oferece em taça não seja dos melhores. Mas podemos dizer em benefício deles que isso foi avisado pelo garçom, que disse antecipadamente não se tratar de um vinho fino e sim um daqueles "mais ou menos". Não me lembro se foi esta a expressão usada, mas foi algo nessa linha.

O atendimento foi bem simpático e familiar. Por falar em familiar, aparentemente o restaurante é um negócio de família, já que vimos a moça do caixa chamar um dos garçons de pai. Este foi o que nos serviu a fondue, e explicou como funcionava o esquema do sal direto na chapa, e que nos foi sincero em relação ao vinho em taça. Os pratos foram servidos rapidamente, o que não é lá um grande elogio já que o restaurante estava vazio e o prato principal foi "feito" por nós mesmos. De qualquer forma, sempre havia um funcionário a postos para nos atender.

Apesar dos pontos positivos, ambos chegamos à conclusão de que não voltaríamos ao La Fondue Müller, e são dois os motivos principais: a falta de mais opções no cardápio e a fondue "seca". No entanto, como as notas abaixo confirmam, a experiência foi boa, e o restaurante é uma ótima opção em uma cidade com poucas opções.   

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 8
Serviço(2): 8 e 7,5
Entrada(2): 7 e 7
Prato principal(3): 7 e 6
Custo-benefício(1): 7 e 7
Média: 7,4 e 7
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Avenida Rodolfo Andermann, 886 - Centro - Urubici - Santa catarina
Telefone: (49) 3278-5140
Facebook: https://www.facebook.com/Restaurante-La-Fondue-M%C3%BCller-164977317019905/





quinta-feira, 26 de março de 2015

Ostradamus (Florianópolis - SC) - 25/02/2015

(Este texto foi escrito na volta da nossa viagem de férias, ou seja, depois de algumas semanas da ida ao restaurante, baseado em nossas anotações, fotos e memórias. Alguns detalhes podem ter se perdido no tempo e no espaço) 

Ribeirão da Ilha é um distrito de Florianópolis. Fundado por açorianos ainda no século XVIII, a região tem casas no estilo colonial português, muito charme e muitas...ostras! Sim, trata-se do maior produtor de ostras do Brasil, e muitos de seus restaurantes utilizam o ingrediente em seus cardápios, e até em seus nomes. É o caso do Ostradamus, visitado por nós depois de uma "viagem" de 45 minutos partindo da Barra da Lagoa, onde estávamos hospedados. O distrito é mesmo afastado pra quem está no norte da ilha, mas vale a pena ser visitado. Dureza mesmo é voltar com o bucho cheio...

Lateral do restaurante

Em uma noite de quarta-feira, a região não estava muito movimentada. O restaurante nos encantou de cara, já que logo na entrada há o busto de um casal apaixonado, um barril, um aquário de ostras vivas sendo depuradas, e duas cadeiras para os turistas que adoram tirar fotos. Claro que não é nosso caso, imagine. Nas mesas do salão principal, tampas de vidro emoldurando conchas dos mais variados tipos, com plaquinhas de identificação, como se fosse um museu. Mas o melhor ainda viria: um trapiche avançando sobre o mar, coberto e com janelas de vidro, e ao final da cobertura um pequeno trecho descoberto, mas sem mesas, com uma estátua de uma mulher com seus jarros, provavelmente emulando as primeiras moradoras da região. Claro que ficamos no trapiche, onde a Chris poderia levantar pra fumar tranquilamente, ouvindo o barulho das ondas, contando eventualmente com a companhia de alguns pássaros marítimos. Sentamos em cadeiras de vime, com mesas redondas de vidro. Para finalizar a imersão na vida marinha, cardápio em forma de pergaminho antigo e garçons vestidos de marinheiro.

Nós não queríamos, mas fomos forçados a tirar esta foto


O trapiche, a praia, as luzes e tudo o mais

O pergaminho cardapizado, ou o cardápio pergamizado

O garçom marinheirado, ou o marinheiro garçonizado

Se dependesse só do ambiente, já estaríamos conquistados. Mas claro que precisávamos comer. E é claro que ostras teriam que fazer parte da entrada, já que o prato principal já estava decidido e não continha ostras. Mas havia um problema: Chris não gosta de ostras. E as porções de ostras vinham com 12 unidades, o que seria um exagero, mesmo que eu fosse um glutão, o que está longe da verdade. Ficamos debatendo sobre o que fazer. O garçom, ao nosso lado, vendo nossa aflição, deu a solução: ele faria uma porção com apenas 3 ostras para mim, e a Chris escolheria a entrada que lhe agradasse. Genial.

Chris então escolheu pão de amêndoas com creme de aceto balsâmico (R$ 23,00), e adorou. Eu também experimentei, e de fato a combinação era muito boa, com um creme levemente azedinho. Eu pedi as ostras gratinadas ao molho bechamel (R$ 12,30 por 3 unidades), que também estavam muito boas. Antes de elas chegarem eu havia me arrependido de não ter pedido apenas as ostras ao bafo, mas o molho bechamel estava bem suave, assim como o queijo, e não comprometeram o sabor dos crustáceos. 


Chris feliz com seus pães de amêndoas

Fê e as gratinadas
Conforme eu disse, nosso prato principal já estava escolhido, porque o motivo principal de nossa ida ao Ostradamus era o fato de ele fazer parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, que já citei neste blog, e que oferece um prato decorativo de brinde aos convivas que pedirem determinado prato. No caso, o prato era o Floripa (R$ 168,00), que já tínhamos visto ser para duas pessoas. Trata-se do peixe da estação grelhado (no caso era a pescada branca) com camarões grelhados e champignon, acompanhados de pirão e arroz de camarões com manga e banana.

Nós e um montão de comida

Close da travessa de Floripa

Detalhe interessante: quando terminamos de comer, o garçom perguntou se gostaríamos que ele embrulhasse a sobra. Nossa resposta automática foi "não", mas depois nos entreolhamos, nos lembramos de que nosso quarto tinha fogão e geladeira, e aceitamos. Na noite seguinte jantamos o mesmo rango no quarto. Ou seja, os 168 pilas nos renderam duas refeições, o que certamente melhora o nível do custo-benefício do lugar.

Fê com a "quentinha" em frente ao restaurante

A carta de sobremesas não era lá muito atrativa. Fomos no crème brulée com calda de chocolate (R$ 18,00). E veio bonito, num prato, com uma tigela com o creme no meio, e "desenhinhos" de chocolate ao lado. Lindo e sem graça. Consistência do creme muito "massuda", pouco sabor, e a crosta de açucar queimado se quebrando em pedaços gigantes. Decepção.

Insossa e bela (a sobremesa)

O serviço foi perfeito durante todo o tempo. Foi simpático na medida certa, nos ajudou com a questão das entradas, oferecendo uma solução que nem sequer foi solicitada, e ainda cobrando um preço justo pela porção reduzida de ostras. Esteve sempre atento, mas sem tirar nossa privacidade. Há ainda o cuidado com o uniforme dos garçons, que contribui para o clima pitoresco. Fechou com chave de outro ao nos oferecer a "quentinha" do que sobrou, coisa que do contrário não pediríamos, por esquecimento ou vergonha mesmo.

Por conta do ambiente e serviço perfeitos, eu e Chris concordamos que voltaríamos facilmente ao Ostradamus. Há algum probleminha de tempero na cozinha, talvez uma pitada a mais de sal, outra de ousadia. Mas no geral é uma experiência que vale muito a pena, e que certamente não será esquecida. E pensar que tudo começou com uma oficina mecânica, que depois se transformou em uma lanchonete, que posteriormente virou um restaurante. Nem Nostradamus poderia prever. 


AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 10 e 10
Serviço(2): 10 e 10
Entrada(2): 8 e 8
Prato principal(3): 7 e 7,5
Sobremesa(2): 5 e 5
Custo-benefício(1): 7 e 7
Média: 7,83 e 7,95
Voltaria?: Sim e sim


Serviço:
Rodovia Baldicero Filomeno, 7640 - Ribeirão da Ilha - Florianópolis - SC
Telefone: (48) - 3337-5711
Site: http://www.ostradamus.com.br/ 
Facebook: Ostradamus

quarta-feira, 18 de março de 2015

O Barba Negra (Florianópolis - SC) - 23/02/2015



(Este texto foi escrito na volta da nossa viagem de férias, ou seja, depois de algumas semanas da ida ao restaurante, baseado em nossas anotações, fotos e memórias. Alguns detalhes podem ter se perdido no tempo e no espaço)

Chovia bastante em Florianópolis naquela noite. Ainda assim deixamos nossa pousada na Barra da Lagoa para irmos até o restaurante "O Barba Negra", que fica na Lagoa da Conceição, local repleto de bares e restaurantes na capital catarinense. Eu já tinha conseguido parar o carro bem em frente ao restô, mas quando vi que havia estacionamento próprio me dirigi à entradinha, que me levou lá pros fundos do estabelecimento. Má decisão, já que tivemos que andar mais e ainda pisar na areia molhada, já que o estacionamento não é cimentado. Paciência.

Chris na fachada do restô

Ambiente fechado, com ar condicionado em boa temperatura. Simples, nada muito sofisticado, grandes e redondas luminárias, móveis de madeira, pouca decoração nas mesas, em verdade apenas os pratos e um jogo americano. Ao fundo, a adega da casa. A grande decoração vem de suas janelas de vidro, que dão vista à lagoa, embora de noite e com chuva não houvesse muito o que ver.


 O serviço não foi lá essas coisas. Demorou bastante pra nos trazer o cardápio, depois sempre demorava um pouco pra notar que precisávamos de algo. Não havia guardanapo na mesa. Mas no geral os garçons, quando apareciam, eram bem simpáticos.

O cardápio conta um pouquinho da história do restaurante, fundado por um casal de bancários paulistas (coincidência?), que largou tudo pra montar seu restaurante em Floripa, em 2002. O nome, que faz referência a um famoso pirata, surgiu porque eles se sentiam como piratas invadindo uma ilha que não era deles. Outra coisa interessante do menu é que na seção de peixes as receitas aparecem com três opções de pescados (salmão, linguado e côngrio), cada uma com um preço diferente. 

Cardápio levantado só pra sair na foto

Decidimos começar com uma salada, e como costumeiramente fazemos, pedimos a salada da casa, de nome Salada Barba Negra (R$ 21,00). Afinal, Caesar Salad tem em todo lugar, né? A tal salada vinha com um mix de folhas verdes, além de endívia, palmito, tomate cereja e parmesão. Rolava um molhinho por cima dela, mas era tão pouco que não deu nem pra saber o que era direito. E claro, na mesa havia os básicos azeite/vinagre/sal. O palmito estava bom (adoro pedir coisas com palmito cru, porque a Chris não come e eu sou "obrigado" a ingerir tudo), o mix de folhas era diversificado, vieram duas folhas de endívia (o bagulho é caro, gente!), veio em boa quantidade e bem apresentadinha. Mas, né, nada de mais.


Cara de besta e a salada

Embora houvesse opções individuais no cardápio, decidimos pedir um prato para duas pessoas. E o escolhido foi o côngrio à belle meunière. Infelizmente em minhas anotações esqueci de colocar o preço do danado, mas era algo em torno de R$ 100,00. O côngrio era o mais caro entre as três opções de peixe, mas a diferença não era tão grande, e o escolhemos porque nunca tínhamos comido o tal. O peixe feito à meunière é passado na farinha, depois frito na manteiga. O peixe à belle meunière é uma variação mais sofisticada desta receita, e vem com alcaparras, champignon e camarão. Ambas surgiram na França, como o nome sugere. O nosso veio com tudo isso, e pra acompanhar, arroz e batata sauté.

O serviço não é empratado, de modo que chegou uma travessa com o peixe, e outra com o arroz e a batata. Boa quantidade, e apresentação bacana, inclusive com "desenhinhos" na travessa do peixe. Eu e Chris sempre nos divertimos com os "desenhinhos" que os chefs fazem com os molhos. Pra variar, Chris achou o arroz sem gosto, bem como a batata. Desta vez concordei com ela. Mas o peixe estava muito bom, no ponto certo, com uma crostinha por baixo que dava uma crocância boa. Não economizaram nos camarões, e alguns até sobreviveram, se é que se pode dizer assim, ao final do banquete. O côngrio tem a carne bem branca, e firme, além de ser um peixe bem saboroso.

O prato e seus "desenhinhos"

Finalizamos com uma panna cotta com coulis de frutas vermelhas (R$ 13,00). Panna cotta é, literalmente, "nata cozida", e se assemelha a um flan, embora não seja idêntico. Coulis de frutas vermelhas é um nome fresco para calda de frutas vermelhas. As coisas em francês ficam muito chiques mesmo. De qualquer modo, estava bem gostoso. Poderia até vir um pouco mais de cald...ops, coulis, que não iríamos reclamar. Mas devoramos em alguns milésimos de segundo a sobremesa todinha, o que depõe a favor dela.

Chris e a nata cozida

Curioso. Não desgostamos da refeição principal, nem de nada em especial. Mas, para usar de novo a palavra, nada foi especial. Foi tudo meio na média. Talvez por isso ambos tenhamos chegado à conclusão de que não voltaríamos ao restaurante de nossos ex-colegas bancários. O famoso pirata nos rendeu uma noite agradável, em que comemos bem, mas que provavelmente será esquecida daqui a algum tempo. É como se ele fosse o quarto filme da franquia Piratas do Caribe: diverte por duas horas, mas é esquecido em poucos dias.


AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 6 e 6
Serviço(2): 6 e 6
Entrada(2): 6 e 6
Prato principal(3): 7 e 7,5
Sobremesa(2): 8 e 7
Custo-benefício(1): 6 e 7
Média: 6,58 e 6,62
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Avenida das Rendeiras, 1628 - Lagoa da Conceição - Florianópolis - SC
Telefone: (48) 3232-5098
Site: http://www.barbanegra.com.br/index.html
Facebook: O Barba Negra