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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Deli Joy (São José dos Campos - SP) - 07/08/2018


A Avenida 9 de Julho, caminho da roça pra casa da Chris, é um dos lugares por onde mais passo em São José. Em dado ponto da avenida meu olhar à direita, sempre que o trânsito permite, me deixa com vontade de conhecer aquele lugar com paredes de vidro e visual descolado. Deli Joy, um nome que não dá muita informação sobre o tipo de comida servida, embora a frase "great food", escrita logo abaixo do nome, denuncie coisa boa - e alguma bem vinda arrogância. Finalmente decidimos conhecer o lugar, em uma fria terça feira de agosto.

A bandeira brasileira fazendo contraponto ao inglês do nome

Passando com o carro não é possível perceber a riqueza de detalhes da decoração interna. Há um cuidado com cada cantinho, inclusive o banheiro, cheio de frases espirituosas e com objetos reaproveitados, como o dispensador de sabão feito com uma garrafa de Fanta. A atmosfera geral é meio retrô, com máquinas de escrever, telefones e televisores antigos compondo o visual. Há sofás e cadeiras para casais e grupos maiores, e um mezanino onde não fomos, mas que parece bem espaçoso e com o décor seguindo o resto da casa. Meu único porém é que as músicas tocadas, embora boas, não refletiam o clima passadista da decoração. O único porém da Chris foi não haver um espaço para fumantes do lado de fora, com uma cadeira ou mesmo um cinzeiro.

A camisa do AC/DC compôs bem com o ambiente

Uma geral do ambiente, com as velharias à esquerda

Pense em alguém fanático por telefones antigos. É a Chris.

Espirituosidades

Nos acomodamos e recebemos nossos cardápios, ainda sem fazer ideia do que encontraríamos. Uma das coisas que encontramos foram muitas fotos dos pratos, o que acho meio cafona em restaurantes mais formais, mas que combina bem em uma casa como essa. Passamos os olhos pelas seis opções de porções e, virando a página, chegamos aos hambúrgueres. "Hmmm, é uma hamburgueria". Também poderíamos chamar de "sanduicheria", já que das onze opções de lanches, três não levam hamburguer. Mas continuando a folhear o menu encontramos o retumbante número de 29 opções de sobremesa! Ficou claro então que estávamos em uma "sobremeseria".

Piadas bestas à parte, as seis opções de porções já nos indicaram que a influência do local é fortemente americana, a começar pelos nomes, como "chilli fries", "meat balls" e "batata queijo bacon", que é escrita em português mas tem DNA estadunidense na veia. Nada contra a gloriosa América, diga-se (ok, algumas coisinhas contra, mas nada que se deva dizer aqui). Fomos de "Stick de frango crocante", que são tiras de frango empanadas com parmesão (R$ 36). Chegaram à mesa bastante oleosas, não só na aparência como no sabor. Dizer que tava ruim é mentira, porque era frango empanado com parmesão, né? Bem temperado, crocante, mas um pouco seco por dentro. Servido com a maionese da casa, que poderia ter um pouco mais de personalidade. 

Nós tão saudáveis, tomando suco, e esse frango cheio de óleo

Na hora do lanche, Chris optou pelo Gorg Burger (R$ 28,90, burger de 180g, queijo prato, bacon, cebola grelhada, alface, tomate, molho de gorgonzola no pão de brioche). Assim que ela escolheu eu fiz a ressalva: "cuidado, gorgonzola é muito forte, pode dominar tudo". Mas mulheres ouvem? Nem sempre, e não deveriam mesmo. Fato é que o que faltou mesmo foi gorgonzola. O molho era demasiado aguado, escorria pra todo lado, e não trazia muito o sabor do forte queijo. Talvez na intenção de não deixá-lo dominar, acabaram deixado-o ser dominado. O hambúrger, provado sozinho, carecia de um pouco de tempero, embora estivesse no ponto solicitado. As cebolas estavam boas, mas essa é a natureza delas. Nos chamou atenção a maneira como foram fatiadas, bem grossas.

Ali ó, como o molho é muito molhado

Claro que ela meteu o garfo e faca no bicho

Para mim eu pedi o Zucchini Burger (R$ 31,90, burger de 180g, abobrinha defumada, catupiry, rúcula e tomate no pão de brioche). Não resisto a abobrinhas, ainda mais defumadas, é juntar coisa boa com coisa boa pacas. E lá fui eu dar uma mordida no lanche, depois outra, mais outra, e nada de achar as abobrinhas. Não as acharia mesmo, posto que não vieram. Chamei a garçonete, que levou o lanche à cozinha, depois veio me perguntar se eu queria outro lanche ou se bastaria colocar as abobrinhas naqueles dois terços que restavam. Escolhi a segunda opção. A presença das "zucchinis" deu outro astral ao lanche, que antes delas estava bem xoxo. As notas defumadas trouxeram complexidade e um sabor fora do óbvio. Apesar disso, o hambúrger provado sozinho tinha o mesmo problema de falta de tempero apontado pela Chris.

O Estranho Caso do Hambúrguer de Abobrinha Sem Abobrinha, by Raymond Chandler

Eu meti a boca, garfo e faca que nada

Ambos os lanches vieram acompanhados de batatinhas rústicas (boas, sequinhas) e a mesma maionese da entrada - além de catchup e mostarda da Heinz que também já tinham sido trazidos à mesa durante a entrada.

Como recém formado sommelier de cervejas pelo Senac (pô, eu tinha que meter essa marra em algum lugar do texto!) senti muita falta de cervejas especiais para acompanhar os hambúrgueres. Até existe um cardápio só com cervejas da Dama Bier, mas elas estavam em falta. O famoso "tem, mas acabou". Meio difícil entender, já que há um distribuidor da Dama Bier em São José, não muito longe do Deli Joy. Uma pena.

Era chegada a hora de escolher entre as nababescas 29 opções de sobremesa. Bem, na verdade nossas escolhas ficaram reduzidas, já que boa parte das sobremesas levava sorvete, e a Chris não estava nem um pouco afim de sorvete naquele frio ártico (botei a culpa nela mas também não tava muito querendo sorvete não). Acabamos ficando entre duas opções de cheesecake, um de frutas vermelhas (R$ 10,90) e um de ovomaltine (R$ 16,90). Seguindo sugestão da simpática garçonete, optamos pelo último (só agora vi a diferença de preço entre os dois, mas sou um crédulo e acho que ela foi sincera). Apresentação bonita, em um prato com as mesmas cores da sobremesa. A descrição do cardápio indicava creme crocante de ovomaltine e morango, mas veio também uma ganache de chocolate branco por cima, que atrapalhou um pouco a experiência da Chris, que não gosta de chocolate branco. Afora isso, o conjunto estava harmonioso, embora sem a acidez do morango o resultado fosse um pouco enjoativo.

Prato feito sob encomenda pra sobremesa

O atendimento é feito por jovens meninas, e é bastante informal, dentro do esperado pela concepção da casa. Em dado momento o lugar chegou a encher um pouquinho, mas não houve demora significativa na entrega dos pratos nem para termos atenção de alguma delas, exceto em momentos pontuais. O problema maior relacionado ao serviço foi o meu sanduíche ter vindo sem as abobrinhas. Mesmo com a correção posterior, claro que foi uma falha grave. Também pesou um pouco a falta de aviso no cardápio sobre a ganache de chocolate branco no cheesecake. Basicamente foram esses dois problemas que fizeram nossas notas de serviço darem uma despencada. 

Antes de se chamar Deli Joy o restaurante tinha o nome de Delícias do Vale e ficava em outra localidade. Eu, que gosto das coisas em português, acho que o atual nome combina mais com a proposta da casa - embora dê a falsa impressão de se tratar de uma delicatessen, que de maneira geral é mais focada em produtos finos, diferenciados e exóticos. Mas o restaurante tem conceito, uma bela decoração e é muito agradável. Chris, por não ter gostado de seu sanduíche e não ter se apaixonado perdidamente por nada do que comemos, disse que não voltaria. Eu, que gostei do meu lanche, voltaria no verão para experimentar uma das lindas sobremesas com sorvete. E até comeria um lanche - desde que tivesse uma boa cerveja IPA para acompanhar.

Até pra trazer a dolorosa rola um conceito, vês?

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8,5 e 9,5
Serviço(2): 6 e 6,5
Entrada(2): 5 e 6
Prato principal(3): 5 e 7
Sobremesa(2): 6 e 6
Custo-benefício(1): 6 e 7
Média: 6 e 7
Voltaria?: Não e sim

Serviço:
Avenida Nove de Julho, 747 – Vila Adyana - São José dos Campos - São Paulo
Telefone: (12) 3346-1002
Facebook: https://www.facebook.com/delijoybr
Instagram: https://www.instagram.com/delijoybr/?hl=pt-br

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Matisse (Campinas - SP) - 17/09/2016


Na única noite em que sairíamos para jantar durante nossa curta estadia em Campinas, buscamos um restaurante que fosse perto de nosso hotel, mas que também tivesse alguma referência. As pesquisas nos levaram ao Matisse, que fica dentro do hotel Royal Palm Residence (não, não era onde estávamos hospedados) e ganhou o prêmio da revista Veja em 2014 como a melhor comida "variada" de Campinas. De fato era bem perto de nosso hotel, e em menos de cinco minutos de carro já estávamos lá. Agora, se é a melhor comida "variada" de Campinas, seja lá o que isso significa, só o texto aí abaixo dirá. Ou não.

O fotógrafo não caprichou na foto. Contratemos outro, pois.

Deixamos o carro com o manobrista do hotel (ato que depois nos custou dezessete reais) e subimos a pequena escada que dá acesso à recepção, em frente, e ao restaurante, à direita, direção que tomamos. Uma grande porta de madeira dá acesso ao Matisse, e nos acomodamos bem pertinho dela, e ao lado de uma parede de vidro que nos deu acesso ao mundo lá fora. Lá dentro, não há muita coisa que remeta ao famoso pintor francês que inspirou o nome do lugar, a não ser um quadro na parede, que pode ou não ser a reprodução de uma obra dele. Em minhas pesquisas na internet não encontrei nenhum igual, embora o estilo seja parecido. O cardápio também é bem colorido, e o francês era famoso pelo uso de cores. Mas falta uma explicação maior sobre o porquê do nome, até mesmo no próprio menu. Gostamos da iluminação, nem clara nem escura demais, e das cadeiras, bem confortáveis. Desgostamos da florzinha de plástico no vasinho sobre as mesas, de gosto duvidoso.

O gosto duvidoso, a Chris e o Matisse-ou-não ao fundo

O mais comum é nós dividirmos uma entrada, mas como todas eram muito leves, resolvemos pedir duas, uma para cada, para não ter briga (embora tenhamos acabado dividindo as duas. Ou quase isso. Ok, eu confesso, dividimos uma, e a outra eu comi inteira).

São apenas seis opções, e Chris ficou com o tabule de quinoa com tomate, pimentão, pepino, cebola roxa, hortelã e salsinha (R$ 19). Já vem temperado, mas Chris achou que faltou um pouquinho de sal. Também achou um pouco aguado. A apresentação veio bem simples, com o tabule enformado em círculo, com folhas de alface a lhe ladear.

Aqui ele já tava meio destruído, porque foi dividido em dois

Eu escolhi o ceviche de tilápia marinada no limão, com pimentão, laranja e cebola, regada com azeite e sal (R$ 25). Além do descrito no cardápio, o prato vinha com pedacinhos de manga, servidos ao lado para não murcharem, e folhas verdes. Gostei da acidez, que para meu gosto estava na medida certa, e também gostei da mistura com a manga. Os pedaços de pimentão estavam cortados um pouco grandes. Não sou um especialista em ceviches, e não comi muitas vezes, mas no geral achei agradável.

Cê viste o ceviche?

Como um bom restaurante de comida "variada", o cardápio tem de tudo: carnes e aves; pescados e frutos do mar; risotos; massas, divididos desta forma. O cardápio, como já dito, é bem colorido, e usa etiquetas ao lado de alguns pratos para indicar se ele é "novo" ou "+ pedido". Vale dizer que quase todos os pratos tem uma das etiquetas, o que indica que o menu foi renovado recentemente, mas manteve alguns clássicos da casa. Os pratos são todos individuais, e os preços variam bastante, indo de 45 até 89 reais. Entre os pratos que não escolhemos, chamaram a atenção o filé mignon em leito de rúcula com fettuccine (R$ 52) e os camarões grandes grelhados ao creme de abóbora cabotiã e catupiry com arroz vermelho e farofa de coco (R$ 89).

Óia aí um pedacinho do cardápio

Chris até que não sofreu muito para escolher desta vez (em geral ela fica em dúvida entre algumas opções). Foi de Filé Barolo (R$ 56), um daqueles com a etiqueta de "+ pedido". É um filé mignon grelhado, servido em molho de vinho barolo com champignon e bacon, acompanhado de risoto de vinho espumante. Como de praxe, ela pediu mal passado. Fizemos questão de dizer à garçonete que, sim, a Chris é uma mulher, mas gosta MESMO de carne mal passada. Talvez não devêssemos ser tão enfáticos. A carne veio...como chama aquilo, quando não assa? Ah, isso mesmo, crua. Pois é, crua. Bem diferente de mal passado. A sorte é que a Chris gosta mesmo de carne, ou teria mandado devolver. Para piorar, ela achou o risoto sem graça, não sentiu a acidez que o espumante deveria dar. Só o molho se salvou, bem saboroso, e amenizando a "sem-gracice" do risoto.

Se foto tivesse som você ouviria um "muuuuuuu"

Eu tive um pouco de dificuldade em escolher, e só defini quando a garçonete já estava à mesa, tirando o pedido da Chris. Optei pelo lombo de cordeiro grelhado ao molho de pimenta-cumarim com purê de banana-da-terra (R$ 65). Para combinar com a escolha "no susto", tomei um susto ao perceber o quanto a carne estava dura. Havia algum problema com o responsável pelas carnes naquela noite. A minha passou demais, a da Chris passou de menos. Outro susto foi a ardência da pimenta-cumarim (que é mais conhecida como cumari ou comari), que eu não conhecia, e acabou desequilibrando o prato. Deveria ter sido usada em bem menos quantidade. O purê de banana-da-terra amenizou, pero no mucho, este problema.

Se foto tivesse gosto você pegaria um copo d´água

Nós somos bonitos pracas, mas a florzinha não é legal mesmo, né?


Depois das decepções com o prato principal, era hora de tentar adoçar a vida com uma boa sobremesa. Escolhemos a sugestiva Sinfonia de Chocolate (R$ 21), uma terrine de chocolate ao leite e chocolate branco acompanhada de mousse de chocolate florentine com morangos. Achamos um pouco difícil concatenar na colher todos os elementos da sobremesa. Ambos achamos que a terrine estava dura demais, e Chris achou o todo muito doce. Mas eu gostei bastante do sabor da terrine, e morango e chocolate é uma combinação clássica que funciona. Não foi de todo ruim, mas não salvou a noite, como era nossa expectativa.

Uma sinfonia com alguns desafinos

Por falar em salvar a noite, talvez a garçonete que nos atendeu seja a grande responsável pela avaliação do Matisse não ser uma das piores de todas aqui no blog. Ela se mostrou atenciosa, simpática e bem informada, deixando-nos bem à vontade e atendendo no tom exato que gostamos, sem muitas firulas mas sem ser desleixada. Ponto positivo também para a cozinha em relação ao tempo de entrega dos pratos, sempre perfeito. O fato de o restaurante estar relativamente vazio certamente contribuiu para estes pontos positivos, mas ainda assim é digno de nota, porque ficou bem acima da média. Uma curiosidade é que a conta, ao invés de apresentar os 10% ao final, como é de praxe, traz a expressão "gorjeta espontânea" no extrato, junto com os pratos, como se fosse mais um deles. A explicação da garçonete é que muitos executivos comem ali, e precisam da nota fiscal completa, para serem ressarcidos posteriormente, então eles deram esse "jeitinho" bem brasileiro. Ficou bem-humorado. Eu curti.

Tá ali, ó, "gorjeta espontânea", que legal, né, meu?

Nossas entradas foram acompanhadas de duas long neck Stella Artois (R$ 13 cada), e para os pratos principais pedimos duas cervejas belgas Leffe Radieufe (330ml, R$ 25 cada), uma Belgian Strong Dark Ale de sabor levemente adocicado que se deu muito bem com nossas refeições, especialmente com a pimenta do meu prato, cuja ardência ela ajudou a arrefecer.

Não é à toa que o prato principal é o quesito que tem mais peso quando calculamos a média final de nossas notas aqui no blog. Como o nome já diz, é ele a razão principal de irmos a um restaurante. É por ele que vamos comer fora, e é quase sempre por ele que ficamos com vontade de retornar a algum estabelecimento. Infelizmente para o Matisse, e para nós, ambos os nossos pratos principais tiveram graves defeitos, que nos fizeram concluir que não voltaríamos ao lugar. Uma pena que nossa experiência não tenha sido tão boa quanto à daquele crítico da Veja que o elegeu como o melhor restaurante de comida variada de Campinas em 2014. Ou será que dois anos fizeram tão mal ao Matisse?

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 7
Serviço(2): 8 e 9
Entrada(2): 6 e 7
Prato principal(3): 4 e 5,5
Sobremesa(2): 6 e 7
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 5,91 e 6,87
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Rua Conceição, 450 - Centro - Campinas - São Paulo
Telefone: (19) 2117-4203
Site: http://restaurantematisse.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Restaurante-Matisse-The-Royal-Palm-Residence/254945024564014?fref=ts (não oficial)









segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Risoteria Villa Lobos (São José dos Campos - SP) - 09/08/2016



"Vamos comer um arrozinho?". O singelo e simples convite ficaria muito mais ostentoso e sofisticado se fosse substituído por um "vamos comer um risoto?", não é mesmo? Mas é só impressão, já que risoto em italiano quer dizer literalmente "arrozinho". Até pouco tempo atrás, no mesmo local da Risoteria Villa Lobos, funcionava o Bistrô Espaço CDC, cujo nome nunca me chamou muito a atenção. A casa fica numa rua por onde passo quase todo dia, e quando notei a mudança de nome já fiquei bem mais animado. Chris, que também adora um "arrozinho", não se fez de difícil e me acompanhou com prazer. Como é possível ver na foto abaixo, ao lado do restaurante funciona uma boutique de vinhos que, segundo um dos garçons, vende vinhos com bons preços, já que os produtos são comprados diretamente dos produtores.

Felizes antes de comer

Ainda do lado de fora do restaurante, antes da entrada do salão principal, nos chamou a atenção o belo telhado verde, feito de plantas, com algumas mesinhas altas, que são usadas pelos clientes em espera quando o restaurante está cheio. Mas também nos serviu direitinho para sentarmos nos momentos em que a Chris precisava sair para fumar. Do lado de dentro, ambiente despojado, com cadeiras coloridas e confortáveis, e belos quadros nas paredes. Um deles, colado à nossa mesa, mostrava uma mulher meditando em meio a prédios em uma grande cidade. A imagem dá a dica: relaxe e aproveite a comida!

O despojado e colorido e a complicada e perfeitinha

Chris sob o telhado verde

De posse dos coloridos e bonitos cardápios, começamos a dar uma olhada nas entradas disponíveis. Para molhar a boca pedimos duas long neck da Stella Artois (R$ 7,90 cada, 275ml), que vieram em um baldinho com gelo. Acabamos tomando cinco, porque né, tava ali, geladinha, enfim. Entre as opções de entrada, algumas saladas, brusquetas e o palmito pupunha assado com vinagrete e alcaparras (R$ 39), que foi o que pedimos. Enfeitando o palmito vieram o que acreditamos serem mini-folhas de beterraba, que ficaram bem charmosas. Aliás, adoramos a apresentação, elegante e colorida (já usei o adjetivo algumas vezes neste texto). Uma pena que o vinagrete, que dava um contraste perfeito ao sabor forte do pupunha, veio em pouquíssima quantidade. Também poderiam ter caprichado mais nas alcaparras, vieram só umas duas ou três. Mas o palmito estava gostoso e bem macio, fácil de comer.

Quidê o vinagrete que era pra estar aqui?

Para os pratos principais a estrela é a feijoad...mentira, mentira, claro que tem risoto de monte para escolher. São doze no total, dividos entre "vegetarianos", "tradicionais" e "especiais". Em todos eles há a possibilidade de pedir arroz integral no lugar do arroz de risoto. Os preços, para porções individuais, começam em R$ 49 e vão até R$ 89. Há também uma seção do cardápio chamada "especialidades da casa", onde há cinco opções, sendo que três delas também envolvem risoto. Ou seja, tem "arrozinho" para todos os gostos. E é difícil escolher, porque as opções são todas muito apetitosas. Há, por exemplo, o risoto de paio, que é quase uma feijoada em forma de risoto. Acho que nunca nos demoramos tanto para decidir o que comer, e acabamos fazendo um sistema engenhoso de sorteio para chegar a uma decisão, depois que cada um de nós conseguiu reduzir a quatro as possibilidades de escolha.

Chris acabou ficando com um prato da seção "especialidades da casa". O sorteado foi o filé de robalo grelhado, servido com risoto de arroz negro, abobrinha, uvas passas douradas e espuma de capim santo (R$ 89). O cheiro e o sabor forte do robalo não a agradaram, e acabei concordando com ela que estavam mesmo um pouco desagradáveis. Algo deveria ter sido feito, provavelmente na hora de temperar o peixe, para retirar um pouco essa "maresia". Mas ela gostou tanto do risoto, com o agridoce dado pelas uvas passas douradas, e com a cremosidade conferida pela espuma de capim santo, que acabou relevando um pouco o defeito no item principal de seu prato. Para colorir de verde, algumas folhas (pareciam ser de baby agrião) que também serviram para dar alguma crocância ao prato.

Bom que a foto não tem o cheiro da maresia

Meu sorteio acabou resultando na escolha do clássico risoto caprese, com muçarela de búfala, tomate cereja, pesto de manjericão e farofa de nozes (R$ 59). Embora eu goste de pedir pratos diferentes quando vou a restaurantes, também é bom comer um clássico bem feito. Mas, antes de falar se ele estava mesmo bem feito, falemos do prato. Ou do vaso, para ser mais preciso. Sério, nunca vi um prato tão fundo assim. Confesso que dificultou um pouco para "montar" as garfadas, principalmente quando o risoto foi chegando ao fim. Também ficava difícil apoiar os talheres nos momentos em que eu ia dar uma bicada na bebida.

Prato fundo. Muito fundo. Mas fundo pracas.

Apesar deste pequeno (e profundo) problema, o risoto estava delicioso, além de muito bem apresentado, com uma grande "bola" de muçarela no centro do prato, que foi se derretendo aos poucos, a farofa de nozes dando crocância por cima, o pesto nos cantos e mini-folhas de beterraba (ou não) fazendo uma graça por cima. Algumas garfadas vinham com os tomates cerejas que estavam entremeados no arroz, e estas eram as melhores. A profundidade do prato causou outro problema: a porção veio grande demais. Foi difícil chegar ao fim, o que só foi possível porque estava muito bom. E porque eu sou um glutão.

Veja a foto anterior para saber o tanto de risoto que o rapaz comeu

Relaxados e prontos para comer

Embora o restaurante fique ao lado de uma boutique de vinhos, combinamos nossos pratos principais com uma cerveja do estilo witbier chamada Schloss, da Cervejaria Dortmund, de Serra Negra (SP). A garrafa de 500 ml custou R$ 29. Entre as cervejas especiais, a maioria das opções é da Cervejaria Invicta, de Ribeirão Preto.

Para finalizar a refeição o menu lista cinco opções de sobremesa, das quais escolhemos a panna cotta de baunilha fresca, servida ao coulis de caqui e canela com praliné de castanha do pará (R$ 24,90). Não gostamos muito do copo em que ela veio servida, não era muito próprio para compartilharmos. Também achamos que o coulis de caqui, que é um molho, veio em pouca quantidade. Se ele fosse ruim não sentiríamos falta, mas estava muito bom. As castanhas em praliné (cristalizadas com açúcar) também poderiam vir mais fartas. O que salvou foi que a panna cotta, por si só, foi a melhor que já comemos, com uma consistência perfeita e ótimo sabor.

Coulis, praliné, panna cotta, é frescura demais, né?

A brigada de garçons é bastante jovem, o que não significa que seja desinformada ou desinteressada. Não é preconceito, mas às vezes ambas as características são vistas em funcionários jovens de restaurantes. O salão estava relativamente vazio, o que facilitou o serviço em termos de atenção dispensada à nossa mesa. Mas é de se destacar, por exemplo, a solicitude demonstrada nas vezes em que saímos para a Chris fumar. Tínhamos sempre a companhia constante de um dos garçons, que nos deixava informado sobre a chegada de nossos pratos, e vinha verificar se estava tudo bem. Todos tinham boas informações sobre o cardápio, e se mostraram solidários e prestativos quando nos mostramos em dúvida sobre o que pedir. Outro dado interessante foi a presença do chef Tércio Raddatz em nossa mesa, para saber o que tínhamos achado de nossa comida.

O que se pede de uma churrascaria é boa carne, de uma pizzaria é boa pizza. Em uma risoteria, claro, esperamos bons risotos, de preferência melhores do que aqueles que fazemos em casa. Eu me aventuro nessa arte de vez em quando, e a Chris sempre me elogia muito (com sinceridade, espera-se). Mas meus esforços não chegam no mesmo patamar dos risotos feitos por quem é especializado no prato. A Risoteria Villa Lobos faz jus ao nome, e entrega o que promete. Os preços, como deu para perceber, não são dos mais baratos, mas a relação custo-benefício acaba sendo boa, por conta da qualidade da comida. Às quartas-feiras há uma promoção especial que oferece um menu completo com preço mais acessível, mas o próprio garçom não sabe até quando isso durará, porque a promoção depende de uma parceria com uma empresa que já avisou que não vai continuar no projeto. Mesmo sem promoção, eu e Chris concordamos que, devido aos vários risotos que ficamos com vontade de provar, voltaríamos ao restaurante em uma próxima oportunidade. Agora, todas as vezes que eu passar pela Avenida Heitor Villa Lobos vou olhar para o restaurante e pensar "hmmmm, que tal comer um arrozinho?".

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 9 e 8
Serviço(2): 8 e 8
Entrada(2): 7 e 6,5
Prato principal(3): 8 e 8,5
Sobremesa(2): 8 e 7
Custo-benefício(1): 8 e 7
Média: 8 e 7,62
Voltaria?: Sim e sim

Serviço:
Avenida Heitor Villa Lobos, 841 - Vila Ema - São José dos Campos - São Paulo
Telefone: (12) 3922-0505
Site: http://www.vlobos.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/risoteriavlobos/?fref=ts





domingo, 3 de abril de 2016

Pequeno Bosque (São Joaquim - SC) - 03/03/2016


Apesar do nome, o restaurante Pequeno Bosque fica na área central de São Joaquim, em uma rua que concentra as principais opções gastronômicas da pequena cidade da serra catarinense. Mas o nome não é indevido. A entrada do restaurante tem jardinagem caprichada, com direito até a um pequeno lago com carpas, além de um barril de vinho, jorrando não exatamente vinho, mas um líquido com a mesma cor. Chamam atenção também as grandes paredes envidraçadas e a bela porta de madeira.

Chris procurando duendes no pequeno bosque

"Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento". Não, o famoso ditado que minha mãe sempre repete não se aplica ao Pequeno Bosque. Mas o interior do restaurante não tem o mesmo charme de seu exterior, isto é certo. No entanto o salão amplo e a iluminação agradável fazem do local um belo ambiente para uma noite gastronômica. Nas mesas, garrafas de vinho vazias servindo de vaso para delicadas flores trazem romantismo sem serem muito piegas. Nos instalamos pertinho da parede, em confortáveis cadeiras estofadas.

Fê procurando duendes dentro do pequeno bosque

São Joaquim é conhecida pelo frio, mas a noite estava agradável para os padrões serranos. Pedimos duas long neck de Stella Artois (R$ 8 cada), que vieram bem geladinhas para acompanhar nossa entrada: carpaccio de maçã (rúcula, maçã fatiada, iogurte natural, azeite balsâmico e queijo parmesão, R$ 23). São Joaquim também é conhecida pela produção de maçãs, por isso elas ainda vão aparecer muito neste texto, inclusive nos pratos principais. Achamos muito suave a combinação da fruta com a rúcula. Esta verdura vai bem com um ingrediente mais adocicado, como acontece com a famosa pizza em que ela entra junto com o tomate seco. Nosso estranhamento inicial se transformou em agradável surpresa. Também adoramos o azeite de alho presente entre os temperos opcionais à mesa.

Prontos para a primeira maçã da noite

Carne de maçã com rúcula

Para nossos pratos principais, tentamos sair um pouco do óbvio, como sempre fazemos, por isso escolhemos receitas que tinham maçã como um dos ingredientes. Não é em todo lugar que se encontra esta particularidade. Os pratos todos são individuais, e ficam em uma média de R$ 50. A lista de opções não é muito extensa, o que nos parece sempre uma boa coisa.

Chris escolheu a Truta Bosque (truta empanada no pinhão, guarnecida com risoto de maçã e gorgonzola, R$ 41). Apresentação apenas bonitinha. Chris começou a comer e gostar bastante, mas depois se deparou com a pergunta: onde está o gorgonzola? O queijo, de sabor forte, não foi sentido por ela. Como estava na descrição do prato, ela encarou isto como um defeito. Outro problema foi que o empanado da truta estava um pouco queimado em alguns pontos, tipo quando a gente frita muitos bifes à milanesa no mesmo óleo, sabe? Mas apesar dos problemas, estava saboroso, e bem crocante.

Meio queimadinho, mas bom

Eu fui de pato assado ao molho de maçã, com purê de batata e maçã caramelada (R$ 58). É maçã que não acaba mais! Apresentação mais caprichada, com um prato preto, ressaltando o purê e as pétalas de flor que enfeitavam o prato (e que eu também comi) mas escondendo um pouco o pato, que é mais escuro (desafio trava-língua: pato no prato preto). A coxa de pato estava macia e deliciosa, harmonizando muito bem com a calda de maçã, que não dominava o sabor, como era meu medo. A maçã caramelizada estava meio difícil de cortar, e o purê carecia de mais pegada, embora sua consistência estivesse legal. O todo foi harmonioso.

Prato no pato petro

Prontos pra mais maçã


Harmonizamos nossa refeição com meia garrafa (375ml) de um vinho Miolo Seleção 2013 branco, das uvas chardonnay e viognier (R$ 18). Não pedimos vinho sempre que comemos fora, entre outros motivos, porque encarece muito (somos pobrinhos, gente). Mas este estava quase de graça, perto do que se costuma ver.

Para a sobremesa escolhemos um doce feito com uma fruta vermelha chamada maçã, conhece? Foi a maçã chatelayne (R$ 20), que se consiste na maçã (sério?) assada com calda de doce de leite com abacaxi. Quando chegou deu medo de ser muito doce, por conta do doce-de-leite. Mas que nada, estava uma delícia, com os pedacinhos de abacaxi dando acidez, e com o complemento do chocolate em pó nos cantos do prato, formando colheradas de gemer. Devoramos rapidamente, sem dó.

E pra finalizar, uma maçãzinha

Simpatia e solicitude foram as marcas do serviço, que sanou nossas dúvidas sobre o cardápio, e esteve sempre atento. Uma das dúvidas era em relação ao tal do frescal, que aparecia no cardápio, e que não sabíamos o que era. O garçom nos explicou que é o equivalente à carne de sol, muito comum no Nordeste. Aconteceu um fato curioso em relação ao serviço: a Chris aceitou o café que lhe foi oferecido, e já estávamos esperando a cobrança na conta, mas ela não veio. Ficamos felizes, porque a praxe é sempre cobrar o cafezinho. Pois bem, fomos embora, e Chris deu nota 8 ao serviço, também por conta disso. No dia seguinte acabamos retornando ao restaurante, não só porque gostamos mas também por falta de opção na cidade, e Chris aceitou o café ao final, que desta vez veio cobrado na conta. Peninha. Descobrimos que tinha sido uma distração a não cobrança na noite anterior, e a Chris, implacavelmente, baixou 0,5 na nota final do serviço.

Sempre deixo o final do texto para dizer se Chris e eu voltaríamos ao restaurante em questão. Acreditamos que a vontade de voltar seja uma boa maneira de dizer se a experiência geral valeu a pena, seja por qual aspecto for. Neste caso deixemos o futuro do pretérito de lado, e usemos o pretérito perfeito: nós voltamos ao Pequeno Bosque na noite seguinte, como já foi dito anteriormente. A experiência vale a pena. Cobrando ou não o cafezinho...

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7,5 e 8,5
Serviço(2): 7,5 e 8,5
Entrada(2): 7,5 e 8
Prato principal(3): 7 e 8
Sobremesa(2): 8,5 e 9
Custo-benefício(1): 8 e 8,5
Média: 7,58 e 8,37
Voltaria?: Sim e sim
 

Serviço:
Rua Major Jacinto Goulart, 212 - Centro - São Joaquim - Santa Catarina
Telefone: (49) 3233-3318
Site: http://www.serracatarinense.com/pequenobosque/
Facebook: https://www.facebook.com/Restaurante-Pequeno-Bosque-1699304970284361/




terça-feira, 7 de julho de 2015

Quisoque Philosofy (São José dos Campos - SP) - 30/06/2015

Quando minha mãe me perguntou onde iríamos jantar, respondi "num restaurante vegetariano". Em verdade eu estava enganado: o Quiosque Philosofy é um restaurante de comida orgânica, o que é bem diferente. Aqui existem proteínas animais, a diferença é a forma como eles são criados, soltos, sem grande interferência humana, e se alimentando de pasto e não de ração. No caso dos vegetais, são cultivados sem uso de produtos químicos, controladores de praga ou coisa parecida.

A bela e rústica fachada

Do lado de fora, uma fachada rústica, com muito verde, tijolinhos à vista e lampiões. Lá dentro, ambiente charmoso, onde chamam a atenção alguns objetos vintage, como uma geladeirinha vermelha e um telefone verde daqueles bem antigos. Há também muitas plantas. O teto não tem forro, então vemos as telhas e a estrutura do telhado. A parede próxima de onde nos sentamos era feita de bambu. Em um quadro negro, a frase "O orgânico transcende o nada! Nada mais é que voltar às raízes. Simples assim!", dando uma boa, e poética, idéia da proposta do lugar. Como nem tudo é perfeito, achei as cadeiras um pouco desconfortáveis, e uma das paredes tinha algumas falhas na pintura.

Chris caminhando, com a geladeirinha vintage ao fundo

Há apenas três opções de entradas. Escolhemos o garlic bread, massa integral crocante assada ao alho e óleo (R$ 19,90). Para acompanhar há 6 opções de antepastos, das quais o cliente pode escolher três. Fomos de pesto, pasta de tahine e queijo branco. Pedimos duas long neck Stella Artois para fazer companhia. Depois de alguma demora, a entrada finalmente chegou, com um visual apetitoso e um cheiro delicioso. E o sabor correspondeu à estética. A massa estava torradinha e muito crocante, e nem precisava dos antepastos para ser ingerida com prazer. Mas para ajudar o pesto estava uma delícia, e o queijinho branco e a pasta de tahine também não fizeram feio. Chris estava no celular com a irmã, mas com sua mão livre não parou de comer. Fez bem, porque se bobeasse eu comeria tudo.

Bonita e gostosa

Entre os pratos principais, há poucas e simples opções no cardápio fixo (bife orgânico à cavalo, massa integral ao sugo, etc), além de algumas saladas, sanduíches e pizzas. Mas o restaurante oferece um menu variável, que muda toda semana, com outras opções mais inventivas, além do menu degustação (R$ 98,60) em que o cliente pode experimentar vários pratos em sequência. Eu e Chris acabamos escolhendo pratos que estavam neste menu variável.

Chris escolheu o Especial do Chef, que vinha com arroz negro, molho de maracujá e salmão, acompanhado de salada (R$ 51,90). A parte do "acompanhado de salada" não rolou muito, a não ser que se considerasse como salada os tufinhos de cenoura e beterraba que enfeitavam o prato. O arroz estava sem sal, e o salmão veio um pouco cru, quase um sashimi. O molho de maracujá era um pouco doce demais. Apesar de tantos defeitos, Chris achou que o todo, na hora em que se colocava tudo junto na boca, não estava tão ruim. A apresentação também era bonita, e a quantidade suficiente para satisfazer sem exagero.

Satisfez, com ressalvas

Eu escolhi o risoto de frutas vermelhas com filé de Saint Peter (R$ 49,90). Assim como em outros pratos do cardápio, neste aqui o grelhado é opcional, e pode ser escolhido entre carne, peixe e frango, com um acréscimo de dez reais no preço final. Em termos de quantidade achei um pouco exagerado, tanto que eu não consegui terminar de comer, enquanto a Chris comeu o dela todo. O peixe estava no ponto certo, mas talvez pudesse ter um pouco mais de sal, para compensar o risoto doce de frutas vermelhas. Este estava interessante, embora o arroz, sem as frutas vermelhas, não tivesse muito gosto. O queijo ralado que veio por cima não resolveu este problema da falta de sal. Aliás, poderia ser substituído por algum ingrediente com alguma crocância. O prato também veio com os tufinhos de cenoura e beterraba de enfeite, o que reforça a tese de que, de fato, esqueceram a salada da Chris. Aliás, pensando em retrospecto, deveríamos ter reclamado. Que dois bestas!

Eu e Woody Allen prontos pro rango

Para a sobremesa também escolhemos um opção que estava no cardápio variável. Um cheesecake de doce de leite e tâmara com calda de framboesa (R$ 11,90). Ainda bem que pedimos um só: o pedaço é gigante! Enfiei a primeira colher na boca achando que seria muito enjoativo, mas me surpreendi com o sabor. Chris no fim das contas acabou achando doce demais, embora tenha comido bastante. Eu, no fim das contas, acabei achando seco demais, acho que a calda de framboesa estava mais para uma geléia. Mas ambos gostamos do sabor, que, no fim das contas (e chega de repetir a expressão) é o que mais importa.

Comemos em dois e ainda sobrou

Falta falar de um item muito importante no cardápio do restaurante: os sucos. São muitas e muitas opções, separados por temas como hangover cures - ou seja, curas para ressaca -, detox, sucos vivos, entre outros. Deve ter pra mais de vinte opções de sucos, um mais diferente que o outro. Me lembro até de um que vinha com biomassa de banana verde! Claro que não poderíamos ir embora sem experimentar algum. Chris pediu o Mundaka (espinafre, maçã, beterraba e cenoura, R$ 10,90). Ela gostou, muito embora tenha achado que a beterraba dominou tudo. Mas ela gosta de beterraba, então valeu. Eu pedi o Kriyá (limão, mel e manjericão, R$ 9,90). Não consegui encontrar o sabor do mel, mas a mistura de manjericão e limão estava muito boa e bem equilibrada.

Nós dois, super naturebas

Durante o tempo que estivemos no local, apenas mais dois clientes entraram no estabelecimento. Deste modo, o serviço esteve quase todo voltado só para nós, e foi bastante satisfatório. Funcionários simpáticos na medida certa, sem demonstrarem enfado. Tiraram algumas dúvidas que tínhamos sobre o cardápio, sem escarnecer de nossa ignorância ao perguntarmos em uníssono "o que é bife orgânico?".

Ainda em relação ao serviço, tivemos um probleminha com o tempo de entrega dos pratos. A entrada demorou bastante para chegar, mesmo se tratando de algo simples - embora delicioso. Até aí tudo bem, já que não estávamos com pressa, e tomávamos nossa cervejinha. O problema foi que o prato principal, que já estava previamente solicitado, chegou muito rápido, quando ainda nem tínhamos terminado direito de comer a entrada. Isto acabou sendo um problema, já que ainda nem tínhamos escolhido o suco para acompanhar nossas refeições, coisa que iríamos fazer no tempo entre a entrada e o prato principal - e as opções eram muitas, como já foi dito.

Apesar de alguns problemas com os pratos principais e com o serviço, tanto eu como a Chris concordamos que o Quiosque Philosofy mereceria uma segunda visita. O custo benefício foi bastante razoável, e sentimos muito carinho e cuidado em todos os aspectos, do ambiente ao serviço. Chris ficou com vontade de experimentar outros itens do cardápio, especialmente alguns sucos, e eu gostei bastante da idéia do cardápio que varia semanalmente,  fornecenedo assim uma excelente desculpa para um retorno. Além do mais, ambos acabamos pedindo peixe, e ficamos sem saber qual a diferença, na prática, entre um bife orgânico e um comum. Pronto, já temos mais de uma desculpa para voltar. Agora é só escolher uma data.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 8
Serviço(2): 7 e 7,5
Entrada(2): 8 e 8,5
Prato principal(3): 6 e 7
Sobremesa(2): 7,5 e 7,5
Custo-benefício(1): 7 e 8
Média: 7,16 e 7,66
Voltaria?: Sim e sim



Serviço:
Rua Fagundes Varela, 141 - Vila Betânia - São José dos Campos - SP
Telefone: (12) 3921-9224
Site: http://www.quiosquephilosofy.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/qphilosofy?fref=ts