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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Ají Limo (São José dos Campos - SP) - 22/08/2023

 

    Acho que poucas pessoas sabem que existe um restaurante de culinária peruana em São José dos Campos. Pois bem, esse blog vem aqui fazer um serviço de utilidade pública: existe um restaurante de culinária peruana em São José dos Campos. Não vou dar spoiler, por isso não vou dizer agora se é bom. Vai ter que ler (ou ir lá pro fim do texto ver nossas notas). Dá pra entender quem não sabe que o Ají Limo existe, já que ele fica escondidinho em um pedaço pouco badalado da Rua Santa Clara. Caso seu espanhol não seja tão exuberante quanto o meu, fica aqui a dica da pronúncia: arrí limo. De nada. Outra coisa: ají limo é o nome de uma pimenta andina, picante e cítrica. De nada outra vez. Sabemos que o país Peru, pela diversidade semântica que seu nome traz, enseja o espírito de quinta série de muita gente. Mas aqui o negócio é sério, e prometemos que não vai ter nada isso.
 
Mais ou menos como descobrir a Cidade Perdida dos Incas
 
    Quando entramos no Ají Limo, temos a impressão de estar entrando na casa de alguém. E é bem fácil perceber, pela disposição dos cômodos, que realmente o prédio não foi concebido para ser um restaurante, e sim para ser uma residência. A decoração é discreta, com algumas garrafas de vinho na parede, uma lhama bem felpuda no balcão e não muito mais do que isso. O nível de claridade é bem agradável, com luminárias pendendo do teto. São apenas quatro mesas no salão principal, mais algumas em uma sala menor, além de um pequeno recinto com uma mesa maior, e com uma decoração mais parecida com o que imaginamos do Peru. O quintal dos fundos, que tem um lindo mural, também fica disponível para uso, com mesas ao ar livre, mas apenas aos finais de semana - e mesmo sendo ao ar livre, não permite fumar, o que deixou a Chris chateada. Na caixa de som, música em espanhol - "não necessariamente peruana", como nos disse a garçonete - fica rolando o tempo todo, o que ajuda na imersão.

Chris, alheia ao fotógrafo, escolhe seus pratos

Essa não é a lhama felpuda, é o Fê mesmo

Genuinamente peruano. Ou não.

Chris, Machu Picchu, peruano e lhama felpuda desenhada

"Se pudesse fumar aqui fora eu voltaria e ainda traria minha sogra"

    Tem mimo no Ají Limo. Sim, assim que nos sentamos e pegamos o cardápio, recebemos duas cumbuquinhas com fatias de banana crocantes e alguns grãos de milho, também trabalhados no croc croc. Aí pedimos uma cerveja Cusqueña de trigo (330ml, R$ 20) e escolhemos nossos pratos já mastigando e bebendo. 

Um mimozinho, não chega a ser assim um miiiimo

Cada 16,5ml custou 1 real

    O cardápio é bem diverso, trazendo muitas opções de entradas, como ceviches, tiraditos, patacones e sopas, com preços em torno de quarenta reais. Entre os pratos principais, são mais de vinte opções, com diversas proteínas animais diferentes (cordeiro, pato, vaca, frango, peixe, lula, polvo, camarão), além de algumas opções veganas e ovo-lacto-vegetarianas (que são indicadas por símbolos coloridos no cardápio). Os preços vão de quarenta a oitenta reais (pratos individuais). A parte final do menu inclui algumas opções mais afeitas a um botequim, com porções de peixe empanado, batatas fritas e coisas do gênero. Pode ser interessante se pensarmos no quintal do fundo ao ar livre. Mas aí eu penso que não tem cerveja de 600ml. E a Chris pensa que não pode fumar. E aí pensamos que o lugar não tem vocação pra botequim.

    Eu fui ao restaurante com uma ideia muito clara de que íamos comer ceviche. Mas a Chris apresentou um bom argumento contrário: ceviche nós já conhecemos. Embora fosse um bom argumento, o fato é que, entre as entradas, nada nos apeteceu tanto assim. Eram variantes de ceviche, além de sopas e patacones (banana amassada e frita) com acompanhamentos diversos. E no fim o ceviche venceu. Pedimos o Ceviche Al Ají (peixe marinado em limão, molho de pimenta amarela, com cebola, coentro, batata doce e milho, R$ 47). Começando pelo lado negativo: veio molho demais, e depois da colherada inicial, que desmanchou a montanha de ingredientes, tínhamos que pescar os peixinhos no meio de tudo aquilo. Mas tava muito bom. Fresquíssimo, picância na medida, acidez idem, peixe saboroso (embora o corte não estivesse muito padronizado), muuuuuita cebola (adoramos) e batata doce macia. Finalizando com outro lado negativo: o milho tava duro. 
 
Depois da primeira colherada, virou pescaria
 
    Acho um ótimo sinal quando demoramos pra caceta pra escolher nossos pratos principais, de tantas vontades que temos. E foi o caso aqui: demoramos pra caceta. Chris acabou escolhendo o Tacu Tacu Con Lomo Saltado (mistura de arroz, feijão e especiarias, filé mignon e legumes salteados, R$ 55). Primeiro que veio uma lindeza colorida muito alegre, com direito até a flor comestível. Chris adorou. O molho com leve acidez, por baixo do prato, envolvia todos os ingredientes. O tacu tacu, que é a mistura de feijão e arroz, meio que um baião de dois peruano, veio muito bem temperado, com leve picância. Os legumes estavam bem cozidos, e Chris adorou os talos de cebolinha. A carne não veio mal passada como a Chris pediu, mas chegou perto. E estava macia e bem temperada. Chris chegou a dizer que era muita comida, mas não deixou quase nada no prato. 

Tacu Tacu, que também aviva a 5ª série que há em nós

    Depois de também demorar pra caceta, acabei escolhendo o Pulpo Anticuchero (polvo com molho anticuchero - feito com ají panca, cerveja, vinho e especiarias - chimichurri, batatas douradas, tomate grelhado e milho, acompanhados de molho huancaína, R$ 79,90). Apresentação linda, em uma pequena frigideira. O anticucho é um prato de rua tradicional do Peru, um espetinho de coração de boi, e aqui nessa receita o Ají Limo utilizou o molho típico dessa receita para "abraçar" o polvo. O molho é intenso, espesso, saboroso, mas não chegou a mascarar o delicioso sabor do polvo - que, aliás, estava muito macio. As batatas estavam bem cozidas, o chimichurri trazia acidez sempre que eu o incluía na garfada, e os tomatinhos confitados estavam no ponto certo. Os brotinhos e as flores comestíveis trouxeram boniteza e frescor - e uma das flores trouxe um amargor inusitado. O molho huancaína é à base de queijo, leite e alho, e achei uma excelente decisão trazê-lo à parte, já que é um pouco enjoativo. Outro ponto negativo foi que, embora tenha adorado a apresentação, não foi tão prático, para um desengonçado como eu, comer o prato sem fazer bagunça na mesa - e fiz.

Antes da bagunça, a beleza

    Existe apenas uma opção de sobremesa: alfajor peruano. É possível escolher a porção com quatro ou com oito alfajores. Escolhemos a porção de quatro unidades (R$ 15). O alfajor peruano é  doce de leite ensanduichado por dois biscoitos (ou bolachas, a depender de onde você vem) amanteigados. Bonitinho, artesanalzinho, gostosinho, mas, como bem disse a Chris, parece mais um acompanhamento de cafezinho do que uma sobremesa.

Tem o Jorge Ben Jor Brasileiro e tem o Alfa Jor Peruano (desculpe!)

    Escondidinho, e com relativamente pouca gente sabendo de sua existência, é certo que, em uma noite de terça-feira, o Ají Limo estava bem vazio. Tipo bem vazio mesmo, tipo só um casal durante as quase duas horas que ficamos por lá. E essa casal era a gente mesmo. Desse modo, tivemos a garçonete Bruna só pra gente. Ela ficava no balcão e, quando precisávamos, era só chamar o nome dela. Em relação ao tempo de espera entre os pratos, entendemos que foi adequado - embora a "vaziez" também ajude nesse sentido. Ainda assim, é preciso apontar que, em uma de nossas saídas para a Chris dar suas pitadas, encontramos nossas toalhas de mesa ainda sujas (tá bom, tá bom, era só a minha toalha de mesa que estava suja, a da Chris estava impecável). Outra questão, que curiosamente foi apontada também em nosso post anterior (sobre o Edo Zushi), é que faltava um pouco de conhecimento à garçonete sobre os pratos, ingredientes e sabores. Se a culpa é dela ou do treinamento é algo que não podemos avaliar. Se ela era simpática, isso podemos. E era.

    Não temos grande expertise em culinária peruana para dizer o quão próximo aos reais temperos do país o Ají Limo está. Mas temos expertise em comilança para dizer que gostamos muito de tudo o que comemos. E que ficamos com vontade de comer muitos outros pratos (por exemplo, uma sopa cuja descrição é "camarões com arroz, queijo, creme de leite e ovo frito" - hein?!?!). Por esses motivos, ambos concluímos que faríamos uma nova visita ao Ají Limo. E agora me parece um bom momento para, finalmente, quebrar uma promessa feita lá no primeiro parágrafo: o Ají Limo é um restaurante do peru!

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 7
Serviço(2): 7 e 7
Entrada (2): 7 e 8
Prato principal (3): 8 e 8,5
Sobremesa(2): 5 e 5
Custo-benefício(1): 7 e 8
Média: 6,91 e 7,29
Voltaria?: Sim e sim

Serviço:
R. Santa Clara, 569 - Vila Adyana - São José dos Campos
Telefone:  (12) 99230-5895
Facebook: @ajilimo.sjc
Instagram: @ajilimo.sjc

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Kraftwerk (Joaçaba - SC) - 06/03/2016

Uma das precursoras da música eletrônica, a banda Kraftwerk (que significa "usina de energia") influenciou meio mundo com seus ritmos baseados em sintetizadores e suas letras minimalistas. A Chris adora o grupo, e talvez por isso não tenha se importado quando eu sugeri que rodássemos quase quarenta quilômetros para sair da cidade de Treze Tílias, onde estávamos hospedados, para almoçarmos no restaurante homônimo à banda, no município de Joaçaba. Claro que aproveitamos para também conhecer um pouquinho a cidade, que tem uma linda estátua no alto de um morro em homenagem a Frei Bruno, religioso que fez fama na região e que está em processo de beatificação pela igreja católica.

A ponte que leva ao restaurante

O restaurante fica na saída da cidade, instalado em uma pequena usina hidrelétrica ainda em funcionamento (por isso o nome Kraftwerk). Embora sua entrada seja discreta, seu salão todo envidraçado tem vista privilegiada para o Rio do Peixe, que aliás é bem agitado neste trecho. Nos sentamos junto às janelas, e é uma pena que as vigas de madeira fiquem bem na altura dos olhos de quem está sentado, atrapalhando um pouco a visão. Ainda assim, não é todo dia que se tem uma refeição em um restaurante com vista para um rio. Achamos as mesas muito próximas umas às outras. Também há mesas do lado de fora do salão, mas estas infelizmente já estavam ocupadas. Aliás, fizemos a visita em um domingo, e o lugar estava bem cheio. Chris se incomodou um pouco com as mulheres todas emperequetadas como se estissem num jantar de gala, enquanto ela estava vestida mais informalmente, como aliás parecia mais adequado ao ambiente.

O Rio do Peixe (porque do passarinho é que não podia ser)

Para abrir os caminhos, nos foi trazido um pequeno couvert, composto de torradinhas com patê e algumas uvas (?!). Macaco velho, perguntei se era cortesia, e após a afirmativa degustamos o agrado, que era aprazível.

A raposa e as uvas

Para as entradas propriamente ditas, e pagas, não havia nada muito diferente, então pedimos os croquetes de salmão à milanesa (R$ 35), acompanhados de dois chopps (350ml, R$ 11 cada). Consistência boa dos croquetes, cremosos e molhadinhos (isto está ficando um pouco erótico, não?), mas faltou um pouco mais de sabor, ou ao menos de um molho gostoso para acompanhar. Para piorar encontramos duas espinhas, uma pra cada, para ficar democrático. Espinha em bolinho é sacanagem. Mas adoramos os espremedores de limão individuais, uma ótima sacada para evitar a sujeirada que um limão é capaz de fazer no contribuinte, especialmente se ele for assim, digamos, eu.

É a cara de alguém que come e não se lambuza

Chris escolheu como prato principal o filé de côngrio rosa com legumes e batata souté (R$ 59). A apresentação em um prato escuro salientou bem o colorido das cenouras fatiadas, do brócolis e das batatas. "Enfeitando" o prato, como se fosse uma vela de um barco, ainda havia chip de algum legume que não conseguimos indentificar, porque não tinha gosto de nada. Aliás, o vaticínio da Chris foi sem rodeios: "Tá tudo meio sem graça", ela disse. O pedaço de peixe, generoso, só ganhou graça quando a Chris chegou na parte em que havia um pouquinho de um molho espesso de alho. Foi pouco para convencê-la. Ah, sim, espinhas de peixe também fizeram parte da experiência.

"Rimas de ventos e velas, vida que vem, que vai"

Eu escolhi o salmão grelhado ao molho de caviar e dry martini sobre espaguete (R$ 67). Isso mesmo, o molho era feito de ovas de peixe junto com o famoso drinque do James Bond. O sabor agressivo me assustou um pouco no início, mas depois até que peguei gosto pela coisa. O molho verde-claro, com o adendo de pedaços de manga nos cantos, encimados por tomate, tudo sobre um prato negro formaram um quadro meio kitsch. Aliás, as mangas fizeram um contraponto interessante ao molho. Ao final gostei do prato, embora tenha achado a porção farta demais, talvez um só filé de salmão fosse suficiente.

"Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores"

Como eu ainda teria uma viagem de volta dirigindo, paramos com o choppinho durante as refeições, e apostamos nos sucos. Chris foi de clorofila (eu também não sabia que isso existia) e eu de limonada suíça (R$ 9 cada), ambos muito bem feitinhos.

Limonada suíça, clorofila e outras coisas estranhas

Para a sobremesa escolhemos o strudel com sorvete de nozes e chantili (R$ 13). Apresentação divertida, com um catavento sobre o sorvete e alguns confeitos coloridos sobre o chantili. Mas a rapidez com que chegou, e a consistência murcha da torta de maçã, levam a crer que foi esquentado no microondas. Para piorar estava muito quente. Com modo irônico ligado, eu daria a dica para colocar uns 30 segundos a menos no micro. O sabor também não encantou, perfazendo então uma sobremesa pífia. Só o sorvete de nozes se salvou, e a apresentação.

Murcho e sem gosto, mas bonito

O serviço não teve grandes problemas, mas também não encantou. Todavia, mesmo com o salão cheio, conseguiu se manter atento durante toda nossa refeição. Houve uma diferença de alguns minutos entre a entrega do meu prato principal e o da Chris, o que me fez, como bom cavalheiro que sou, ficar olhando para o meu prato sem poder comer, à espera de que o dela chegasse. Também se esqueceram de trazer o meu garfo. Ao pedirmos para o garçom tirar uma foto ele tirou quatro! Não sei se isso conta a favor ou contra.

Com pratos principais girando em torno de sessenta reais, dificilmente um casal sai do Kraftwerk sem gastar ao menos duzentos reais, para uma refeição completa. E a verdade é que, em nossa experiência, a relação custo-benefício não foi das melhores. Nenhuma das três etapas da refeição nos satisfez plenamente, e mesmo com o serviço competente e a bela vista, ambos concluímos que não voltaríamos ao restaurante. Que Frei Bruno nos perdoe.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 7,5
Serviço(2): 6 e 7
Entrada(2): 5 e 6
Prato principal(3): 4 e 7
Sobremesa(2): 4 e 4
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 5,08 e 6,33
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Rodovia SC-303, Km 1 - Joaçaba - Santa Catarina
Telefone: (49) 3521-2626
Site: http://www.kraftwerkrestaurant.com.br/
Facebook: https://pt-br.facebook.com/KraftwerkRestaurante





terça-feira, 3 de novembro de 2015

Chinese House (São José dos Campos - SP) - 29/10/2015

Lig Lig e China in Box. Estas eram minhas duas referências em culinária chinesa. Para quem não sabe, são duas redes especializadas em comida chinesa para entrega em casa, presentes em quase todo o Brasil. Dias atrás, caminhando com a Chris perto do apê dela, passamos por este belo restaurante, chamado Chinese House, com dois leões de bronze tomando conta de sua entrada. Nada como caminhar para encontrar coisas que não vemos quando passamos correndo dentro de nossas máquinas motorizadas. Na hora já falei para ela que poderíamos visitar o restaurante em breve, nem que fosse só para tirar uma foto com os leões. E foi o que fizemos. Mas é claro que não ficamos só na fotografia.

Chris e os leões protegendo a entrada

Do lado de dentro a decoração também remete à China, a começar pela enorme estátua de Buda nos fundos. Chamam atenção também as belas luminárias (porra, não tiramos foto delas!) e alguns quadros com pinturas chinesas. Até mesmo os pratos e travessas tem desenhos bonitinhos retratanto um sábio chinês rodeado por uma corça, uma criança e uma mulher. Já as toalhas de mesa pareciam mais uma homenagem ao Fluminense, como bem lembrou a Chris.

O careca e o cabeludo, quem é mais barrigudo?

Toalha do Flu

Pedimos uma cerveja Original (R$ 10,00) e rapidamente escolhemos uma entrada. Não havia muitas opções. Entre os já conhecidos rolinhos primavera, pepino azedo à moda chinesa e outros quetais não muito apetitosos, ficamos com os Wang Tung fritos (R$ 30,00, doze unidades). São pastéis de carne suína, bem parecidos com os guiozá japoneses. Estavam saborosos e crocantes, embora um pouco molhados de óleo. Mas acompanharam muito bem nossa cervejinha.

Wang tung mung chung lung

Já para os de pratos principais, a situação é totalmente oposta. O cardápio lista dezenas de opções. Sem eufemismos: o cardápio é uma zona. A começar pela decisão de colocar, nas páginas da esquerda, a descrição do prato em português e inglês (sem preço), e nas páginas da direita a descrição em chinês com o preço. Então para saber o valor de algum prato o cliente tem que olhar o número do prato no lado esquerdo e então procurar este número no lado direito. A não ser que ele saiba ler chinês. Complicado. Ademais, como já dito, são muitas opções, praticamente uma para cada habitante da China. Outro detalhe: para saber se um prato está disponível ou não, é necessário ver se há o preço especificado. Se não tiver o preço é porque não tem o prato. Então você olha do lado esquerdo, acha a descrição legal, aí vai lá pro lado direito e descobre que, como diz o comercial, certas coisas não tem preço. E não estão disponíveis! Chato.

Com a ajuda do garçom, acabamos escolhendo o peixe com legumes (R$ 41,00) e o risoto de camarão (R$ 21,00). Essa combinação serve fartamente duas pessoas. Os tais legumes que acompanham o peixe são: brócolis, couve-flor, pimentão, cebola, cenoura e broto de bambu. O risoto é na verdade o arroz chop suey acrescido de alguns camarões médios. Nada muito saboroso. Para dizer a verdade, faltou uma boa dose de tempero, tanto no arroz quanto no peixe com legumes. É certo que à mesa havia molho shoyu e sal, mas achamos que a comida já poderia vir mais temperada. Chris se ressentiu mais do que eu dessa falta de sabor.

Prontos pro crime

Um close do rango

Na hora das sobremesas mais uma vez o menu é bastante enxuto. Apenas algumas opções de frutas caramelizadas, e coisas parecidas. Acabamos escolhendo abacaxis e maçãs caramelizados (R$ 20,00). Vieram dois pedaços de cada fruta, bonitos, brilhantes e crocantes. O sabor das frutas acaba sumindo um pouco no meio de tanto açúcar, mal dá para saber qual é uma e qual é outra. Mas até que estava razoável, embora pouquíssimo inventivo.

Bonitos, brilhantes, crocantes e...bonzinhos

Durante boa parte de nossa refeição tivemos o restaurante só para nós. Ainda assim demorou um certo tempo para um dos dois garçons perceberem que estávamos com alguma dificuldade com o cardápio. Afora este pequeno deslize, fomos muito bem atendidos, com simpatia, alguma graça e bastante conhecimento sobre as opções da casa. O tempo de espera também foi apropriado entre os pratos, não deixando grandes intervalos e nem servindo tudo muito rapidamente.

Chris ficou bastante incomodada com a falta de "graça" na comida, e disse que não faria uma segunda visita ao Chinese House. Eu, embora também tenha tido minhas restrições, achei que a relação custo-benefício faria valer a pena outra refeição por ali.

Lig Lig, China in Box e Chinese House. Agora são três nossas referências em culinária chinesa. Mas ainda falta muito para ela nos conquistar de vez.


AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 7,5
Serviço(2): 8 e 7,5
Entrada(2): 7 e 7
Prato principal(3): 5 e 6
Sobremesa(2): 5 e 5
Custo-benefício(1): 6 e 7
Média: 6,41 e 6,58
Voltaria?: Não e sim


Serviço:
Avenida São João, 171 - Jardim Esplanada II - São José dos Campos - SP
Telefone: (12)3921-8532
Facebook: https://www.facebook.com/RestauranteChineseHouse/?ref=ts&fref=ts