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quarta-feira, 15 de junho de 2022

Di Paolo Grill (Bento Gonçalves - RS) - 28/04/2022

 
  

    Elas estão por todos os cantos na Serra Gaúcha. Talvez se equiparem em quantidade às casas de café colonial e às vinícolas. Estou me referindo às galeterias, restaurantes cuja especialidade é o galeto al primo canto (frango abatido jovem, com cerca de 30 dias de vida), que quase sempre vem servido com uma sequência de pratos italianos. É um clássico local, e para experimentarmos este clássico fomos a um dos restaurantes mais tradicionais, cuja matriz existe desde 1994, em Garibaldi (RS). Além da filial de Bento Gonçaves, que visitamos, existem outras, a maioria no Rio Grande do Sul, mas também em São Paulo e Santa Catarina.

Frio? Não, tá frio não, impressão sua...

    Na parte de baixo do restaurante, um pequeno empório, com produtos próprios e também de outras marcas. Subindo uma escada, algumas fotos antigas, sem muita contextualização - imaginamos que podem ser da família dos fundadores do restaurante, que chegaram ao Brasil em 1890. Ao final da escada, chega-se ao salão principal, bastante amplo e bem iluminado, onde chama a atenção a enorme adega, transparente, com diversas garrafas de vinho. Pé direito alto, lustres de palha, cadeiras confortáveis e algumas mesas redondas com sofá completam o belo ambiente.
 
Sem contextualizar, só nos resta imaginar
Chris aqui, adega acolá

    Estávamos ali para a sequência, e foi ela que escolhemos (R$ 98,00 por pessoa). A casa de Bento Gonçaves se chama Di Paolo Grill, e não Galeto Di Paolo, que é o mais comum nas outras casas da marca. Isso porque existe a opção de escolher uma sequência que traz, além do galeto, alguns outros grelhados, como picanha e cordeiro (esta custa R$ 139,00 por pessoa). Mas optamos pela tradicional, que já é bem suficiente para qualquer comilão: começa com a sopa de capeletti, pouco depois chega o radicci (almeirão) com bacon, mix de folhas e salada de batata com maionese. Depois vem o galeto, polenta na chapa, polenta frita e queijo a dorê. Em seguida, um rodízio de massas, em que o cliente pode brincar à vontade, escolhendo entre seis tipos de massas e dez tipos de molho. Para finalizar, sagu com creme e pudim de leite condensado. Convenhamos, quem precisa de picanha?

    Comecemos pelo começo. O cappelletti in brodo (ou seja, no caldo) vem em boa quantidade - embora tenhamos achado os cappellettis muito pequeninos. Também estavam pequeninos no sabor, sem muita potência, e não havia noz moscada para acompanhar, que vai muito bem com esse prato. A massa estava um pouco dura, e com gosto de farinha. Ressalte-se que minha família tem uma receita bem tradicional de cappelletti, então tanto eu quanto a Chris temos uma nota de corte alta para a receita. Não me culpe, DiPaolo, a culpa é das minhas tias, da minha mãe e dos meus avós antes delas. 

A culpa é das tias

    Quanto às saladas, o bacon que acompanha o radicci estava bem crocante. A salada de batata com maionese tinha sabor suave, pendendo mais para a batata do que para a maionese. E o que podemos dizer das folhas verdes é que estavam verdes e viçosas. Não há muito mais o que dizer de folhas verdes, né?
 
Veja como eram verdes as folhas verdes
 
    O galeto, a grande estrela da sequência, estava realmente muito bom, com casca crocante e interior macio, e bem saboroso. A polenta frita estava boa, a feita na chapa, nem tanto, um pouco sem graça. Os bolinhos de queijo estavam bem crocantes, mas não sei se combinam muito nesta sequência. Talvez como uma porção, pra comer tomando uma breja, eles caíssem melhor.

A grande estrela
As coadjuvantes

Os intrusos

    Na hora das massas, cada um de nós fez duas combinações, depois dividimos mais uma. As porções são pequenas, realmente dá para pedir mais de uma, mesmo para comilões moderados como nós.

    Chris começou com nhoque + molho de manteiga e sálvia. Ela não curtiu muito o sabor da gordura, achou que não parecia manteiga, e achou a massa um pouco farinhenta, mais uma vez. Depois ela escolheu o penne integral + molho nocciolli (requeijão, creme de leite, chester defumado, nozes e condimentos). Ela adorou o molho, conseguiu sentir todos os ingredientes, mas o penne estava um pouco duro, faltou um tiquinho a mais de cozimento.
 
Nhoque, manteiga (será?) e sálvia

O nocciolli, conhece?
 
    Eu comecei com espaguete + molho tradicional (molho de tomate com moela e condimentos). Gostei, molho muito saboroso, bastante gosto de tomate e levemente apimentado. Depois fui de nero bianco (espaguete com tinta de lula) + molho funghi (cogumelos secos). Sabor bem intenso, com bastante gosto de cogumelo.

Tradicionalzão

Diferentão

    Por fim, dividimos um talharim + molho pesto. O consenso foi de que não estava ruim, mas o molho estava muito líquido e gorduroso, e ficou quase todo no fundo do prato. Faltou ser mais pedaçudo.
 
Quidê o pesto que tava aqui? Foi pro fundo do prato
 
    Pedimos as duas opções disponíveis para sobremesa, para dividirmos. O sagu com creme é feito com vinho doce, e tem um gosto forte de quentão. Sobrou caldo, faltou sagu e faltou creme. O pudim de leite condensado já vem sabotado pela apresentação, em um pote fundo. Podia ter um pouco mais de açúcar para nosso gosto.
 
São João, São João, acende a fogueira no meu coração!

Podia por em outro pote o pudim

    O serviço é bem rápido. Acho que não passou nem cinco minutos entre dizermos "Queremos a sequência de galeto!" e o capeletti estar na mesa. O mesmo aconteceu no restante da refeição. A brigada de garçons é grande, e o tempo todo alguém vem perguntar se queremos reposição de algum item. Quando começamos a pedir o rodízio de massas, deu-se o mesmo: comida servida a jato, e, assim que terminávamos, já tinha alguém querendo saber se gostaríamos de outra massa. Tudo que eu disse pode ser encarado como elogio ao serviço. Mas não há muito tempo para pensar na vida. E às vezes é bom pensar na vida. Né?

    Comer à vontade por R$ 98,00 não é nada barato, embora não chegue a ser um absurdo. Se soubéssemos antes o que sabemos agora, talvez pulássemos o cappelletti, e partíssemos logo pro galeto e pro rodízio de massas, provando mais opções de combinações. Mas aí não teríamos a experiência completa da sequência tão tradicional da serra gaúcha. E viajar, no fim das contas, é acumular experiências diferentes. Sabedores disso, ambos concordamos que uma vez foi suficiente, e não repetiríamos a dose no Galeto Grill. Pelo menos temos o consolo de saber que, todo fim de ano, poderemos comer um cappelletti bom de verdade. Sem galeto. Não se pode ter tudo.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 8
Serviço(2): 7 e 7
Entrada (consideramos o capeletti e as saladas) (2): 5 e 6
Prato principal(3): 5 e 7
Sobremesa(2): 4 e 4
Custo-benefício(1): 6 e 6,5
Média: 5,58 e 6,45
Voltaria?: Não e não

Serviço:

Rodovia BR-470/Km 217 – Bento Gonçaves - Rio Grande do Sul
Telefone: (54) 3453.1099|(54) 99975-2573
Site: https://dipaolo.com.br/
Facebook: @amodipaolo
Instagram: @amodipaolo

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Mar del Plata (Santos - SP) - 25/08/2017



Estávamos hospedados na praia de José Menino, e rodamos oito quilômetros pela bela orla santista para chegar ao Mar del Plata, que fica na Ponta da Praia. Instalado em meio a prédios residenciais, o restaurante se destaca na paisagem com suas janelas de vidro que deixam entrever seu salão. Em frente, cargueiros gigantes passam pra lá e pra cá no movimentado Porto de Santos. A casa está no mesmo lugar desde 1992, e esses 25 anos serviram para torná-la uma das mais tradicionais mesas da cidade.

Eu adorei o salão, bem iluminado, com os móveis e objetos em tons claros, espelhos em todas as paredes, fazendo o lugar parecer maior do que é, mas sem perder a sensação de intimidade. Para realçar ainda mais essa característica, confortáveis sofás encostados às paredes - onde, claro, nos acomodamos. Chris também gostou, mas não tanto quanto eu. Acho que é tão raro encontrar um salão bem iluminado que me deixei levar pela empolgação. Segundo o site, houve uma grande reforma em 2010, e sete anos depois é incrível como tudo parece novo.

Incrível como parece novo (o lugar, não o rapaz)

Ói nóis lá no espelho lá lonjão, ó lá!

Quase todas as opções de entrada são aquelas porções típicas que se encontra em bons quiosques de praia: isca de peixe, camarão à paulista, marisco ao vinagrete, lula ao alho e óleo, entre outras. Como não tínhamos areia sob nossos pés nem sol sobre nossas cabeças, optamos por algo mais singelo: casquinhas.

Chris escolheu a casquinha de siri especial (R$ 19). Não sabemos o porquê do adjetivo "especial", já que não havia a casquinha "não-especial". Fato é que a Chris achou a casquinha gostosa, com bastante gosto de siri. Outro ponto positivo é que não foram encontrados aqueles pedacinhos da casca do siri, que são bem desagradáveis. Mas ela achou que faltou uma porradinha a mais no tempero.

Uma porradinha cairia bem

Para mim a pedida foi o coquilles del mar (R$ 21), assim meio afrancesado, meio espanholado, mas que nada mais era do que a casquinha com vários frutos do mar (polvo, lula e camarão). Estava bonita, cremosa, saborosa e com todos os ingredientes no ponto certo. Não há muito mais o que pedir de uma casquinha.

Não posso pedir nada mais de você, coquille del mar
  
Sempre critico cardápios muito extensos, porque acho muito difícil que um restaurante possa manter a qualidade e a excelência em uma quantidade muito grande de pratos. No Mar del Plata as opções passam de oitenta, sendo que a maioria, claro, é focada em frutos do mar. Ainda bem que não tivemos que escolher, pois já fomos ao lugar sabendo o que escolheríamos: a meca santista, o prato típico da cidade.

No ano de 2005 um concurso promovido pela prefeitura, em conjunto com a Unisantos (Universidade Católica de Santos), escolheu os ingredientes que mais representam Santos. Deu meca, banana e palmito pupunha na cabeça. A partir dessa eleição o chef Rodrigo Anunciato criou o prato, que traz dois filés de meca, risoto de palmito com cenoura ralada e farofa de banana com bacon. Claro que é mais legal quando um prato espontaneamente se torna a cara de uma cidade ou região, mas acho válida a iniciativa da prefeitura, que certamente é boa para o turismo. Hoje a meca de fato se tornou uma tradição da cidade, e é servida em vários restaurantes.

No restaurante Mar del Plata a versão "inteira" custa R$ 189. Segundo o garçom ela serve até três pessoas, por isso escolhemos a versão "meia" (R$ 158, numa matemática que não faz muito sentido, mesmo se levarmos em conta que restaurantes costumam cobrar 70% do valor nas versões "meia", o que daria R$ 132,30). A refeição vem em uma travessa, que é servida pelo garçom nos pratos dos clientes. Como pedimos a versão reduzida, ganhamos apenas uma camarãozão, que foi dividido em dois. Mesquinharia, né? O peixe estava gostoso, embora pudesse se valer de um pouco mais de sal. Tem consistência bem firme, e quando é cortado chega a parecer um peito de frango. O arroz estava soltinho e saboroso, com o palmito pupunha bem macio. A farofa estava agradável, molhadinha pela presença da banana e também pela gordura do bacon. Mas é inegável que o prato é seco. Falta umidade, que a farofa não é capaz de proporcionar - aliás, muito ao contrário. Talvez se o risoto fosse feito com arroz arbóreo o resultado seria melhor. Mas ao final eu gostei, achei que houve mais qualidades do que defeitos, ao contrário da Chris. 

Tudo tão farto e um camarãozão só, poxa

Dois ícones de Santos: a meca santista e ao fundo as muretas brancas

O ideal seria pularmos esse parágrafo referente às sobremesas, mas não podemos, em nome do bom jornalismo. Dentre as opções disponíveis, perguntamos ao garçom quais eram efetivamente feitas no restaurante. Apenas duas, ele nos disse: o manjar e o pudim de leite (esquecemos de anotar o preço, mas custam em torno de R$ 10 cada). Chris ficou com o manjar, que foi feito com cravo, o que a desagradou bastante. Embora seja até comum o manjar ser feito com cravo, ela achou que a calda estava com gosto excessivo da iguaria, o que atrapalhou a apreciação. Eu fiquei com o pudim de leite que estava, para ser direto, medíocre. Até que veio com bastante calda, mas o pudim em si carecia de doçura.

Não chegou a ser um manjar dos deuses

Como direi? Medíocre

Os garçons, aparentemente, tem bastante tempo de casa. Isso às vezes se reflete em conhecimento do cardápio, jogo de cintura e agilidade. Noutras em um certo relaxamento, como se o jogo já estivesse ganho, ou tivesse perdido a graça. Tanto as qualidades quanto os defeitos de uma brigada antiga estão presentes no serviço do Mar del Plata. O garçom que esteve conosco na maior parte do tempo parecia tão à vontade na sua função que chegava a parecer desinteressado em alguns momentos. Mas não tivemos problemas maiores em relação ao tempo de espera entre os pratos nem demora para sermos atendidos - até porque éramos os únicos comilões durante boa parte da noite.

Imagine pedir um prato unitário, composto de arroz com palmito e cenoura, farofa de banana e bacon, dois filés de peixe e meio camarão por R$ 78. Caro, né? Pois dividindo o valor do prato pra dois, esse é o preço que se paga pela meca santista no Mar del Plata. A relação custo-benefício sai bastante machucada, mesmo sendo a meca um peixe relativamente caro. Talvez estando em três, ou até quatro, e pedindo o prato completo por R$ 189, essa relação pode melhorar. Mas não foi nosso caso. Esse foi o principal motivo de ambos concordarmos que não voltaríamos ao Mar del Plata. Como bons turistas que somos, realizamos nossa "obrigação" de comer o prato símbolo da cidade, e não nos arrependemos. Foi bom enquanto durou, meca santista. Um dia, quem sabe, voltamos a nos encontrar. 

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 6,5 e 8
Serviço(2): 6 e 6,5
Entrada(2): 6,5 e 8
Prato principal(3): 5 e 7
Sobremesa(2): 4 e 4
Custo-benefício(1): 4 e 6
Média: 5,33 e 6,66
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Av. Alm. Saldanha da Gama, 137 - Ponta da Praia - Santos - São Paulo
Telefone: (13) 3261-4253
Site: http://restaurantemardelplata.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/restaurantemardelplata/

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Alcobaça (Petrópolis - RJ) - 03/03/2015

(Este texto foi escrito na volta da nossa viagem de férias, ou seja, depois de algumas semanas da ida ao restaurante, baseado em nossas anotações, fotos e memórias. Alguns detalhes podem ter se perdido no tempo e no espaço)  


(Fonte: Site da pousada)



A foto acima é do início do século XX, e mostra o casarão onde hoje funciona a Pousada Alcobaça, e também o restaurante Alcobaça. O nome da pousada vem das pedras da Alcobaça e da Alcobacinha, que podem ser vistas do jardim. Sim, mas o que é alcobaça? Vem a ser um lenço usado antigamente especialmente por quem cheirava rapé (tabaco em pó), "para limpar a secreção nasal provocada pela inalação da substância". As aspas são pra deixar claro que eu colei as informações da Wikipédia. Agora, porque as pedras foram nomeadas em homenagem ao lenço é coisa que me foge à compreensão. Mas pra que tudo isso, se o assunto aqui é comida, não é mesmo? Talvez pra dizer que o lugar é bonito e histórico, embora eu e Chris não tenhamos tido acesso a toda essa beleza, porque visitamos o restô à noite.

Escuridão na entradinha da pousada

Fomos muito bem recebidos por um funcionário da pousada, que nos encaminhou à recepção, onde houve um pequeno mal entendido, porque a recepcionista achou que tínhamos uma reserva para um quarto, e não para uma mesa. Resolvido o problema, fomos encaminhados ao pequeno salão, com cerca de cinco mesas. Há um clima de fazenda gostoso, caracterizado pelos móveis, pelo jardim do lado de fora e, claro, pelo cardápio, focado em pratos caseiros e bem brasileiros. O atendimento bem informal também contribuiu para nos sentirmos na casa da vovó.

Decidimos pedir um couvert ao invés de uma entrada, porque não estávamos com tanta fome, e sabíamos que o prato principal seria bem servido, pelo estilo do restaurante. Vieram pães e torradas, com manteiga e patê de trutas. Não coloquei o preço, porque o couvert não é cobrado. Mas também é bem simples, embora o patê de trutas estivesse bem gostoso. Mas é fato que se fosse cobrado talvez nossa nota final fosse um pouquinho pior.

O couvert bem simples, e Chris mostrando o cardápio

Para o prato principal, o cardápio é bem curioso. Ele lista apenas uma pequena descrição (mignon ao molho madeira, truta ao alho poró, etc), e o preço de cada um deles, e diz que os acompanhamentos não são cobrados. Mas não há uma lista de acompanhamentos para serem escolhidos, é o garçom quem os sugere, de acordo com a escolha do prato principal. Todas as escolhas, conforme já dito, são tipicamente brasileiras, não há nada muito sofisticado nem "fresco". Na foto anterior, que mostra nosso couvert, dá pra ver o menu inteiro na mão da Chris, e perceber como ele é sucinto.

Prontos pra comilança

Chris, que não resiste a um bifinho, escolheu o mignon acebolado com batatinhas assadas (R$ 72,00). Seus acompanhamentos foram arroz, feijão e farofa de ovo. Ela não gostou muito do fato de virem medalhões, e não bifes, e também julgou faltar um pouco de sal na carne. Mesmo com esses senões, comeu que se regalou, e não parava de repetir, mesmo já estando farta. Ficou até passando meio mal depois. Adorou o sabor caseiro dos acompanhamentos.

Os medalhões, que Chris preferia que fossem bifões

Eu fui de frango caipira com polenta frita (R$ 68,00), e solicitei os mesmos acompanhamentos da Chris, seguindo a sugestão do garçom. A cozinha deve ter agradecido por não ter que fazer um monte de coisas diferentes. Será que o fato de o garçom sugerir os mesmo acompanhamentos denotaria uma certa preguiça? Não sei. Meu frango estava saboroso e suculento, e as polentas vieram cortadas em cubos grandes, e estavam bem crocantes. Assim como a Chris, também adorei os acompanhamentos, gostinho de comida da vó. E o prato era bem farto, tanto que não dei conta de todo meu frango.

O suculento frango caipira

Para a sobremesa pedimos o Custódio (R$ 20,00). "Má que catzo é Custódio?", deves estar a perguntar. Também não sabíamos, não se envergonhe. Tivemos que pedir ajuda ao garçom, que gentilmente nos explicou tratar-se de um pudim de leite sem leite condensado. Sabor delicado, nada enjoativo, mas né, um pudim de leite e ponto. Sinceramente, não fez tanta diferença no paladar o fato de não usar leite condensado. Mas estava gostoso.

O Seu Custódio, conhece?

Houve um detalhe em nossa visita que vale a pena citar a título de curiosidade, embora não mude em nada a avaliação do lugar. É que durante toda a noite apenas uma mesa, fora a nossa, esteve ocupada. Eram dois homens e uma mulher, e o papo deles era meio brabo, e nos deixou entretido durante todo o tempo. Inclusive eu e Chris mal conversamos nesta noite, parecíamos um casal que já não se curte, porque estávamos atentos ao papo alheio. Entre os assuntos, a suposta homossexualidade do filho da mulher, uma herança a ser disputada e a bi-polaridade de um deles. Foi divertido. Ah, vai dizer que você nunca ouviu a conversa da mesa ao lado?

Voltando ao que importa, O atendimento foi todo feito por um único garçom, de maneira bem informal, o que condiz bem com a proposta da casa. Na hora de escolher os acompanhamentos eu estava bem indeciso, sem saber o que fazer, e ele foi paciente e atencioso. Quando saímos para o jardim pra Chris fumar ele foi lá nos levar um cinzeiro. E estava sempre com um sorriso no rosto. Inclusive ao atender a tal mesa ao lado, que tinha um cliente bem, digamos, "criterioso", cheio de pedidos especiais e chatices.

Apesar dos muitos pontos positivos, eu e Chris concordamos que não voltaríamos ao Alcobaça. E o motivo é um só: por mais que seja uma comida muito gostosa, é um pouco demais cobrar 72 paus por arroz, feijão, farofa e bife acebolado, e 20 mangos por um pudim de leite. Talvez se saíssemos de lá dizendo que era o melhor arroz com feijão de nossa vidas, e o pudim mais espetacular que já provamos, o preço poderia compensar. Mas nem foi este o caso. Sendo assim, com o custo-benefício prejudicado, não saímos plenamente satisfeitos. Mesmo com todo o "entretenimento" proporcionado pelos nossos companheiros de salão...

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 10 e 7
Serviço(2): 9 e 8
Couvert(2): 6 e 6
Prato principal(3): 7 e 7,5
Sobremesa(2): 6 e 7
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 7,33 e 7,04 
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Rua Agostinho Goulão, 298 - Corrêas - Petrópolis - Rio de Janeiro
Telefone: (24) 2221-1240
Site da pousada: http://www.pousadadaalcobaca.com.br/index.htm