sexta-feira, 19 de abril de 2024

Cafezando #6: Café da Mata (São José dos Campos - SP) - 17/04/2024

    B POWER DANCE
 
    O Café da Mata fica na rua donde ficam (ficavam?) as duas baladas preferidas minha e da Chris, no tempo em que íamos a baladas: o Pub (nome completo na certidão Dunluce Irish Pub), preferida da Chris, e o Anexo da Nena (nome completo na certidão Anexo da Nena Bar e Balada), minha preferida (o gênero é feminino porque eu tava falando de balada, prestenção no texto). E o que isso tem a ver com nossa ida ao Café da Mata? Nada, é só um jeito de começar o texto. Eu poderia ter escolhido outros, tipo "Em uma quarta-feira vadia, após sair do trabalho, peguei a Chris na casa dela e...", ou talvez "Certa manhã acordei de sonhos intranquilos e resolvi chamar a Chris pra ir ao Café da Mata". Existem outros milhões de começos possíveis, que talvez existam em outros multiversos. Aqui, nesse, resolvi falar sobre as antigas baladas da Rua Luiz Jacinto.
 

 
    "Mas que catzo é esse de B POWER DANCE?!?!"

    A primeira de nossas fotos acima é a entrada do café vista da calçada da Rua Luiz Jacinto. A segunda já é dentro do estacionamento, que abriga alguns outros comércios.  O Café da Mata tem um ambiente mais ao ar livre, depois tem um menos ao ar livre, depois tem um mezanino com ar-condicionado nada ao ar livre. São três, no total. Esse primeiro tava com umas pessoas, e nós somos um pouco misantropos e ficamos no segundo. Bonitinho, cadeirinhas confortáveis, decoração belezoca. Depois uns pernilongos começaram a picar os lindos tornozelos da Chris (não eram Aedes, não eram Aedes, não eram Aedes) e acabamos finalizando nossa comilança no mezanino com ar-condicionado (não tinha ninguém lá em cima, suponho que os funcionários tenham pensando "legal, lá vamos nós ter que subir pra servir os belezinhas").
 



    "Você ainda não me explicou direito essa história de B POWER DANCE"

    Enrolei, enrolei, e até agora não falei nada sobre comida e bebida. Mas sim, fomos lá pra comer e beber, e o fizemos. Começamos com quiches, uma de quatro queijos pra Chris e uma de carne seca com abóbora pra eu (R$ 12 cada). Chris acompanhou a dela com um Capuccino Nutella gelado (R$ 19, borda creme de avelã + 1 dose curta de espresso + leite vaporizado + chantilly + calda de chocolate + amendoim, puta mixórdia da porra) e eu com um Chai Latte (R$19, mistura de especiarias + leite vaporizado cremoso). Análise ligeira: quiches meio nhé, assim, nada de mais nem de menos. Capuccino da Chris meio difícil de lidar, e ela achou que a dosinha de espresso se perdeu no meio da barafunda. Meu Chai Latte, um troço que nunca tinha tomado, foi legal, Chris experimentou e curtiu também. Tinha gengibre, que dava aquela pegada no gorgomilo, e tinha bastante canela (nada de joelho e nem um tiquinho de coxa, fizeram falta).


    "Legal, bacana, ótimo, incrível, mas what the fuck is B POWER DANCE?!?!"

    Subimos então a ladeira, após os mosquitos atormentarem a Chris (não eram Aedes, não eram Aedes, não eram Aedes), e fomos comer a parte doce da refeição na parte de cima do cafézão (foi só pra rimar, desculpe). Não sem antes fazermos nosso pedido no caixa. Fica essa informação aqui, que não coloquei antes: os pedidos no Café da Mata são feitos no caixa. Não adianta sentar suas nádegas nas cadeirinhas e esperar o garça servir, que não vai rolar. Mas isso está escrito em uma lousa na chegada, basta ler. É quem nem todo mundo gosta de ler coisas em lousas, há quem tenha tenha traumas do tempo de escola. Então fazemos aqui esse serviço.

    Em tese eu deveria escrever sobre a parte doce no parágrafo acima, mas fiquei falando sobre como fazer o pedido e o parágrafo ficou grande. Pela elegância, comecemos outro. Escolhemos nosso doce na vitrine. Aliás, vou colocar aqui uma foto da vitrine pra vocês bizoiarem:

    Terceiro parágrafo só pra falar dos doces. Talk about enrolation. Chris escolheu o bolo de fubá com goiabada (R$ 16), eu escolhi o bolo de doce de leite com coco (R$ 21). Nenhum dos dois curtiu muito. O da Chris tava bom na parte da goiabada, mas na parte do bolo faltou aquela erva doce e aquele gosto mais fubazado. O meu bolo tinha bastante coco e tinha bastante doce de leite, então não dá pra reclamar da descrição, já que era um bolo de doce de leite com coco. Mas era muito enjoativo. Não dei conta de finalizar não, sob o risco de lembrar do bolo até o fim de meus dias. Pra ajudar, a pequena anta aqui (1,76m de pura antice) escolheu um espresso bombom 80ml pra acompanhar, um café também doce, feito com leite condensado (R$ 15, uma dose de leite condensado + uma dose de espresso curta + espuma de leite). Chris, bem mais malandra carioca, escolheu um espresso duplo 100ml (R$ 13, duas saídas longas de espresso), que ao menos fez o contraste com o bolo. 
 

 
    Uma coisa que a gente achou bonitinha no Café da Mata é que os talheres chegam envoltos no guardanapo com uma florzinha anexada. Vamos colocar a foto abaixo, e se você achar que parece o velório do garfo e da faca é porque você tem uma mente muito mórbida, ninguém normal pensaria uma coisa dessa.


    "Última chance pra você explicar que merda é essa de B POWER DANCE"

    Tá bom, tá bom, eu sei que você chegou até aqui se coçando de curiosidade com o tal do B POWER DANCE. Ah, não chegou? Tá bom, vou explicar mesmo assim. Em verdade trata-se de mais um serviço de utilidade pública deste blog: caso você tenha um amor ciumento, não vá sozinho ao Café da Mata. A pessoa amada vai fuçar sua fatura de cartão de crédito, ou vai ver a notificação do banco no seu celular, e vai encontrar uma compra no B POWER DANCE. Eu só escapei da morte porque estava com a Chris, e expliquei para ela que, pelas leis da física, eu não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ela tinha familiaridade com essa lei, e compreendeu. 

    Olha, de maneira geral não foi assim aqueeeele amor que sentimos pelo Café da Mata. Faltam umas coisinhas mais criativas no cardápio, fora daquela coisa "capuccino-quiche-espresso-bolo", e também um cuidado maior no equilíbrio de sabores. Mas também não foi assim uma tragédia completa - quer dizer, poderia ter sido se eu tivesse ido sozinho.

    Então é isso. Em breve a gente volta a cafezar.


Endereço: R. Luiz Jacinto, 316 - Centro - São José dos Campos - São Paulo
Telefone:  (12) 98146-7013
Instagram: @cafedamatasjc

quinta-feira, 21 de março de 2024

Ollivia Gastronomia (Poços de Caldas - MG) - 17/03/2024

 

    Poços de Caldas. Terra onde meus avós maternos passaram a lua de mel, lá no começo dos anos 1950. Eu e Chris não fomos exatamente passar a lua de mel, mas certamente cada viagem que fazemos serve para renovar o nosso amor (ganhei pontos agora, hein?). Ao fazer as pesquisas para saber onde faríamos um jantar para colocar aqui no blog, não teve como escapar do Ollivia Gastronomia, um dos mais tradicionais da cidade, e para onde nos rumamos em um domingo à noite - dia da semana em que, ao menos aqui em São José dos Campos, não é comum os restaurantes abrirem para o jantar.

Sempre renovando nossos votos

    O restaurante fica em uma das principais avenidas da cidade, muito movimentada. Passamos em frente a ele, e não vimos lugar para estacionar. Aí demos a volta no quarteirão e passamos em frente de novo, dessa vez mais devagar. Descobrimos que o pessoal para na calçada mesmo, tem até plaquinha solicitando que o motorista deixe espaço para os pedestres. A fachada é bem discreta, com o nome do restaurante meio escondido no meio das árvores. A entrada do salão principal chama a atenção pelo aspecto rústico-chique e pelos enormes barris de vinho que servem de decoração. Do lado de fora, mas também coberto, várias mesas ao lado do jardim, com decoração caprichada (nos sentamos ao lado de uma carroça de madeira) e belos quadros na parede. Ainda havia outro ambiente fechado, ainda mais distante daquele salão principal, e uma outra área ao ar livre, dessa vez sem cobertura, que deve funcionar mais às sextas e sábados, como um bar (foi ali que a Chris deu suas pitadas no cigarro). Ufa! É grande mesmo. Cabe bastante gente, mas em um domingo à noite tava mais pra vazio do que pra cheio.

A Chris chegando no ambiente é tão linda quanto...

...a Chris saindo do ambiente

Ajeitadin dimais, né mieso?

Distantes demais das capitais - e dos garçons

    Em geral só falo sobre o serviço mais pro final do texto. Mas sabe aquela coisa de já tirarmos a coisa ruim da frente, pra ficar depois só com a parte boa? Pois é. O serviço foi certamente a pior parte da noite. Ao chegarmos fomos apresentados ao restaurante por uma recepcionista, que nos mostrou os diversos ambientes. Escolhemos a parte externa para ficar mais fácil da Chris ir fumar, e nos sentamos. Papo vai, papo vem, papo vai e volta de novo, e nada de um cardápio chegar à mesa. Não cronometrei, mas acho que esperei uns dez minutos pra me levantar e ir eu mesmo buscar o cardápio. E durante toda a noite foi um sacrifício conseguir a atenção dos poucos garçons. A questão nos pareceu óbvia: é muito tamanho pra pouco funcionário. Aos domingos poderiam fechar parte dos ambientes, como já vimos acontecer em outros lugares. Outro problema: nossos pratos principais chegaram em um momento em que não estávamos sentados. Aí foram nos chamar, e quando chegamos à mesa estavam lá nossos pratos, mas nada de talheres. Toca esperar de novo pra eles serem trazidos. Pontos positivos: tempo de espera para entrega dos pratos foi dentro do normal e a garçonete demonstrou bom conhecimento do cardápio. Mais um detalhe: ao final a famosa "gorjeta espontânea" foi de 12%, e não dos tradicionais 10%.

    O foco do cardápio é em "cozinha italiana e contemporânea com um toque mineiro", como informa um texto logo na primeira página. São seis opções de entrada, dezoito de pratos principais e mais seis sobremesas. São muitas opções de ingredientes e proteínas, passando por berinjela, panceta, abóbora cabotiá, bacalhau, cordeiro, queijo canastra, pinhão, enfim, tem para todos os gostos, com descrições bem apetitosas. Os pratos principais são individuais, e partem de R$ 87 (pappardelle com linguiça) , podendo chegar a R$ 137 (cordeiro com aspargos).

    Principiamos a comilança com o Arancini (bolinhos "queijudos" de risoto ao pomodori recheados com muçarela e manjericão fresco, acompanhados de molho aioli, R$ 48). Vieram quatro bolinhos, que estavam bem crocantes por fora e cremosos por dentro. Não tinham grande intensidade de sabor. O molho pomodori veio por baixo dos arancinis, e o aioli por cima, mas ambos em pouca quantidade - uma pena, pois estavam muito bons e levantavam o prato. Chris também sentiu muito a falta do manjericão, que estava na descrição mas praticamente não deu as caras, o metido.
 
O endro, ou algum parente, veio, mas o manjericão ficou em casa

    Sem demorar muito, Chris escolheu para o principal o Mignon ao Melaço de Cana (medalhão de filé mignon finalizado no melaço de cana sobre cama de risoto de queijo coalho, R$ 127). Tem uma frase que eu já escrevi em tantos textos aqui nesse blog, que é só copiar e colar: Chris pediu o filé mal passado e ele veio no ponto errado. Dessa vez tentamos esconder de quem era o pedido, porque em geral quando é para homem eles fazem mesmo mal passado, mas não teve jeito. Veio ao ponto para bem passado. Mas estava saborosa, e tinha aqueles queimadinhos da frigideira, estava bonita (embora nosso foto não esteja muito boa, pedimos escusas). O risoto estava bom, com o melaço bem presente fazendo uma bela e contrastante tabelinha com o salgado do queijo coalho. Chris achou a proporção perfeita, mas o arroz passou um tiquinho do ponto.

Amore Scusamiiiii pela foto maizomenu

    Eu titubeei (palavra estranha, mas fui pesquisar e é assim mesmo que conjuga o trem), mas acabei escolhendo o Arroz com Suã e Goiaba (suã sobre cama de arroz de cebola bruleé e demi glace de goiaba com vinho branco da casa, R$ 89). O suã é um pedaço do porco que eu nunca tinha comido. Não sei se é culpa do Ollivia, mas não achei o bicho muito bonito de feição - será que dava pra miorar um cadinho? Mas a carne estava bem macia, e é bem saborosa, lembrando costela de porco (o corte fica entre a costela e o lombo). O arroz de cebola bruleé era um risoto, com sabor bem agradável de cebola, ligeiramente adocicado (mas o arroz também passou um cadinho do ponto). O demi glace veio num recipiente à parte, e estava muito líquido, poderia ser um pouco mais viscoso para "grudar" melhor na carne - o sabor era bom, uma mistura de molho de carne com tomate e leve acidez, mas a goiaba não foi encontrada. Foi engraçado: acabamos de comer e sobrou um pouco do demi glace, então eu e Chris ficamos provando, pingando o molho no garfo, pondo na boca, fechando os olhinhos, tentando achar a goiaba. Não achamos. 

Aqui o fotógrafo deixou o molho fora do quadro. Tsc tsc.

    Entre as seis sobremesas disponíveis, Chris descartou duas e me deixou escolher entre as outras quatro, magnânima que é. Eu escolhi a Esfera Romeu & Julieta, romântico que sou (panacota de queijo minas sobre cama de crumble amanteigado e finalizado na mesa com goiabada de tacho cremosa, R$ 52) (não sei se as regras gramaticais permitem abrir parênteses depois de outros parênteses, mas agora já estão abertos, apenas para comentar sobre como o Ollivia gosta da expressão "sobre cama de", apareceu três vezes nos quatro pratos que comemos). Pela descrição do prato, especialmente pelo conhecimento que tenho da palavra esfera, achei que viria isso mesmo, uma esfera, com todos esses sabores encapsulados, que explodiriam na boca. Mas veio uma panacota de textura bem firme e sabor neutro, lembrando mesmo um queijo minas fresco, "sobre cama de" um crumble bastante amanteigado, um pouco enjoativo, e com a goiabada servida por cima deles, à nossa frente. Cadê a esfera, meu pai? Outro problema foi que o garçom colocou um tanto da goiabada, aí perguntou se gostávamos de goiabada, e quando a Chris respondeu um enfático "sim", ele entendeu que era pra terminar de servir a goiabada por cima. E serviu, de modo que ela acabou dominando tudo. Por sorte, era muito boa. E o todo não foi ruim.

Na próxima chamaremos o Sebastião Salgado pras fotos

    Talvez seja uma erro nosso, mas o fato é que quando vamos a um restaurante, eu e Chris deixamos a coisa acontecer como tiver que ser. De modo que não somos de ficar pedindo pra refazer pratos, ou pra não pagar taxa de serviço, essas coisas. No Ollivia havia uma moça tocando violão e cantando. O pouco que eu pude ouvir quando cheguei, era bom. Mas do lado de fora também havia um som mecânico, que por vezes era mais alto do que o som ao vivo, porque estávamos distantes da artista. Ainda assim, veio cobrado na conta final os vinte reais por pessoa do couvert artístico - que pagamos sem reclamar, por isso a explicação anterior. Coisas pequenas como essa, aliadas ao serviço sofrível e à carne no ponto errado nos fizeram concluir que não voltaríamos ao Ollivia Gastronomia - embora eu tenha ficado com vontade de provar outros pratos do menu. Já Poços de Caldas, a cidade, pode ser que nos veja de novo: Seu Genésio e Dona Lucy, meus avós, fizeram uma ótima escolha de destino de lua de mel.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 8,5
Serviço(2): 5,5 e 5,5
Entrada (2): 7 e 6,5
Prato principal (3): 6 e 7
Sobremesa (2): 6 e 6,5
Custo-benefício(1): 5 e 5,5
Média: 6,16 e 6,70
Voltaria?: Não e não

Serviço:
Av. João Pinheiro, 1135 - Centro - Poços de Caldas - Minas Gerais
Telefone:  (35) 3712-8077
Instagram: @olliviagastronomia
Facebook: @olliviagastronomia

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Krsna (São José dos Campos - SP) - 25/02/2024

 

       Krsna é a transliteração em alfabeto latino de uma palavra em sânscrito. O mais comum é vermos a palavra escrita como "krishna", que é a transcrição para o alfabeto latino do som da palavra em sânscrito. Aí a gente tá mais acostumado, né? Hare Krishna, e tudo mais. Trata-se de um dos deuses mais importantes do hinduísmo, religião predominante na Índia. Nada mais justo do que nomear assim um restaurante especializado em comida indiana, em pleno bairro da Vila Ema, em São José dos Campos.
 
Nem precisa tocar a campainha, a casa está aberta
     
    O Krsna só abre para almoço, todos os dias da semana. Estivemos lá em um domingo, e o lugar, se não estava lotado, também estava longe de estar às moscas. Um feito e tanto, se levarmos em conta que o Krsna fica em uma rua pacata, com pouca passagem de veículos. A entradinha singela logo nos leva a um corredor com paisagismo caprichado, e a um túnel natural. Logo após o túnel existem algumas mesas ao ar livre. À direita, mais algumas mesas do lado de fora, sob uma cobertura de madeira e vime. Nesses locais existem ventiladores para aplacar o calor - estivemos lá em um dia bem quente. Também há um salão interno, menos charmoso, mas com ar-condicionado. Nesse salão interno também existe uma pequena lojinha com produtos indianos, como o ghee (manteiga clarificada), incenso e outros quetais.

Uma paradinha pra selfie antes de entrar no túnel

E tem coach espiritual no caminho

A gente chegou a se aboletar nessa mesa...

...tiramos foto com cara de besta e tudo...

...mas depois mudamos pra uma mais perto do garçom...

...e mais pertinho da saída
 
    O Krsna trabalha com culinária indiana lacto vegetariana e vegana. Todos os dias existe apenas um combo vegetariano e um combo vegano disponíveis. Cada combo traz cinco pequenas porções de pratos diversos. O pulao (arroz que pode vir com diversas especiarias) é quase onipresente em todos os combos. As outras quatro opções podem variar entre legumes com diversos tipos de preparo, além de saladas, farofas, cuscuzes, feijões, etc. Se por um lado existe certa frustração por não poder escolher um combo qualquer entre todos os que constam no cardápio, por outro é muito bom para os indecisos, porque são apenas duas opções de escolha. O combo custa R$ 42 durante a semana e R$ 44,90 aos finais de semana. Também existe a opção de meia porção de cada prato, que eles chamam de kids (R$ 34 durante a semana e R$ 36,50 aos finais de semana). Por último, também existe a opção tali, em que são servidos os dez pratos disponíveis no dia (cinco vegetarianos e cinco veganos) em porções menores (R$ 48 durante a semana e R$ 52 aos finais de semana). Também existem algumas (poucas) opções de salgados e saladas à parte.

    Como não existe uma seção de entradas no menu, resolvemos comer a samosa assada, uma espécie de pastel tipicamente indiano. Pedimos um de tofu com shimeji e um de ricota com rúcula e tomate seco (R$ 6 cada). A primeira estava em boa temperatura, mas um pouco seca. Também faltou um pouco de tempero. A segunda tinha um sabor mais agradável, mas estava fria. 

Uma seca, outra fria, mas bonitinhas, convenhamos
 
    Para o combo principal, a Chris ficou com o vegano. Antes de falar de cada item, uma observação que vale para todos: estavam frios, o que prejudicou bastante a apreciação. O combo vegano veio com: pulao (arroz com canela), que a Chris achou que poderia estar mais condimentado; saphedo been (feijão branco com espinafre e limão siciliano), certamente o melhor dos cinco elementos, bem condimentado, com a leve acidez do limão levantando o sabor; phoolago bhee (cuscuz de couve-flor), que estava gostosinho, mas faltou mais tempero - e olha que a Chris adora cuscuz; aoloo kofta (almôndegas de batata ao sugo), cujas almondeguinhas de batata estavam bem bonitinhas, e o molho ao sugo tinha bastante sabor de tomate, mas era o elemento mais frio do combo; tabule, que também poderia estar mais temperado. Como mimo doce, o combo trazia uma colherzinha com um pedaço de bolo de chocolate, que a Chris achou bom.

 
A apresentação é bonita, e os talheres também!

    Meu combo principal foi o vegetariano. Também estava com a maioria dos elementos em temperatura abaixo do que deveria - um eufemismo para "frio". Vamos aos itens: pulao (arroz integral com quinoa), correto, bem cozido; dahl (feijão azuki, vegetais e ricota), assim como no combo da Chris, aqui também o feijão foi o melhor, muito bem temperado, com bastante quiabo, bastante caldo, uma delícia; sabji (brócolis oriental com vinagre de arroz), outro que estava interessante, com uma acidez bem presente; bikharana (farofa de alho poró), tímida demais, basicamente só a farinha de milho, o alho poró sequer mandou lembranças; maionese de cenoura, que era uma saladinha de batata com folhas, e a maionese por cima, que estava bonita na cor, mas sem graça de tudo no sabor. Meu mimo doce era um creme de limão, assaz agradável.

Dois elementos bem legais, dois bobos, e um neutro

    Embora não façamos avaliação de bebidas, devemos deixar registrado que gostamos de tudo que bebemos, desde os lassis, bebidas indianas à base de iogurte, até os sucos e kombuchas.

    Em um final de semana, com menos funcionários, o serviço acaba ficando um pouco prejudicado para quem se senta do lado de fora. Havia apenas um garçom, que por vezes ficava um tempo sem aparecer na nossa mesa. Por exemplo, recebemos nossas samosas, e o garçom se retirou. Ficamos olhando para elas, as samosas, ali bonitinhas, crocantinhas, por uns cinco minutos, sem um guardanapo à vista para pegá-las. E ficamos tentando chamar a atenção do rapaz, que passava lá dentro do salão e não nos via. Até que ele veio e nos avisou que o guardanapo estava dentro do saquinho onde estavam os talheres. Um problema bobo, que seria rapidamente resolvido se houvesse alguém por ali. Os pratos foram servidos bem rapidamente, talvez até demais - lembra que estava tudo meio frio? Pois é. Também achamos que poderia haver à mesa mais alguma opção de tempero além da pimenta malagueta.   

    Picância. Condimento. Intensidade. No imaginário da culinária indiana, são palavras como essas que vem à mente. Sentimos falta delas em nossa experiência no Krsna. Trata-se de um lugar que tanto eu como a Chris já tínhamos visitado anteriormente. Em que pese o fato de que das outras vezes nossas anteninhas de avaliação não estivessem ligadas, fato é que foram experiências bem melhores do que esta. Chris não conseguiu perdoar a frieza dos elementos, e por isso decidiu que não faria uma nova visita ao lugar. Eu ainda daria mais uma chance, já que gostei de alguns itens de meu combo, e fiquei com vontade de provar diversos pratos de outros combos. Mas é preciso elevar a temperatura, em todos os sentidos. Senão não há hare krishna e hare rama que resolva.


AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 7,5
Serviço(2): 5 e 5
Entrada (2): 5 e 4
Prato principal (3): 5 e 7
Custo-benefício(1): 5 e 6,5
Média: 5,4 e 6,05
Voltaria?: Não e sim

Serviço:

R. Justino Cobra, 265 - Vila Ema, São José dos Campos - São Paulo
Telefone:  (12) 3911-3784
Instagram: @krsnarestaurante