quinta-feira, 23 de junho de 2022

Nonno Mio (Gramado - RS) - 04/05/2022

 

    É impressionante a oferta de restaurantes em Gramado. Aliás, é impressionante a oferta de tudo em Gramado. Alavancada por um número cada vez maior de visitantes, que chegam em busca de um número cada vez maior de atrações, a cidade tem opções gastronômicas de todos os tipos, desde pizzarias temáticas, passando pelos rodízios de fondue, restaurantes de alta gastronomia, muitas galeterias, bares e lanchonetes. Claro que, no meio de tudo isso, é difícil decidir em que lugar fazer uma boa refeição, que ao menos retorne em prazer o valor pago na conta - já que quase tudo é caro na cidade. Escolhemos um lugar bastante tradicional, que está por ali desde 1982, antes da cidade se tornar este monstro turístico, para o bem e para o mal, que é hoje: o Nonno Mio. Ajudou também o fato de o restaurante ser um dos poucos na cidade a fazer parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, sobre o qual já falamos bastante aqui neste blog, e que presenteia o cliente com um prato em cerâmica, mediante a escolha de um determinado prato do cardápio.

    Era uma noite chuvosa e fria de quarta-feira, e precisamos de um pouco de coragem para deixar o conforto do quarto e nos dirigir ao Nonno Mio. O restaurante fica na Avenida Borges de Medeiros, em região bem central, perto de diversos pontos turísticos da cidade. O ambiente é bem aconchegante, com razoável espaço entre as mesas, iluminação agradável, muitos pratos da Boa Lembrança nas paredes, e, atrás de onde a Chris se sentou, um depósito de rolhas de vinhos servidos. As mesinhas do lado de fora provavelmente seriam a nossa pedida, caso São Pedro assim o permitisse. 
 
São Pedro não permitiu ficar ali fora

Mas permitiu acrescentarmos uma rolha à coleção

Muitas boas lembranças nas paredes

    Não ficamos muito apetecidos com nada que havia entre as opções de entrada. Havia coisas bem triviais, como tábua de frios, linguiça no fogo e canja. Dada a escassez de vontades, Chris deixou a escolha na minha mão. Como é muito raro encontrar coelho nos menus, escolhi a Salada a Caçador (mix de folhas com coelho desfiado, R$ 45,00). O pouco coelho veio envolto em um matagal, como se estivesse em seu ambiente natural. Em dado momento tive que caçá-lo, o que, no fim das contas, fez jus ao nome do prato. A salada já veio temperada, e para o gosto da Chris tinha muito vinagre balsâmico. De fato tinha, mas como eu gosto mais do que ela, gostei um pouquinho mais da salada, no geral.
 
Coelhinhos no ambiente natural

Prontos para caçar os colhelhos
 
    O carro-chefe do restaurante é a sequência italiana com galeto, a mesma que já tínhamos comido em Bento Gonçalves (você pode ler o texto aqui). Fora isso, existem opções de massas e risotos (afinal, estamos no Nonno Mio!), além de carnes (uma opção com coelho, uma com cordeiro, duas com boi e uma com tilápia) e o Prato da Boa Lembrança, que muda a cada ano.

    Chris pediu o filé au poivre de pimentas verdes com batatas rústicas (R$ 83,00). Durante todo o tempo da refeição foi um tal de "hmmmm!" pra cá e "que delícia!" pra lá como poucas vezes eu vi a Chris fazer. A carne estava no ponto certo, mal passada como ela pediu. A pimenta estava obviamente bem presente, mas sem dominar o prato e tirar o gosto da carne, como já vimos acontecer. As batatas rústicas estavam boas, bem tostadinhas, mas a Chris iria preferir se viesse alguma coisa com mais capacidade de absorver os deliciosos sabores do molho. E foi isso que custou a nota dez na avaliação final.

Só faltou aquela capacidade de absorção, saca?

De fazer inveja ao conde romeno
    De minha parte, cumpri a missão cívica de pedir o Prato da Boa Lembrança, que era panceta pururuca com cebola tostada com salsa italiana e batatas com queijo (R$ 124,00). Sim, já estamos acostumados a pagar um pouco mais caro para os pratos da Boa Lembrança (alguém tem que pagar o artista que pinta os pratos, né?). Segundo o dicionário, o adjetivo "pururuca" se refere a algo "que se quebra facilmente". Então, se posso fazer uma crítica ao prato, é que a pele da panceta não estava de acordo com o dicionário. Mas de resto, uma delícia: carne saborosíssima, com o auxílio luxuoso do limão siciliano (que veio no prato e o garçom recomendou fortemente que fosse espremido na carne), além das cebolinhas tostadas com molho bem condimentado, e das batatas macias com queijo. Confesso que também emiti vários "hmmmmm!" durante a refeição.

Em desacordo com o dicionário, mas delicioso

Chris limpou o prato antes do Fê

    São quatro as opções de sobremesa, bem clássicas: sagú com creme, pudim de leite, tiramissú e apfelstrudel com nata. Escolhemos esta última (R$ 19,00) que, para quem não sabe, é a famosa torta de maçã, de origem alemã. Neste mesmo dia tínhamos comido aquela que talvez seja a melhor apfelstrudel do Brasil, no Castelinho Caracol, em Canela. Então pedimos esta justamente para fazer o comparativo. Não fez feio. Estava bem maçãzada, com as especiarias e as uvas passas em equilíbrio, sem ofuscar a maçã. A nata é bem neutra, e acaba servindo mais para domar a temperatura da torta, que chega bem quentinha à mesa.

Não é assim uma Caracoool, mas é bem boa

    No serviço, o único ponto negativo é que a salada da entrada demorou um pouquinho para aparecer, até chegamos a cogitar que estivessem caçando o coelho na hora. Fora isso, o atendimento é bem solícito - até demais! Durante a refeição, o garçom veio perguntar umas quatro vezes se estava tudo bem. Será que estávamos fazendo muita careta? Outro ponto positivo foi quando a Chris precisou sair para fumar. Para que ela não tivesse que ir para a chuva, o garçom a levou para um ambiente lateral, que não estava funcionando naquela noite, mas era aberto, e tinha cobertura.

    Como fiquei bastante decepcionado com a sequência italiana que comemos no Galeto Di Paolo, em Bento Gonçalves, fiquei imaginando como seria a sequência no Nonno Mio. Pela qualidade de nossos pratos principais, imagino que seria bem melhor. Por conta disso, cheguei à conclusão que voltaria ao lugar. Chris não ficou com vontade de outras coisas do cardápio, e concluiu que não voltaria ao restaurante, mesmo tendo adorado o prato principal. Eu entendo. Além de não ter tantas opções, o Nonno Mio não é um lugar barato, como deu para perceber. Mas nada em Gramado é barato. Em nossa estadia, fomos em muitas atrações que não valiam o que cobravam. Mas outras nos trouxeram experiências incríveis, que lembraremos com carinho. E no fim é isso que vale. O Nonno Mio certamente é uma dessas experiências que ficarão no lado bom da força.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 9 e 8
Serviço(2): 9 e 8
Entrada (2): 5 e 6
Prato principal(3): 9 e 9
Sobremesa(2): 6 e 7
Custo-benefício(1): 8 e 7,5
Média: 7,75 e 7,70
Voltaria?: Não e sim

Serviço:

Av. Borges de Medeiros, 2070 - Centro  - Gramado - Rio Grande do Sul
Telefone:  (54) 3286-1252
Facebook: @nonnomiorestaurante 
Instagram: @nonno_mio

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Di Paolo Grill (Bento Gonçalves - RS) - 28/04/2022

 
  

    Elas estão por todos os cantos na Serra Gaúcha. Talvez se equiparem em quantidade às casas de café colonial e às vinícolas. Estou me referindo às galeterias, restaurantes cuja especialidade é o galeto al primo canto (frango abatido jovem, com cerca de 30 dias de vida), que quase sempre vem servido com uma sequência de pratos italianos. É um clássico local, e para experimentarmos este clássico fomos a um dos restaurantes mais tradicionais, cuja matriz existe desde 1994, em Garibaldi (RS). Além da filial de Bento Gonçaves, que visitamos, existem outras, a maioria no Rio Grande do Sul, mas também em São Paulo e Santa Catarina.

Frio? Não, tá frio não, impressão sua...

    Na parte de baixo do restaurante, um pequeno empório, com produtos próprios e também de outras marcas. Subindo uma escada, algumas fotos antigas, sem muita contextualização - imaginamos que podem ser da família dos fundadores do restaurante, que chegaram ao Brasil em 1890. Ao final da escada, chega-se ao salão principal, bastante amplo e bem iluminado, onde chama a atenção a enorme adega, transparente, com diversas garrafas de vinho. Pé direito alto, lustres de palha, cadeiras confortáveis e algumas mesas redondas com sofá completam o belo ambiente.
 
Sem contextualizar, só nos resta imaginar
Chris aqui, adega acolá

    Estávamos ali para a sequência, e foi ela que escolhemos (R$ 98,00 por pessoa). A casa de Bento Gonçaves se chama Di Paolo Grill, e não Galeto Di Paolo, que é o mais comum nas outras casas da marca. Isso porque existe a opção de escolher uma sequência que traz, além do galeto, alguns outros grelhados, como picanha e cordeiro (esta custa R$ 139,00 por pessoa). Mas optamos pela tradicional, que já é bem suficiente para qualquer comilão: começa com a sopa de capeletti, pouco depois chega o radicci (almeirão) com bacon, mix de folhas e salada de batata com maionese. Depois vem o galeto, polenta na chapa, polenta frita e queijo a dorê. Em seguida, um rodízio de massas, em que o cliente pode brincar à vontade, escolhendo entre seis tipos de massas e dez tipos de molho. Para finalizar, sagu com creme e pudim de leite condensado. Convenhamos, quem precisa de picanha?

    Comecemos pelo começo. O cappelletti in brodo (ou seja, no caldo) vem em boa quantidade - embora tenhamos achado os cappellettis muito pequeninos. Também estavam pequeninos no sabor, sem muita potência, e não havia noz moscada para acompanhar, que vai muito bem com esse prato. A massa estava um pouco dura, e com gosto de farinha. Ressalte-se que minha família tem uma receita bem tradicional de cappelletti, então tanto eu quanto a Chris temos uma nota de corte alta para a receita. Não me culpe, DiPaolo, a culpa é das minhas tias, da minha mãe e dos meus avós antes delas. 

A culpa é das tias

    Quanto às saladas, o bacon que acompanha o radicci estava bem crocante. A salada de batata com maionese tinha sabor suave, pendendo mais para a batata do que para a maionese. E o que podemos dizer das folhas verdes é que estavam verdes e viçosas. Não há muito mais o que dizer de folhas verdes, né?
 
Veja como eram verdes as folhas verdes
 
    O galeto, a grande estrela da sequência, estava realmente muito bom, com casca crocante e interior macio, e bem saboroso. A polenta frita estava boa, a feita na chapa, nem tanto, um pouco sem graça. Os bolinhos de queijo estavam bem crocantes, mas não sei se combinam muito nesta sequência. Talvez como uma porção, pra comer tomando uma breja, eles caíssem melhor.

A grande estrela
As coadjuvantes

Os intrusos

    Na hora das massas, cada um de nós fez duas combinações, depois dividimos mais uma. As porções são pequenas, realmente dá para pedir mais de uma, mesmo para comilões moderados como nós.

    Chris começou com nhoque + molho de manteiga e sálvia. Ela não curtiu muito o sabor da gordura, achou que não parecia manteiga, e achou a massa um pouco farinhenta, mais uma vez. Depois ela escolheu o penne integral + molho nocciolli (requeijão, creme de leite, chester defumado, nozes e condimentos). Ela adorou o molho, conseguiu sentir todos os ingredientes, mas o penne estava um pouco duro, faltou um tiquinho a mais de cozimento.
 
Nhoque, manteiga (será?) e sálvia

O nocciolli, conhece?
 
    Eu comecei com espaguete + molho tradicional (molho de tomate com moela e condimentos). Gostei, molho muito saboroso, bastante gosto de tomate e levemente apimentado. Depois fui de nero bianco (espaguete com tinta de lula) + molho funghi (cogumelos secos). Sabor bem intenso, com bastante gosto de cogumelo.

Tradicionalzão

Diferentão

    Por fim, dividimos um talharim + molho pesto. O consenso foi de que não estava ruim, mas o molho estava muito líquido e gorduroso, e ficou quase todo no fundo do prato. Faltou ser mais pedaçudo.
 
Quidê o pesto que tava aqui? Foi pro fundo do prato
 
    Pedimos as duas opções disponíveis para sobremesa, para dividirmos. O sagu com creme é feito com vinho doce, e tem um gosto forte de quentão. Sobrou caldo, faltou sagu e faltou creme. O pudim de leite condensado já vem sabotado pela apresentação, em um pote fundo. Podia ter um pouco mais de açúcar para nosso gosto.
 
São João, São João, acende a fogueira no meu coração!

Podia por em outro pote o pudim

    O serviço é bem rápido. Acho que não passou nem cinco minutos entre dizermos "Queremos a sequência de galeto!" e o capeletti estar na mesa. O mesmo aconteceu no restante da refeição. A brigada de garçons é grande, e o tempo todo alguém vem perguntar se queremos reposição de algum item. Quando começamos a pedir o rodízio de massas, deu-se o mesmo: comida servida a jato, e, assim que terminávamos, já tinha alguém querendo saber se gostaríamos de outra massa. Tudo que eu disse pode ser encarado como elogio ao serviço. Mas não há muito tempo para pensar na vida. E às vezes é bom pensar na vida. Né?

    Comer à vontade por R$ 98,00 não é nada barato, embora não chegue a ser um absurdo. Se soubéssemos antes o que sabemos agora, talvez pulássemos o cappelletti, e partíssemos logo pro galeto e pro rodízio de massas, provando mais opções de combinações. Mas aí não teríamos a experiência completa da sequência tão tradicional da serra gaúcha. E viajar, no fim das contas, é acumular experiências diferentes. Sabedores disso, ambos concordamos que uma vez foi suficiente, e não repetiríamos a dose no Galeto Grill. Pelo menos temos o consolo de saber que, todo fim de ano, poderemos comer um cappelletti bom de verdade. Sem galeto. Não se pode ter tudo.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 8
Serviço(2): 7 e 7
Entrada (consideramos o capeletti e as saladas) (2): 5 e 6
Prato principal(3): 5 e 7
Sobremesa(2): 4 e 4
Custo-benefício(1): 6 e 6,5
Média: 5,58 e 6,45
Voltaria?: Não e não

Serviço:

Rodovia BR-470/Km 217 – Bento Gonçaves - Rio Grande do Sul
Telefone: (54) 3453.1099|(54) 99975-2573
Site: https://dipaolo.com.br/
Facebook: @amodipaolo
Instagram: @amodipaolo

sábado, 11 de junho de 2022

Churrascaria Barranco (Porto Alegre - RS) - 25/04/2022

    "Quando em Roma, faça como os romanos". Ainda não fomos à Roma, então resolvemos aplicar o velho dito a Porto Alegre, onde estivemos em viagem de férias. Mais especificamente em um assunto que é bastante caro aos portoalegrenses: carne. Depois de algumas pesquisas, a tradicional Churrascaria Barranco, na ativa desde 1969, surgiu como um estabelecimento bastante frequentado pelos locais. Foi para lá que nos rumamos em uma (até então) agradável noite de segunda-feira.

    Calma. A noite não deixou de ser agradável por alguma tragédia. Quando chegamos, nos instalamos no aprazível espaço ao ar livre, cheio de árvores, que rendeu o nome ao restaurante. Mas no meio da refeição começou a cair uma chuva chata, e tivemos que nos mover para a parte interna, bem menos charmosa. Então podemos dizer que este foi o primeiro motivo a deixar a noite menos agradável. O restaurante é bem grande e, somando partes interna e externa, tem capacidade para receber algumas centenas de pessoas. Mesmo em uma segunda-feira, estava com bastante gente, embora nem perto da lotação da casa. 

Charme do lado de fora

Do lado de dentro, só o charme da Chris

    A Chris é um tanto fanática por corações. Não aqueles bregas feitos com a mão, mas os de galinha mesmo. Por conta disso, entre as diversas opções de salada no menu de entradas, junto com algumas opções de linguiça, optamos mesmo pelos músculos cardíacos dos galináceos. Foi um começo de refeição esperançoso. Não tinha lá uma grande apresentação, e poderia ter vindo muito mais da cebola tostada, que tava uma delícia. Mas os corações estavam perfeitos, com textura macia, nada borrachudos, tostadinhos por fora, bem temperado, e com uma farofinha junto. Faltou vinagrete. Aliás, me perdoe a caixa alta, mas NÃO TEM vinagrete no cardápio. Para dois sudestinos como nós, isto entra na conta do inimaginável em uma casa de carnes.
 
 
Inimaginavelmente, SEM VINAGRETE
    
    Nos pratos principais, há algumas opções de carnes e aves diversas, não feitos na churraqueira, e até massas. Mas trata-se de uma churrascaria, então o foco é nas carnes feitas na grelha. O funcionamento é o seguinte: escolhe-se uma proteína, que tem valores diferentes a depender do corte, e os acompanhamentos à parte, também cobrados separadamente. Há um espaço reservado apenas aos cortes de angus (aquele boi mais boizado, e mais caro), e depois vem os outros cortes, como filé mignon no espeto (R$ 105,00), paleta de cordeiro mamão (R$ 155,00), coxa de galeto (R$ 48,00), entre outros. Escolhemos a picanha à barranco (R$ 108,00). Lembrando que estes são apenas os valores das proteínas, em porções de três bifes, no caso da picanha. Como acompanhamento gratuito, a casa oferece farofa e dois molhos, um de maionese e outro rosé. Pedimos à parte pão de alho (R$ 8,00), arroz (R$10,00) e aipim frito (R$32,00).

    Solicitamos nossa carne mal passada. Picanha, né? Até eu, que não sou tão vampiresco quanto a Chris, gosto dela sangrando. O garçom trouxe a carne, e fez os primeiros cortes pra gente, de um pedaço que estava, de fato, mal passado. Mas era o único. Os outros dois estavam um ao ponto e outro bem passado. Parece que eles quiseram nos mostrar que sabiam fazer todos os pontos de carne. Vai saber. Estava bem temperada, e saborosa. Mais uma vez tenho que escrever: picanha, né? Claro que estava gostosa. Mas não foi a experiência que esperávamos com o corte - e ainda havia alguns pedaços com nervo. Em relação aos acompanhamentos: pão de alho gostoso (se tem alho, é gostoso, e ponto), mas branquelo; arroz meio sem tempero, mas soltinho; o aipim era na verdade um bolinho de aipim (não podemos alegar ignorância, fomos avisados que era bolinho), e era bem besta, sem graça que só ele.


Picanha, né?

Um besta, um branquelo, um soltinho
  
    E aqui, apenas para mostrar como uma das carnes estava bem passada:
 
Picanha?
    
    A casa tem várias opções de sobremesa, mas a maioria de coisas bem banais, que não pareciam ter qualquer participação do restaurante em termos de invenção ou mesmo de fazimento. Daí que pedimos uma cassata siciliana, que é uma espécie de torta de sorvete. Quando chegou na mesa, tinha até a etiqueta da empresa que faz o doce. De modo que não entrou em nossa avaliação, porque seria injusto, tanto se fosse bom quanto se fosse ruim (não era nenhum dos dois, era razoável).

    O serviço não teve grandes problemas, mas poderia ser mais explicativo. São muitos garçons, mas eles parecem partir do pressuposto que a pessoa já conhece o funcionamento da casa. O atendimento é rápido, e sempre tem um garçom por perto. Quando começou a chuviscar, prenunciando uma chuva que acabou sendo bem forte, fomos nós que tivemos que tomar a iniciativa de começar a nos recolher para dentro. Depois que começamos, os garçons vieram nos socorrer, e ajudaram com a "mudança".

    Sabemos que um restaurante não pode vender carnes ao preço que o açougue vende. E também sabemos que a carne está cara. No entanto, cobrar 108 reais em três pedaços de picanha, com dois terços vindo em pontos diferentes do que pedimos, e ainda com nervos, não nos pareceu perdoável. Se estivesse tudo à perfeição, já iríamos certamente dizer "mas também, custou 108 pila". Mas não estava. E foi esse o principal motivo que nos fez concordar que não repetiríamos uma visita ao Barranco. Os maravilhosos corações galináceos da entrada não foram suficientes para conquistar nossos corações peludos.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7,5 e 8
Serviço(2): 7 e 7
Entrada (2): 9 e 7,5
Prato principal(3): 4 e 5,5
Custo-benefício(1): 5 e 5
Média: 6,4 e 6,65
Voltaria?: Não e não

Serviço:

Av. Protásio Alves, 1578 - Porto Alegre - RS
Telefone: (51) 3331-3962
Site: https://www.churrascariabarranco.com.br/brco/
Facebook: @churrascariabarranco
Instagram: @churrascariabarranco