sábado, 11 de junho de 2022

Churrascaria Barranco (Porto Alegre - RS) - 25/04/2022

    "Quando em Roma, faça como os romanos". Ainda não fomos à Roma, então resolvemos aplicar o velho dito a Porto Alegre, onde estivemos em viagem de férias. Mais especificamente em um assunto que é bastante caro aos portoalegrenses: carne. Depois de algumas pesquisas, a tradicional Churrascaria Barranco, na ativa desde 1969, surgiu como um estabelecimento bastante frequentado pelos locais. Foi para lá que nos rumamos em uma (até então) agradável noite de segunda-feira.

    Calma. A noite não deixou de ser agradável por alguma tragédia. Quando chegamos, nos instalamos no aprazível espaço ao ar livre, cheio de árvores, que rendeu o nome ao restaurante. Mas no meio da refeição começou a cair uma chuva chata, e tivemos que nos mover para a parte interna, bem menos charmosa. Então podemos dizer que este foi o primeiro motivo a deixar a noite menos agradável. O restaurante é bem grande e, somando partes interna e externa, tem capacidade para receber algumas centenas de pessoas. Mesmo em uma segunda-feira, estava com bastante gente, embora nem perto da lotação da casa. 

Charme do lado de fora

Do lado de dentro, só o charme da Chris

    A Chris é um tanto fanática por corações. Não aqueles bregas feitos com a mão, mas os de galinha mesmo. Por conta disso, entre as diversas opções de salada no menu de entradas, junto com algumas opções de linguiça, optamos mesmo pelos músculos cardíacos dos galináceos. Foi um começo de refeição esperançoso. Não tinha lá uma grande apresentação, e poderia ter vindo muito mais da cebola tostada, que tava uma delícia. Mas os corações estavam perfeitos, com textura macia, nada borrachudos, tostadinhos por fora, bem temperado, e com uma farofinha junto. Faltou vinagrete. Aliás, me perdoe a caixa alta, mas NÃO TEM vinagrete no cardápio. Para dois sudestinos como nós, isto entra na conta do inimaginável em uma casa de carnes.
 
 
Inimaginavelmente, SEM VINAGRETE
    
    Nos pratos principais, há algumas opções de carnes e aves diversas, não feitos na churraqueira, e até massas. Mas trata-se de uma churrascaria, então o foco é nas carnes feitas na grelha. O funcionamento é o seguinte: escolhe-se uma proteína, que tem valores diferentes a depender do corte, e os acompanhamentos à parte, também cobrados separadamente. Há um espaço reservado apenas aos cortes de angus (aquele boi mais boizado, e mais caro), e depois vem os outros cortes, como filé mignon no espeto (R$ 105,00), paleta de cordeiro mamão (R$ 155,00), coxa de galeto (R$ 48,00), entre outros. Escolhemos a picanha à barranco (R$ 108,00). Lembrando que estes são apenas os valores das proteínas, em porções de três bifes, no caso da picanha. Como acompanhamento gratuito, a casa oferece farofa e dois molhos, um de maionese e outro rosé. Pedimos à parte pão de alho (R$ 8,00), arroz (R$10,00) e aipim frito (R$32,00).

    Solicitamos nossa carne mal passada. Picanha, né? Até eu, que não sou tão vampiresco quanto a Chris, gosto dela sangrando. O garçom trouxe a carne, e fez os primeiros cortes pra gente, de um pedaço que estava, de fato, mal passado. Mas era o único. Os outros dois estavam um ao ponto e outro bem passado. Parece que eles quiseram nos mostrar que sabiam fazer todos os pontos de carne. Vai saber. Estava bem temperada, e saborosa. Mais uma vez tenho que escrever: picanha, né? Claro que estava gostosa. Mas não foi a experiência que esperávamos com o corte - e ainda havia alguns pedaços com nervo. Em relação aos acompanhamentos: pão de alho gostoso (se tem alho, é gostoso, e ponto), mas branquelo; arroz meio sem tempero, mas soltinho; o aipim era na verdade um bolinho de aipim (não podemos alegar ignorância, fomos avisados que era bolinho), e era bem besta, sem graça que só ele.


Picanha, né?

Um besta, um branquelo, um soltinho
  
    E aqui, apenas para mostrar como uma das carnes estava bem passada:
 
Picanha?
    
    A casa tem várias opções de sobremesa, mas a maioria de coisas bem banais, que não pareciam ter qualquer participação do restaurante em termos de invenção ou mesmo de fazimento. Daí que pedimos uma cassata siciliana, que é uma espécie de torta de sorvete. Quando chegou na mesa, tinha até a etiqueta da empresa que faz o doce. De modo que não entrou em nossa avaliação, porque seria injusto, tanto se fosse bom quanto se fosse ruim (não era nenhum dos dois, era razoável).

    O serviço não teve grandes problemas, mas poderia ser mais explicativo. São muitos garçons, mas eles parecem partir do pressuposto que a pessoa já conhece o funcionamento da casa. O atendimento é rápido, e sempre tem um garçom por perto. Quando começou a chuviscar, prenunciando uma chuva que acabou sendo bem forte, fomos nós que tivemos que tomar a iniciativa de começar a nos recolher para dentro. Depois que começamos, os garçons vieram nos socorrer, e ajudaram com a "mudança".

    Sabemos que um restaurante não pode vender carnes ao preço que o açougue vende. E também sabemos que a carne está cara. No entanto, cobrar 108 reais em três pedaços de picanha, com dois terços vindo em pontos diferentes do que pedimos, e ainda com nervos, não nos pareceu perdoável. Se estivesse tudo à perfeição, já iríamos certamente dizer "mas também, custou 108 pila". Mas não estava. E foi esse o principal motivo que nos fez concordar que não repetiríamos uma visita ao Barranco. Os maravilhosos corações galináceos da entrada não foram suficientes para conquistar nossos corações peludos.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7,5 e 8
Serviço(2): 7 e 7
Entrada (2): 9 e 7,5
Prato principal(3): 4 e 5,5
Custo-benefício(1): 5 e 5
Média: 6,4 e 6,65
Voltaria?: Não e não

Serviço:

Av. Protásio Alves, 1578 - Porto Alegre - RS
Telefone: (51) 3331-3962
Site: https://www.churrascariabarranco.com.br/brco/
Facebook: @churrascariabarranco
Instagram: @churrascariabarranco

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