quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Clemenza (São José dos Campos - SP) - 29/11/2022

 

    Clemenza. Para mim, é impossível ouvir esse nome e não lembrar de cinema. Afinal, Clemenza é o nome de um dos funcionários mais antigos, e fiéis, da família Corleone, do filme "O Poderoso Chefão". Ao saber que São José dos Campos tinha um restaurante com esse nome, me perguntei se teria alguma coisa a ver com o filme. Para tirar essa dúvida, visitamos o restaurante em uma terça-feira meio chuvosa e sombria, torcendo para que o próprio Clemenza não estivesse nos esperando em alguma esquina do caminho. O restaurante fica em um dos trechos mais tranquilos da Avenida Rio Branco, no chiquetê bairro Jardim Esplanada II. A fachada é discreta, se assemelhando a uma residência. São vários ambientes, começando por um pequeno salão, com vista para a rua, depois um corredor com sofás e samambaias na parede, e ao final uma varanda espaçosa, com um bar. 
 
O Coringa também foi, caso Clemenza aparecesse

Eita corredorzão sem fim, sô

"Amor, vai ali e finge que é gente"
 
    Mas e aí, tem a ver com cinema ou não? Bem, eu diria que tem e não tem. No pequeno salão em que ficamos, há fotos de Michael Corleone (Al Pacino), Don Vito Corleone (Marlon Brando) e Clemenza (em sua versão jovem, vivido por Bruno Kirby). As fotos que simbolizam os banheiros masculino e feminino são de Clemenza (Bruno Kirby) e Connie Corleone (Talia Shire). Mas o restaurante não aposta muito no storytelling, não contextualiza, e fica uma coisa assim meio largada no ar. Quem não sabe quem é Clemenza, continuará sem saber. E não adianta perguntar aos funcionários. Para exemplificar: quando recebi a conta, vi que a razão social da empresa é "Santino Gastronomia LTDA". Santino é o nome de um dos filhos de Don Vito Corleone (aquele que morre fuzilado no pedágio, vivido por James Caan). Achei divertidíssimo, e comentei isso com a pessoa que nos atendia. Ela disse que não sabia disso, e que nem viu ao filme inteiro. Nem dá para colocar a culpa nela. O dono, ao fazer a seleção de funcionários, deveria exigir ao menos um conhecimento básico do filme que o restaurante homenageia. Convenhamos, não seria um sacrifício assim tão grande assistir a uma das maiores obras de arte que a humanidade já produziu.

Tome cuidado com esses quatro elementos perigosos

Pipi com a Connie ou com o Clemenza, eis a questão

    Chega de cinema, vamos falar de comida. O cardápio do Clemenza é bem enxuto, e chega às nossas mãos em apenas uma página com frente e verso. Na parte da frente, as opções de antipasto, primo piatto e secondo piatto (entrada, primeiro prato e segundo prato). No verso, as opções de dolce (sobremesas). Cabe aqui uma crítica ao fato de o cardápio exibido no site do restaurante ser completamente diferente daquele que é oferecido "ao vivo". Bora atualizar isso aí, senhor Clemenza? Com todo respeito, claro, por favor, não me enforque em um carro fechado me fazendo chutar o para-brisa enquanto morro sem ar.
 
    Para a entrada, ou antipasto, escolhemos o carpaccio rústico (angus selado, molho do Harry´s Bar Veneza, R$ 42). Já que ao restaurante falta contextualização, contextualizamos nós: Harry´s Bar é o nome do bar em Veneza onde foi criado o carpaccio (carne crua servida em fatias finíssimas). Nunca comemos o molho original, lá em Veneza, mas este aqui nos pareceu um molho de maionese com mostarda, gostosinho, mas nada de mais. A carne estava apenas selada, com uma crostinha agradável. Não achamos que a apresentação tenha sido das melhores. A carne é servida com um pãozinho torrado, levemente amanteigado, que estava uma delícia, e fez nossas notas aumentarem (especialmente a da Chris, que adorou).

Carne quase crua e o molho do bar do Réri

    Seguindo a sugestão da funcionária, resolvemos dividir entre nós um primo piatto, e depois um secondo piatto. Sempre que isso acontece, claro que o nobre casal tem que entrar em um consenso, o que nem sempre é fácil. Mas dessa vez, até que foi. Não precisamos tirar no par ou ímpar, nem nos engalfinharmos no meio do restaurante.

    Para o primo piatto, fomos de penne ala vodka (molho pomodoro, panna e vodka, R$ 72). Essa foi uma escolha da Chris, que ficou muito curiosa com o uso da vodka com o macarrão (eu ia chamá-la de pingaiada, mas creio que vodkaiada seja mais preciso). O "panna", que está na descrição do prato, é creme de leite, ou nata, que é usado no molho do macarrão. Falando no molho, é um dos mais gostosos que já provamos. Simples e altamente efetivo, levemente adocicado, levemente apimentado, consistência agradável. Eu raspei essa panelinha que vocês verão aí abaixo, e se estivesse em casa, provavelmente a teria lambiscado. O penne estava um pouquinho duro, talvez mais alguns segundos de cozimento caíssem bem. 
 
Assim, olhando, ninguém diz que tem vójica
 
    O secondo piatto escolhido foi a bistecca (300g de bife Angus, purê de abóbora cabotiá e crocante de castanhas, R$ 105). Além dos elementos que constam na descrição do prato, também acompanha uma salsa, tipo um chimichurri, por cima dos pedaços de carne. Eu gosto da carne ao ponto, Chris prefere mal passada. Como eu sou um ser magnânimo, aceitei que a carne viesse mal passada (e veio mesmo!). Estava boa, bem temperada (embora um pouco fria), com o chimichurri dando aquela acidez, contrastando com o adocicado do purê. As castanhas não fizeram muita diferença no sabor, apenas acrescentaram um pouco de crocância. A carne tinha alguns nervos bem nervosos, incomíveis.

Assim, olhando, ninguém diz que tem nervos incomíveis

Olha, mas que veio mal passada, isso veio. Muuuu....

    São quatro opções de sobremesa. Em uma casa com pegada italiana, é estranho não encontrar panna cotta e tiramisù. Por outra lado, o francês crème brûlée estava presente - mas não foi escolhido por nós. Resolvemos escolher duas sobremesas, e dividir novamente.

    Uma delas foi o pazzo di ciocolatto (bolacha de amêndoas da casa com creme de chocolates, R$ 38). Apresentação bem da bonitinha. Bolachinha crocante, cremes de chocolate gostosos, com boa consistência. Um dos cremes é de chocolate branco, que a Chris não gosta (diz até que não é chocolate). As mordidas que vinham com uma folhinha de hortelã ganhavam mais complexidade. 

Todo trabalhado no rabisco

    A outra foi a leave the gun, take the cannoli (massa crocante, creme de ricota, frutas cristalizadas e chocolate, R$ 34). Para quem não sabe, a frase que dá nome a essa sobremesa ("deixa a arma, pegue o cannoli") é uma das mais famosas do filme "O Poderoso Chefão", e é dita pelo personagem Clemenza, pouco depois de um assassinato (um dia de trabalho normal para ele). Mais uma apresentação belezinha de fofura. O creme de ricota estava bem suave, não muito doce, a massa estava crocante, e as frutas cristalizadas trouxeram frutado e acidez. Não deu pra detectar exatamente quais eram as frutas, mas uma delas parecia ser laranja, o que é um péssimo sinal no filme "O Poderoso Chefão" (pesquise aí no Google "laranja poderoso chefão" pra ver).

Ainda bem que Clemenza deixou a arma e nos trouxe o cannoli

    Em relação ao serviço, o começo foi bem promissor. Assim que chegamos já fomos tirar aquela selfie da fachada, pra entrar aqui no blog. Eis que vem lá de dentro um simpático rapaz, funcionário da casa, se oferecendo para bater a foto. Depois fomos atendidos, por uma moça, bastante simpática, embora não soubesse algumas coisas que perguntamos sobre o cardápio. Ela também cometeu o pecado de parar de ver "O Poderoso Chefão" no meio, o que me parece algo inexplicável - exceto tenha havido um tsunami em São José dos Campos e eu não fiquei sabendo. Não houve grandes demoras na entrega dos pratos, nem para retirar a louça suja da mesa.

    Embora eu compreenda as questões financeiras de se manter um restaurante em um bairro caro, ainda mais com o preço dos alimentos hoje em dia, entendo que há um pequeno problema com a relação custo-benefício do Clemenza. Por exemplo, embora nosso penne ao molho pomodoro estivesse delicioso, era macarrão com molho de tomate, e custou setenta e duas patacas. Não é barato. Chris foi mais condescendente nesse aspecto do que eu. Como não somos de família mafiosa, claro que não dá para ir sempre. Mas é uma ótima opção para levar a mama em um jantar especial. Por isso eu concluí que faria uma segunda visita ao Clemenza, enquanto a Chris achou que não valeria a pena. Ainda assim, acho que seria interessante explorar um pouco mais a relação com o filme, seja no treinamento dos funcionários, seja nos pratos servidos. Don Vito Corleone, onde quer que esteja, agradeceria - e não é bom contrariar esta família.

(para nossas notas de prato principal e sobremesa, fizemos um mix, um bem bolado, um blend, uma mistura, enfim, das nossas apreciações dos dois pratos e das duas sobremesas)

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 8
Serviço(2): 7 e 7,5
Entrada (2): 7 e 6
Prato principal(3): 7 e 8
Sobremesa(2): 7 e 7
Custo-benefício(1): 8 e 6,5
Média: 7,25 e 7,29
Voltaria?: Não e sim

Serviço:

Av. Barão do Rio Branco, 140 - Jardim Esplanada II, São José dos Campos - São Paulo
Telefone:  (12) 99603-7247 (Whatsapp)
Site: https://clemenza.com.br/
Facebook: @clemenzarestaurante
Instagram: @clemenzarestaurante

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Cafezando #1: AMÔ Café & Brunch (São José dos Campos - SP) - 06/08/2022

 

    Este é o primeiro texto de nossas visitas a cafés. É preciso, antes de mais nada, pontuar que eu não gosto de café. Já odiei, hoje apenas não gosto. Evolução que chama. Já a Chris ama café. Sempre amou e, provavelmente, sempre amará. Mas um café nunca é só um café. Sempre tem um monte de outras coisas, e eu gosto de quase todas essas outras coisas. E, aos poucos, pretendo ir cada vez me apegando mais ao café, até chegar ao ponto de, quem sabe, um crush, uma paixonite, ou quiçá um amor. Nunca podemos duvidar do poder do amor. 
 
 
    Eis que a última palavra do parágrafo anterior dá o gancho para falar de nosso primeira escolha para essa nova epopéia comilona: o AMÔ Café & Brunch. Em verdade vos digo, a escolha não se deu por conta do "amô", mas porque o tal fica a apenas algumas pernadas de distância da casa da Chris. E lá fomos nós, no famoso "di a pé", como se diz aqui na sanja, em um sábado à tarde, ali por volta do mezzo dia. O AMÔ fica em uma galeria ultra-mega-hype-transada chamada O Beco, na avenida Cassiano Ricardo, que todo bom - e mau - joseense conhece. É um lugar super "xófem", pouquíssimos espécimes com mais de trinta anos são encontradas no local. Nós éramos parte desta fauna exótica. Sem que fosse de nosso conhecimento prévio, estava rolando no local a 2ª edição do Urban Market Festival, com "feira, atividades, workshops, flash tatoo, food & drink e muito mais". É o que tava escrito no cartaz. 
 

    O ambiente é legal, tem uns guarda-chuvas de ponta cabeça, bem coloridos, uns arranjos de flores, também de ponta-cabeça (que agora eu resolvi escrever com hífen), e umas plantas falsas (pareciam verdadeiras, mas eram falsas, ou será que pareciam falsas, mas eram verdadeiras?) e um pedido de "+ amô pufavô". Um pedido necessário, que nós velhinhos aprovamos. Os trabalhadô estão todos perto dos vinte anos, tanto no atendimento quanto no fazimento dos pedidos. São umas quatro ou cinco mesas (talvez seis), em um corredor de uns dez metros (isso é um baita chute), com sofás encostados na parede e cadeiras no lado oposto. Eu fiquei na cadeira, Chris no sofá, que tem hierarquia aqui nesse casal. 


    Pra comer tem bastante pição: toasts (torradão com coisa em cima), brunchs (uns peéfão nervoso), benedicts (torradão com coisa em cima + ovo pochê), waffle eggs (não sei como explicar) e os rapidinhos, que são pão com ovo, pão na chapa, enfim, os "basicão". Na questão do café, propriamente dito mesmo, não é aquele leque de opção não. Tem espresso, tem café com leite, tem capuccino e tem moca. Além dos cafés tem chocolate quente, chá quente, um montão de sucos naturebas (um montão de oito, sendo preciso) e três negocinhos pra fazer a cabeça, todos feitos com espumante Chandon, que o troço é chique.

    Pra beber, a Chris escolheu o Capuccino Duamô (leite cremoso, uma dose de espresso e um fundinho de chocolate finalizado com um coração de canela, R$ 14,90).Eu escolhi um café com pouco café, o moca (ganache de chocolate, lascas de chocolate belga, uma dose de espresso e leite cremoso, R$ 16,90). A Chris carece de urbanidade quando o assunto é café, então tomou tudo muito antes de chegar os comes que tínhamos pedido. Daí ela teve que pedir também um espresso, pra não ficar de bico seco. Vamos colocar as fotos da bebelança, e depois a gente entra nos comes.
 



    É difícil explicar o que a Chris pediu pra comer, porque ela e a garçonete praticamente inventaram um prato que não estava no cardápio. Ela queria um waffle egg chamado Lillet, que consistia em cream chesse, presunto espanhol, ovo pochê, pêssego e mel. Mas a Chris queria o negócio desovado (sem ovo, no caso). E a garçonete informou que eles estavam desapessegados (sem pêssego, no caso) e sem presunto espanhol (despresuntados espanholamente, no caso). Daí ela sugeriu substituir o presunto pelo salmão curado da casa, e o pêssego por figos. E ficou assim. A Chris gostou, mas achou que poderia ser mais melado (com mais mel, no caso). Custou R$ 43,90.

    Eu resolvi cumprimentar o porco, e pedi um benedict chamado Hello Bacon (fatia de pão de fermentação natural, pasta de abacate, bacon defumado artesanal e ovo pochê com molho hollandaise, R$ 35,90). Parece maluquice, mas é uma baita onda boa misturar abacate com bacon (aliás, tem alguma coisa que não fica boa com bacon?). O ovo pochê deu aquele escorrida linda, misturou com o hollandaise, com o abacate e com o bacon e ficou daqui, ó. E ainda tinha umas folhinhas por cima (manjericão, acho) e até uma flor comestível (se não era, já comi). Muito mimoso.
 
 
    Não há opções doces no cardápio, mas tem uma vitrine de vidro com as opções do dia. A Chris comeu uma chamada Blondie (nada a ver com a Debbie Harry, é só o irmão do brownie, mas feito com chocolate branco, custou R$ 18,00), com amêndoas e limão siciliano. Em formato de coração, ainda por cima. Ela adorou. Eu comi o Bruffin ("uma mistura de brownie com muffin", explicou a moça, custou R$ 22,00). Um bolinho bonitinho e gostosão, bem chocolatudo. Além dessas duas, tinha também cookie de chocolate. 



    Quando fazemos análise de restaurantes, damos nossas notas para cada quesito. Como todos sabem, uma avaliação positiva nossa é mais importante do que uma estrela Michelin. Por outro lado, notas ruins podem levar um restaurante à falência (assim dizem as vozes em minha cabeça). Portanto, nos textos dos cafés, decidimos que não vamos dar notas. Vai ficar uma coisa mais leve, mais casual, mais descontraída, mais light, e não sei mais quais sinônimos usar.

    Então é isso. Em breve a gente volta a cafezar.

Endereço: Av. Cassiano Ricardo, 1478 - Jardim Alvorada, São José dos Campos - SP
Instagram: @amocafebrunch
 

sábado, 6 de agosto de 2022

Kenta Sushi Gourmet (São José dos Campos - SP) - 26/07/2022

 

    Este é o terceiro restaurante japonês que entra aqui no blog. Fora isso, já pedimos comida japonesa algumas dezenas de vezes por serviços de entrega, e também comemos algumas vezes em restaurantes de shoppings. Em todas as vezes, o menu acabava sendo bastante parecido: sushis diversos, sashimis, temakis, sunomono, harumakis e quetais. Dessa vez queríamos mudar um pouco, e comer algum prato diferente, mas que tivesse características da cozinha japonesa. Para isso escolhemos o tradicional Kenta Sushi Gourmet, localizado em uma rua sem saída no charmoso bairro Aquarius, em São José dos Campos.
 
A chegada, quando a expectativa é a mãe dos sorrisos
 
    Do lado de fora é possível ver o salão, que é todo envidraçado, e também uma área externa, com muitas samambaias e algumas mesas. Na parte de dentro, algumas mesas ficam em frente ao sushi bar, mas também há um salão lateral e um mezanino. Uma placa na parede indica que a lotação do lugar comporta 70 pessoas sentadas. Em uma terça-feira, véspera de feriado municipal, nem seria necessário tanto, já que o restaurante permaneceu relativamente vazio durante toda nossa visita. A decoração é sóbria, com vários tons de marrom e bege, que se repetem também na louça, mostrando coerência nas escolhas. 

Chris e sambaias

Samambaias e Fê

Fê entornando, com tons de marrom e bege

    O cardápio é bastante vasto. Tem as opções clássicas de sushis, algumas mais elaboradas, com ingredientes diferenciados (ovas, raspas de limão, azeite trufado, gema de ovo de codorna, etc), além de opções de pokes, yakissobas, temakis e obentôs (que são uma espécie de PF japonês). Também há uma seção chamada "Especialidades da cozinha", que tem alguns pratos com influência oriental, mas também alguns menos "japoneses", como bife à parmegiana e strogonoff de camarão.

    Começamos os trabalhos com o Tuna Nuta (5 cortes de atum maçaricado, levemente picante, acompanhado de missô e gema de ovo de codorna, R$ 32). Apresentação elegante, com os cinco pedaços de atum encimando uns aos outros, formando um pequeno muro, e o molho por baixo. Sabores bem delicados - até demais. Não sentimos a picância descrita no cardápio, o molho pendia muito mais para o adocicado. Atum bem feito, cru na parte interna, com a crosta maçaricada por fora. 
 
A Muralha do Japão
 
    Como dito no início do texto, não queríamos nada de sushi/sashimi, então escolhemos opções na seção "Especialidades da cozinha" que tivessem ao menos um toque oriental. Chris escolheu o Garyu (risoto de gengibre com salmão grelhado ao molho de gengibre e shoyu, R$ 48). O arroz passou bastante do ponto, chegando ao patamar de uma papinha. Mas meu neném gostou do sabor forte de gengibre - que afinal é o que se espera ao pedir um risoto de gengibre. O peixe estava úmido, o molho de gengibre, shoyu e ervas era bem agradável, mas faltou um pouco de sal, que complementaria bem o peixe.

Papinha pro neném

    Minha primeira opção seria o Hotategai (vieiras grelhadas servidas sobre cama de wakame e top de ovas). Mas infelizmente o restaurante não trabalha mais com vieiras, embora ainda constem no cardápio. Então fui de Ebi Wong (risoto de shimeji e camarões grelhados, R$ 54). Ponto positivo: não houve economia de camarões, e pude até doar uns três para a Chris, fanática pelos crustáceos. Meu arroz passou um pouco do ponto, mas bem menos que o da Chris. O sabor do risoto estava bem terroso, forte, com o dulçor um pouco acima do salgado, mas com um equilíbrio interessante. Também não houve economia no uso dos cogumelos. 
 
Sem economia
 
    São sete opções de sobremesa. Estavam lá, batendo cartão, os onipresentes petit gateau e creme de papaya com licor de cassis. Mas havia algumas outras escolhas interessantes, como sushis doces servidos com sorvete.

    Chris escolheu a Sweet Banana (banana flambada no saquê, com sorvete e calda de laranja, R$ 16). Apresentação bonita, com as duas bolas de sorvete parecendo um bonequinho de neve. Proporção perfeita e uma ótima combinação de sabores. Destaque para a calda de laranja, que trazia muito sabor da fruta, e não tanto a acidez, deixando o prato bem harmonioso. Chris adorou.

Mais uma pro neném ficar feliz

    Eu escolhi o Kenta Sweet (Creme de goiabada com sorvete e harumaki de queijo, R$ 16). A ideia é boa: trazer os harumakis (também conhecidos como rolinho primavera) de queijo, junto com sorvete e goiabada, para emular o sabor de um Romeu & Julieta. Os harumakis vieram quentinhos, e muito crocantes. O queijo do recheio poderia ser outro, menos forte, para equilibrar melhor. Mas o pior do prato foi realmente a proporção, com muito sorvete para pouca goiabada e harumaki. Um ajuste na proporção melhoraria bastante a experiência - embora eu tenha comido tudo.
 
Olhando agora, também não é muito bom de feição, né?

    O serviço é todo trabalhado na espontaneidade. Os garçons conversam sem grande formalidade, o que é bom. Teve garçonete falando do filho, teve garçom vindo à mesa mostrar no celular um novo prato que está para entrar no cardápio, tudo bem leve. A quantidade de garçons esteve mais do que suficiente para uma noite não tão cheia, e os pedidos chegaram rápido (a sobremesa foi a que mais demorou). Pedimos uma cerveja que estava bem quente, o que seria uma falha no serviço, mas que foi rapidamente corrigida quando informamos da quentura do líquido sagrado, e tivemos a breja trocada, sem mais delongas. O restaurante tem convênio com um estacionamento ao lado, segundo consta no site, mas isso não nos foi informado, e acabamos pagando R$ 14, já que a rua não tinha vagas.

    Nosso desejo de comer em uma restaurante oriental que fosse um pouco além do óbvio foi parcialmente atendido. Mas ainda queremos mais. Por isso mesmo, apesar de termos gostado da experiência, ambos concordamos que não faríamos uma segunda visita ao Kenta Sushi Gourmet. Especialmente porque a concorência aqui em São José dos Campos é grande, e ainda temos uns 361 restaurantes japoneses para conhecer na cidade. Quem sabe um deles entregue exatamente o que estamos esperando - algo que, filosoficamente falando, nem nós mesmos sabemos direito o que é.


AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 8
Serviço(2): 8 e 8
Entrada (2): 6 e 6,5
Prato principal(3): 6 e 7,5
Sobremesa(2): 8 e 6,5
Custo-benefício(1): 6 e 6,5
Média: 7 e 7,25
Voltaria?: Não e não

Serviço:

Rua das Arraias, 80 - Parque Residencial Aquarius  - São José dos Campos - São Paulo
Telefone:  (12) 3204-7662
Site: https://www.kentasushi.com.br/
Facebook: @kentasushi
Instagram: @kentasushi

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Nonno Mio (Gramado - RS) - 04/05/2022

 

    É impressionante a oferta de restaurantes em Gramado. Aliás, é impressionante a oferta de tudo em Gramado. Alavancada por um número cada vez maior de visitantes, que chegam em busca de um número cada vez maior de atrações, a cidade tem opções gastronômicas de todos os tipos, desde pizzarias temáticas, passando pelos rodízios de fondue, restaurantes de alta gastronomia, muitas galeterias, bares e lanchonetes. Claro que, no meio de tudo isso, é difícil decidir em que lugar fazer uma boa refeição, que ao menos retorne em prazer o valor pago na conta - já que quase tudo é caro na cidade. Escolhemos um lugar bastante tradicional, que está por ali desde 1982, antes da cidade se tornar este monstro turístico, para o bem e para o mal, que é hoje: o Nonno Mio. Ajudou também o fato de o restaurante ser um dos poucos na cidade a fazer parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, sobre o qual já falamos bastante aqui neste blog, e que presenteia o cliente com um prato em cerâmica, mediante a escolha de um determinado prato do cardápio.

    Era uma noite chuvosa e fria de quarta-feira, e precisamos de um pouco de coragem para deixar o conforto do quarto e nos dirigir ao Nonno Mio. O restaurante fica na Avenida Borges de Medeiros, em região bem central, perto de diversos pontos turísticos da cidade. O ambiente é bem aconchegante, com razoável espaço entre as mesas, iluminação agradável, muitos pratos da Boa Lembrança nas paredes, e, atrás de onde a Chris se sentou, um depósito de rolhas de vinhos servidos. As mesinhas do lado de fora provavelmente seriam a nossa pedida, caso São Pedro assim o permitisse. 
 
São Pedro não permitiu ficar ali fora

Mas permitiu acrescentarmos uma rolha à coleção

Muitas boas lembranças nas paredes

    Não ficamos muito apetecidos com nada que havia entre as opções de entrada. Havia coisas bem triviais, como tábua de frios, linguiça no fogo e canja. Dada a escassez de vontades, Chris deixou a escolha na minha mão. Como é muito raro encontrar coelho nos menus, escolhi a Salada a Caçador (mix de folhas com coelho desfiado, R$ 45,00). O pouco coelho veio envolto em um matagal, como se estivesse em seu ambiente natural. Em dado momento tive que caçá-lo, o que, no fim das contas, fez jus ao nome do prato. A salada já veio temperada, e para o gosto da Chris tinha muito vinagre balsâmico. De fato tinha, mas como eu gosto mais do que ela, gostei um pouquinho mais da salada, no geral.
 
Coelhinhos no ambiente natural

Prontos para caçar os colhelhos
 
    O carro-chefe do restaurante é a sequência italiana com galeto, a mesma que já tínhamos comido em Bento Gonçalves (você pode ler o texto aqui). Fora isso, existem opções de massas e risotos (afinal, estamos no Nonno Mio!), além de carnes (uma opção com coelho, uma com cordeiro, duas com boi e uma com tilápia) e o Prato da Boa Lembrança, que muda a cada ano.

    Chris pediu o filé au poivre de pimentas verdes com batatas rústicas (R$ 83,00). Durante todo o tempo da refeição foi um tal de "hmmmm!" pra cá e "que delícia!" pra lá como poucas vezes eu vi a Chris fazer. A carne estava no ponto certo, mal passada como ela pediu. A pimenta estava obviamente bem presente, mas sem dominar o prato e tirar o gosto da carne, como já vimos acontecer. As batatas rústicas estavam boas, bem tostadinhas, mas a Chris iria preferir se viesse alguma coisa com mais capacidade de absorver os deliciosos sabores do molho. E foi isso que custou a nota dez na avaliação final.

Só faltou aquela capacidade de absorção, saca?

De fazer inveja ao conde romeno
    De minha parte, cumpri a missão cívica de pedir o Prato da Boa Lembrança, que era panceta pururuca com cebola tostada com salsa italiana e batatas com queijo (R$ 124,00). Sim, já estamos acostumados a pagar um pouco mais caro para os pratos da Boa Lembrança (alguém tem que pagar o artista que pinta os pratos, né?). Segundo o dicionário, o adjetivo "pururuca" se refere a algo "que se quebra facilmente". Então, se posso fazer uma crítica ao prato, é que a pele da panceta não estava de acordo com o dicionário. Mas de resto, uma delícia: carne saborosíssima, com o auxílio luxuoso do limão siciliano (que veio no prato e o garçom recomendou fortemente que fosse espremido na carne), além das cebolinhas tostadas com molho bem condimentado, e das batatas macias com queijo. Confesso que também emiti vários "hmmmmm!" durante a refeição.

Em desacordo com o dicionário, mas delicioso

Chris limpou o prato antes do Fê

    São quatro as opções de sobremesa, bem clássicas: sagú com creme, pudim de leite, tiramissú e apfelstrudel com nata. Escolhemos esta última (R$ 19,00) que, para quem não sabe, é a famosa torta de maçã, de origem alemã. Neste mesmo dia tínhamos comido aquela que talvez seja a melhor apfelstrudel do Brasil, no Castelinho Caracol, em Canela. Então pedimos esta justamente para fazer o comparativo. Não fez feio. Estava bem maçãzada, com as especiarias e as uvas passas em equilíbrio, sem ofuscar a maçã. A nata é bem neutra, e acaba servindo mais para domar a temperatura da torta, que chega bem quentinha à mesa.

Não é assim uma Caracoool, mas é bem boa

    No serviço, o único ponto negativo é que a salada da entrada demorou um pouquinho para aparecer, até chegamos a cogitar que estivessem caçando o coelho na hora. Fora isso, o atendimento é bem solícito - até demais! Durante a refeição, o garçom veio perguntar umas quatro vezes se estava tudo bem. Será que estávamos fazendo muita careta? Outro ponto positivo foi quando a Chris precisou sair para fumar. Para que ela não tivesse que ir para a chuva, o garçom a levou para um ambiente lateral, que não estava funcionando naquela noite, mas era aberto, e tinha cobertura.

    Como fiquei bastante decepcionado com a sequência italiana que comemos no Galeto Di Paolo, em Bento Gonçalves, fiquei imaginando como seria a sequência no Nonno Mio. Pela qualidade de nossos pratos principais, imagino que seria bem melhor. Por conta disso, cheguei à conclusão que voltaria ao lugar. Chris não ficou com vontade de outras coisas do cardápio, e concluiu que não voltaria ao restaurante, mesmo tendo adorado o prato principal. Eu entendo. Além de não ter tantas opções, o Nonno Mio não é um lugar barato, como deu para perceber. Mas nada em Gramado é barato. Em nossa estadia, fomos em muitas atrações que não valiam o que cobravam. Mas outras nos trouxeram experiências incríveis, que lembraremos com carinho. E no fim é isso que vale. O Nonno Mio certamente é uma dessas experiências que ficarão no lado bom da força.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 9 e 8
Serviço(2): 9 e 8
Entrada (2): 5 e 6
Prato principal(3): 9 e 9
Sobremesa(2): 6 e 7
Custo-benefício(1): 8 e 7,5
Média: 7,75 e 7,70
Voltaria?: Não e sim

Serviço:

Av. Borges de Medeiros, 2070 - Centro  - Gramado - Rio Grande do Sul
Telefone:  (54) 3286-1252
Facebook: @nonnomiorestaurante 
Instagram: @nonno_mio

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Di Paolo Grill (Bento Gonçalves - RS) - 28/04/2022

 
  

    Elas estão por todos os cantos na Serra Gaúcha. Talvez se equiparem em quantidade às casas de café colonial e às vinícolas. Estou me referindo às galeterias, restaurantes cuja especialidade é o galeto al primo canto (frango abatido jovem, com cerca de 30 dias de vida), que quase sempre vem servido com uma sequência de pratos italianos. É um clássico local, e para experimentarmos este clássico fomos a um dos restaurantes mais tradicionais, cuja matriz existe desde 1994, em Garibaldi (RS). Além da filial de Bento Gonçaves, que visitamos, existem outras, a maioria no Rio Grande do Sul, mas também em São Paulo e Santa Catarina.

Frio? Não, tá frio não, impressão sua...

    Na parte de baixo do restaurante, um pequeno empório, com produtos próprios e também de outras marcas. Subindo uma escada, algumas fotos antigas, sem muita contextualização - imaginamos que podem ser da família dos fundadores do restaurante, que chegaram ao Brasil em 1890. Ao final da escada, chega-se ao salão principal, bastante amplo e bem iluminado, onde chama a atenção a enorme adega, transparente, com diversas garrafas de vinho. Pé direito alto, lustres de palha, cadeiras confortáveis e algumas mesas redondas com sofá completam o belo ambiente.
 
Sem contextualizar, só nos resta imaginar
Chris aqui, adega acolá

    Estávamos ali para a sequência, e foi ela que escolhemos (R$ 98,00 por pessoa). A casa de Bento Gonçaves se chama Di Paolo Grill, e não Galeto Di Paolo, que é o mais comum nas outras casas da marca. Isso porque existe a opção de escolher uma sequência que traz, além do galeto, alguns outros grelhados, como picanha e cordeiro (esta custa R$ 139,00 por pessoa). Mas optamos pela tradicional, que já é bem suficiente para qualquer comilão: começa com a sopa de capeletti, pouco depois chega o radicci (almeirão) com bacon, mix de folhas e salada de batata com maionese. Depois vem o galeto, polenta na chapa, polenta frita e queijo a dorê. Em seguida, um rodízio de massas, em que o cliente pode brincar à vontade, escolhendo entre seis tipos de massas e dez tipos de molho. Para finalizar, sagu com creme e pudim de leite condensado. Convenhamos, quem precisa de picanha?

    Comecemos pelo começo. O cappelletti in brodo (ou seja, no caldo) vem em boa quantidade - embora tenhamos achado os cappellettis muito pequeninos. Também estavam pequeninos no sabor, sem muita potência, e não havia noz moscada para acompanhar, que vai muito bem com esse prato. A massa estava um pouco dura, e com gosto de farinha. Ressalte-se que minha família tem uma receita bem tradicional de cappelletti, então tanto eu quanto a Chris temos uma nota de corte alta para a receita. Não me culpe, DiPaolo, a culpa é das minhas tias, da minha mãe e dos meus avós antes delas. 

A culpa é das tias

    Quanto às saladas, o bacon que acompanha o radicci estava bem crocante. A salada de batata com maionese tinha sabor suave, pendendo mais para a batata do que para a maionese. E o que podemos dizer das folhas verdes é que estavam verdes e viçosas. Não há muito mais o que dizer de folhas verdes, né?
 
Veja como eram verdes as folhas verdes
 
    O galeto, a grande estrela da sequência, estava realmente muito bom, com casca crocante e interior macio, e bem saboroso. A polenta frita estava boa, a feita na chapa, nem tanto, um pouco sem graça. Os bolinhos de queijo estavam bem crocantes, mas não sei se combinam muito nesta sequência. Talvez como uma porção, pra comer tomando uma breja, eles caíssem melhor.

A grande estrela
As coadjuvantes

Os intrusos

    Na hora das massas, cada um de nós fez duas combinações, depois dividimos mais uma. As porções são pequenas, realmente dá para pedir mais de uma, mesmo para comilões moderados como nós.

    Chris começou com nhoque + molho de manteiga e sálvia. Ela não curtiu muito o sabor da gordura, achou que não parecia manteiga, e achou a massa um pouco farinhenta, mais uma vez. Depois ela escolheu o penne integral + molho nocciolli (requeijão, creme de leite, chester defumado, nozes e condimentos). Ela adorou o molho, conseguiu sentir todos os ingredientes, mas o penne estava um pouco duro, faltou um tiquinho a mais de cozimento.
 
Nhoque, manteiga (será?) e sálvia

O nocciolli, conhece?
 
    Eu comecei com espaguete + molho tradicional (molho de tomate com moela e condimentos). Gostei, molho muito saboroso, bastante gosto de tomate e levemente apimentado. Depois fui de nero bianco (espaguete com tinta de lula) + molho funghi (cogumelos secos). Sabor bem intenso, com bastante gosto de cogumelo.

Tradicionalzão

Diferentão

    Por fim, dividimos um talharim + molho pesto. O consenso foi de que não estava ruim, mas o molho estava muito líquido e gorduroso, e ficou quase todo no fundo do prato. Faltou ser mais pedaçudo.
 
Quidê o pesto que tava aqui? Foi pro fundo do prato
 
    Pedimos as duas opções disponíveis para sobremesa, para dividirmos. O sagu com creme é feito com vinho doce, e tem um gosto forte de quentão. Sobrou caldo, faltou sagu e faltou creme. O pudim de leite condensado já vem sabotado pela apresentação, em um pote fundo. Podia ter um pouco mais de açúcar para nosso gosto.
 
São João, São João, acende a fogueira no meu coração!

Podia por em outro pote o pudim

    O serviço é bem rápido. Acho que não passou nem cinco minutos entre dizermos "Queremos a sequência de galeto!" e o capeletti estar na mesa. O mesmo aconteceu no restante da refeição. A brigada de garçons é grande, e o tempo todo alguém vem perguntar se queremos reposição de algum item. Quando começamos a pedir o rodízio de massas, deu-se o mesmo: comida servida a jato, e, assim que terminávamos, já tinha alguém querendo saber se gostaríamos de outra massa. Tudo que eu disse pode ser encarado como elogio ao serviço. Mas não há muito tempo para pensar na vida. E às vezes é bom pensar na vida. Né?

    Comer à vontade por R$ 98,00 não é nada barato, embora não chegue a ser um absurdo. Se soubéssemos antes o que sabemos agora, talvez pulássemos o cappelletti, e partíssemos logo pro galeto e pro rodízio de massas, provando mais opções de combinações. Mas aí não teríamos a experiência completa da sequência tão tradicional da serra gaúcha. E viajar, no fim das contas, é acumular experiências diferentes. Sabedores disso, ambos concordamos que uma vez foi suficiente, e não repetiríamos a dose no Galeto Grill. Pelo menos temos o consolo de saber que, todo fim de ano, poderemos comer um cappelletti bom de verdade. Sem galeto. Não se pode ter tudo.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 7 e 8
Serviço(2): 7 e 7
Entrada (consideramos o capeletti e as saladas) (2): 5 e 6
Prato principal(3): 5 e 7
Sobremesa(2): 4 e 4
Custo-benefício(1): 6 e 6,5
Média: 5,58 e 6,45
Voltaria?: Não e não

Serviço:

Rodovia BR-470/Km 217 – Bento Gonçaves - Rio Grande do Sul
Telefone: (54) 3453.1099|(54) 99975-2573
Site: https://dipaolo.com.br/
Facebook: @amodipaolo
Instagram: @amodipaolo