Este é o primeiro texto de nossas visitas a cafés. É preciso, antes de mais nada, pontuar que eu não gosto de café. Já odiei, hoje apenas não gosto. Evolução que chama. Já a Chris ama café. Sempre amou e, provavelmente, sempre amará. Mas um café nunca é só um café. Sempre tem um monte de outras coisas, e eu gosto de quase todas essas outras coisas. E, aos poucos, pretendo ir cada vez me apegando mais ao café, até chegar ao ponto de, quem sabe, um crush, uma paixonite, ou quiçá um amor. Nunca podemos duvidar do poder do amor.
Eis que a última palavra do parágrafo anterior dá o gancho para falar de nosso primeira escolha para essa nova epopéia comilona: o AMÔ Café & Brunch. Em verdade vos digo, a escolha não se deu por conta do "amô", mas porque o tal fica a apenas algumas pernadas de distância da casa da Chris. E lá fomos nós, no famoso "di a pé", como se diz aqui na sanja, em um sábado à tarde, ali por volta do mezzo dia. O AMÔ fica em uma galeria ultra-mega-hype-transada chamada O Beco, na avenida Cassiano Ricardo, que todo bom - e mau - joseense conhece. É um lugar super "xófem", pouquíssimos espécimes com mais de trinta anos são encontradas no local. Nós éramos parte desta fauna exótica. Sem que fosse de nosso conhecimento prévio, estava rolando no local a 2ª edição do Urban Market Festival, com "feira, atividades, workshops, flash tatoo, food & drink e muito mais". É o que tava escrito no cartaz.
O ambiente é legal, tem uns guarda-chuvas de ponta cabeça, bem coloridos, uns arranjos de flores, também de ponta-cabeça (que agora eu resolvi escrever com hífen), e umas plantas falsas (pareciam verdadeiras, mas eram falsas, ou será que pareciam falsas, mas eram verdadeiras?) e um pedido de "+ amô pufavô". Um pedido necessário, que nós velhinhos aprovamos. Os trabalhadô estão todos perto dos vinte anos, tanto no atendimento quanto no fazimento dos pedidos. São umas quatro ou cinco mesas (talvez seis), em um corredor de uns dez metros (isso é um baita chute), com sofás encostados na parede e cadeiras no lado oposto. Eu fiquei na cadeira, Chris no sofá, que tem hierarquia aqui nesse casal.
Pra comer tem bastante pição: toasts (torradão com coisa em cima), brunchs (uns peéfão nervoso), benedicts (torradão com coisa em cima + ovo pochê), waffle eggs (não sei como explicar) e os rapidinhos, que são pão com ovo, pão na chapa, enfim, os "basicão". Na questão do café, propriamente dito mesmo, não é aquele leque de opção não. Tem espresso, tem café com leite, tem capuccino e tem moca. Além dos cafés tem chocolate quente, chá quente, um montão de sucos naturebas (um montão de oito, sendo preciso) e três negocinhos pra fazer a cabeça, todos feitos com espumante Chandon, que o troço é chique.
Pra beber, a Chris escolheu o Capuccino Duamô (leite cremoso, uma dose de espresso e um fundinho de chocolate finalizado com um coração de canela, R$ 14,90).Eu escolhi um café com pouco café, o moca (ganache de chocolate, lascas de chocolate belga, uma dose de espresso e leite cremoso, R$ 16,90). A Chris carece de urbanidade quando o assunto é café, então tomou tudo muito antes de chegar os comes que tínhamos pedido. Daí ela teve que pedir também um espresso, pra não ficar de bico seco. Vamos colocar as fotos da bebelança, e depois a gente entra nos comes.
É difícil explicar o que a Chris pediu pra comer, porque ela e a garçonete praticamente inventaram um prato que não estava no cardápio. Ela queria um waffle egg chamado Lillet, que consistia em cream chesse, presunto espanhol, ovo pochê, pêssego e mel. Mas a Chris queria o negócio desovado (sem ovo, no caso). E a garçonete informou que eles estavam desapessegados (sem pêssego, no caso) e sem presunto espanhol (despresuntados espanholamente, no caso). Daí ela sugeriu substituir o presunto pelo salmão curado da casa, e o pêssego por figos. E ficou assim. A Chris gostou, mas achou que poderia ser mais melado (com mais mel, no caso). Custou R$ 43,90.
Eu resolvi cumprimentar o porco, e pedi um benedict chamado Hello Bacon (fatia de pão de fermentação natural, pasta de abacate, bacon defumado artesanal e ovo pochê com molho hollandaise, R$ 35,90). Parece maluquice, mas é uma baita onda boa misturar abacate com bacon (aliás, tem alguma coisa que não fica boa com bacon?). O ovo pochê deu aquele escorrida linda, misturou com o hollandaise, com o abacate e com o bacon e ficou daqui, ó. E ainda tinha umas folhinhas por cima (manjericão, acho) e até uma flor comestível (se não era, já comi). Muito mimoso.
Não há opções doces no cardápio, mas tem uma vitrine de vidro com as opções do dia. A Chris comeu uma chamada Blondie (nada a ver com a Debbie Harry, é só o irmão do brownie, mas feito com chocolate branco, custou R$ 18,00), com amêndoas e limão siciliano. Em formato de coração, ainda por cima. Ela adorou. Eu comi o Bruffin ("uma mistura de brownie com muffin", explicou a moça, custou R$ 22,00). Um bolinho bonitinho e gostosão, bem chocolatudo. Além dessas duas, tinha também cookie de chocolate.
Quando fazemos análise de restaurantes, damos nossas notas para cada quesito. Como todos sabem, uma avaliação positiva nossa é mais importante do que uma estrela Michelin. Por outro lado, notas ruins podem levar um restaurante à falência (assim dizem as vozes em minha cabeça). Portanto, nos textos dos cafés, decidimos que não vamos dar notas. Vai ficar uma coisa mais leve, mais casual, mais descontraída, mais light, e não sei mais quais sinônimos usar.
Então é isso. Em breve a gente volta a cafezar.
Então é isso. Em breve a gente volta a cafezar.
Endereço: Av. Cassiano Ricardo, 1478 - Jardim Alvorada, São José dos Campos - SP
Instagram: @amocafebrunch
Adoro seus comentários
ResponderExcluir