quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Vistah (Taubaté - SP) - 28/10/2014

Eu estava até um pouco preocupado com a chegada, afinal nunca tinha ido ao Shopping Via Vale Garden, em Taubaté, onde está instalado o restaurante Vistah. Mas há muitas placas à beira da Dutra indicando a entrada certinha para chegar lá. Eu já sabia que ele ficava no primeira andar, e que tinha vista para a Dutra, portanto foi fácil encontrá-lo. Fica no mesmo andar da praça de alimentação do shopping, mas certamente não se pode confundí-lo com um estabalecimento típico de um centro de compras.

Casal na entrada do restô


Chegamos por volta de 19h30, e não havia nenhum cliente por lá. Acabamos optando por ficar em uma mesa na varanda, embora a casa ofereça algumas na parte interna. Mesas redondas (eu particularmente gosto), ambiente informal (o lugar também funciona como chopperia), pouca luz e MPB rolando. Muita Marisa Monte, diga-se. O cd dos Tribalistas chegou a tocar quase inteiro. Nada contra. Gostamos também do jogo americano, com algumas frases de pessoas conhecidas sobre comida, e também sobre a vida em geral. Uma mulher que parecia a gerente se colocou à disposição e nos trouxe o cardápio depois de uns dois minutos. Sendo chato, poderia ter sido mais rápido, já que não tinha ninguém, e ela nos viu chegar. E, no caso, estou sendo chato. Mas a vista era bonita, o máximo que uma vista pode ser bonita em um restaurante localizado à beira da Dutra em Taubaté. Era finzinho de tarde, e o sol morrendo nas montanhas fez um belo cenário.


O cenário, quando o sol já tinha morrido
O bacanudo jogo americano


Pouco depois veio a garçonete. Pedimos o couvert (R$ 5,90 por pessoa), que no cardápio indicava "Pães variados, patês, manteiga". Veio o couvert. Pães variados? Sim. Torradas com orégano, pãezinhos com gergelim (quentinhos!), pãezinhos com orégano (quentinhos!), grissinis. Patês? Não. Três potinhos, um com um creme que não detectamos exatamente (parecia um rosé metido à besta), um com ricota e UMA pimenta biquinho (poderiam ser duas, né?) e um com manteiga. Apesar disso, veio bem bonitinho de se ver. Se a propaganda não tivesse sido enganosa, teríamos gostado mais. Acompanhamos com dois chopps da Brahma (R$ 6,50 cada, 300ml), em boa temperatura e colarinho no jeito. Diz-se que antes a casa servia chopp artesanal de Taubaté. Pena não haver mais essa opção.

O couvert, sem patês


Como entrada pedimos a Salada Vistah (R$ 20,90), com alface, rúcula, tomate cereja, palmito e endívia marinada no azeite e grelhada. Belíssima apresentação. Nunca tinha comido a tal endívia. A Chris, ao experimentar, lembrou que já havia comido, mas não daquele jeito. Temperamos com azeite e sal, que eram as opções à mesa. Nesse meio tempo em que comemos o couvert e a salada, a garçonete veio nos perguntar umas 500 vezes se já tínhamos escolhido o prato. Duas dessas 500 vezes foram logo que nos sentamos, em coisa de cinco minutos. Simpática a moça, mas um pouco afoita. Ou bipolar, porque depois ela passava um bom tempo sem aparecer. Mas foi divertido. O serviço, aliás, é bem informal, o que nos deixou à vontade. A garçonete só precisa de um pouco mais de equilíbrio. Não que ela tenha caído com nada (quaqua), mas um equilíbrio entre o excesso de zelo e o descaso.

O casal e a bela Salada Vistah


Como o restaurante tem serviço empratado, eu e Chris poderíamos escolher cada um o seu prato. Vale lembrar que há algumas opções de pratos para duas pessoas, como o galeto grelhado e a picanha. Mas, como sempre gostamos de fazer nesses casos, cada um escolheu um, pra que um experimentasse o do outro. Coisa de gente esperta. Ou comilona. O cardápio é trivial. Há algumas opções de pratos leves, outras de frango, outras de peixe, outras com carne, depois uma sequência do que eles chamam de "Tradicionais", com "Filé à parmegiana", "Filé à Oswaldo Aranha", "Filé à francesa", entre outros.

A Chris ficou com o "Tornedor ao porto" (R$ 40,90), que consistia em um filé mignon alto ao molho de vinho do porto, com purê de mandioquinha e arroz branco. Veio com uma bela apresentação, apetitosa. Chris pediu o mignon mal passado, como de praxe, só que dessa vez, incrivelmente, ele veio mesmo mal passado! Coisa rara, já que eles nunca acreditam que uma moça distinta queira comer sangue. Sim, ela quer, senhoras e senhores! Ponto pro Vistah, que acertou no ponto. O bife com o molho de vinho, junto com o purê, estava de fato delicioso. Chris detonou o filé e o purê, e não tocou no arroz. E Chris adora arroz. Veredicto: o arroz é totalmente desnecessário no prato. Tanto em termos de sabor quanto em termos de apresentação e nutrição. Embora não sejamos especialistas em nutrição.

O belíssimo tornedor com purê, e o desnecessário arroz


Eu pedi o "Filé à Oswaldo Aranha" (R$ 41,90), prato típico do Rio de Janeiro, e do Brasil, que na versão do Vistah vem com dois bifes de filé mignon ao molho de alcaparras na manteiga e pimenta biquinho (dessa vez eu pude comer mais de uma), acompanhado de arroz, batatas portuguesas fritas (tipo chips) e farofa. Nada errado com o prato, comi bem, mas quando acabou meu molho de alcaparras ficou impossível comer o resto, porque a farofa estava muito seca. Talvez uma farofa mais molhadinha, ou mais molho no bife, caíssem bem. De qualquer forma, não sobrou sequer uma batatinha no meu prato. Estavam crocantes e bem salgadinhas.

O filé do Seu Oswaldo

Casal e seus pratos


Para a sobremesa, fomos no clássico "Petit Gateau" (R$ 15,90), servido com sorvete Rochinha, fabricado na região do litoral norte paulista. Mais uma vez, bela apresentação, com o prato salpicado de castanha de caju e chocolate em calda, além de um morango sobre o bolinho. Aliás, deveriam tirar as folhinhas do morango, muito chato ter que comer uma sobremesa e ficar se preocupando com o que vem na colher. O bolinho estava um pouquinho murcho, mas nada que atrapalhesse o sabor, que estava bem bom. Tanto que, mesmo já empanturrados, comemos tudo.

O bonitíssimo Petit Gateau


Ao final, a notícia que a Chris mais gostou: não é preciso sair do shopping, ou mesmo do restaurante, para fumar. Embora a área das mesas seja coberta, há um espaço ao lado, mais pra perto do bar, em que é possível fumar, já que não há cobertura. Assim ela não se sente uma pária, uma proscrita, uma desterrada. E esse fator é o que mais pesou pra ela dizer que voltaria ao restaurante em outra oportunidade.

Fato é que há restaurantes em que a gente não sabe o que escolher, de tanta coisa interessante que tem, e fica com vontade de voltar outras vezes, pra comer o que ficou pra trás. Não é o caso aqui. Há o básico, que descobrimos ser bem feito e bem apresentado, e apenas algumas receitas que arriscam um pouco mais. Se esse número aumentar, certamente estaremos lá pra conferir, porque potencial o restaurante tem de sobra.

Obs: À guisa de informação, vale dizer que o gerente da casa é Marcos de Oliveira, meu grande amigo e irmão. Mas basta ler a análise pra saber que ela foi a mais isenta possível. Acho que é isso que ele merece e espera, nossa sinceridade. Tanto no que foi bom quanto no que não foi tão bom.




AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):


Ambiente(2): 10 (o que não faz um fumódromo!!) e 8
Serviço(2): 7 e 7
Couvert(2): 5 e 6
Entrada(2): 7 e 7
Prato principal(3): 8 e 7
Sobremesa(2): 8 e 8
Custo-benefício(1): 7 e 7
Médias:  8,07 e 7,69
Voltaria?: Sim e sim (uma por poder fumar, o outro se houver novidades no cardápio)


Serviço:
Via Vale Garden Shopping - Avenida Dom Pedro I, 7181 – Loja 208 – Piso L2
CEP: 12091-000 – Taubaté – SP 

Email: contato@vistahrestaurante.com.br
Site: http://www.vistahrestaurante.com.br 
Facebook: Vistah
   
  

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O Rei do Peixe (São José dos Campos - SP) - 30/09/2014

Chegamos ao restaurante "O Rei do Peixe" por volta das 19:15, e não havia ainda nenhum cliente. Não há lugar para fumantes, então sentamos em uma mesa próxima à janela, pra poder ter alguma paisagem enquanto jantávamos. Ambiente agradável, luz na medida certa, muitas luminárias, boa temperatura, MPB bem baixinha,  enfim, tudo para um jantar agradável. Um garçom nos atendeu prontamente, trazendo o cardápio da casa. Um texto dizia que São José era a terceira cidade a receber um restaurante da marca, que já possuía casas em Caraguá e Ubatuba. Um bom sinal. O mau sinal era que o cardápio trazia muitas e muitas e muitas opções. Ninguém pode fazer bem todos aqueles pratos em uma noite simples de terça feira.
Casal em frente ao restaurante


Para entrada pedimos uma casquinha de siri (R$ 15,00), para ser dividida por nós dois. Enquanto esperávamos pedimos uma long neck da Cerpa (R$ 8,50), que veio numa boa temperatura. Já a casquinha estava quente demais, seca e sem graça. Um mau agouro, certamente, já que se eles não conseguiram acertar em uma casquinha de siri, dificilmente acertariam em algo mais complexo. Eu pensei isso na hora, mas deveria ter levado em conta quando pedimos o prato principal.
Casal e a casquinha de siri


A casa trabalha com pratos para duas pessoas, portanto eu e Chris teríamos que chegar a um acordo quanto ao que pedir. Como sempre, ela falou pra eu escolher, e eu disse que estava em dúvida entre alguns pratos. Se bem me lembro, citando o que era o prato e não o nome oficial: badejo recheado com siri e champignon, ao molho de camarão com arroz branco; frutos do mar (peixe, lula e camarão) grelhados servidos com batata corada e arroz branco; paella; robalo com banana da terra e risoto de pupunha com tomate seco; e por fim lagosta inteira com algum acompanhamento que não me lembro. Dentre esses, os dois primeiros estavam em uma divisão do cardápio chamada "Clássicos da casa", ou coisa que o valha. Escolhemos então o "Badejo ao Rei do Peixe" (R$ 118,00), que é a primeira das receitas citadas aqui acima.

O prato chegou relativamente rápido, enquanto estávamos do lado de fora do restaurante pra Chris dar as suas pitadas no cigarro. Uma bandeja traz o badejo recheado com o molho por cima, outra traz o arroz, e o garçom serve os pratos. A apresentação não é das melhores. Falta alguma coisa ao prato. O garçom coloca um pedaço do badejo com o molho por cima, um pouquinho de arroz ao lado, e é isso. Como é um restaurante com ares formais, espera-se mais desse aspecto. Mas seria largamente perdoado se o sabor fosse incrível. E está longe de algum adjetivo parecido. Há muita informação pra pouco sabor, foi o que ambos pensamos. Não sentimos o gosto do badejo, não entendemos a presença quase imperceptível do champignon, o que se sobressai mesmo é o molho de camarão sete barbas (ou algum bem pequenino) e o siri que recheia o peixe. E esses sabores que se ressaltam no prato não causam grande comoção também. Muito pouco pra um restaurante que traz no nome a responsa de ser o monarca entre os seres aquáticos. Valeu mais o bom vinho Crios Torrontes 2012 de 375ml (R$ 38,00) que tomamos pra acompanhar o prato.


Chris e seu prato


Para a sobremesa pedimos um crème brulée, que a Chris nunca havia experimentado. Este chegou em menos de cinco minutos à mesa. Já estava montadinho, e só passaram o maçarico em cima, provavelmente. Mas estava gostoso, e veio com uma calda de amora por cima, que também agradou.
Casal e o crème brulée


Vale dizer que os garçons estavam sempre atentos. Nossas taças de vinho sempre eram prontamente preenchidas quando o líquido se esvaía pra dentro de nossas goelas. E sempre que precisávamos de alguma coisa havia um deles nos olhando, pronto a atender. Ajudou o fato de a casa não ter enchido, mas ainda assim vale o elogio. Ele só demorou um pouquinho pra nos olhar quando queríamos pedir a conta, talvez sabendo que o restaurante não vale o que cobra.

Sim, o custo benefício da casa é péssimo. Ela se vale da localização central, do clima formal e do nome para cobrar um preço que não condiz com a qualidade e o cuidado da comida apresentada. Tudo estava comestível, porém esquecível. Ganharia uma nota 6 na média geral, mesmo se custasse a metade do que custa.Por conta disso, eu e Chris concluímos que o Rei do Peixe não valeria um repeteco, em hipótese alguma. Talvez se mudasse de nome pra Peixinho Mais ou Menos, e cortasse os preços pela metade, poderíamos pensar no caso.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 7
Serviço(2): 8 e 7
Entrada(2): 6 e 5
Prato principal(3): 6 e 6
Sobremesa(2): 8 e 8
Custo-benefício(1): 6 e 5
Médias:  7 e 6,41
Voltaria?: Não e Não

Serviço: 
 Rua Paulo Becker, 98 - Vila Adyana - São José dos Campos - SP
Telefone: (12) 3913-3755
Email: sjc@oreidopeixe.com.br