sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Arpoador (Paraty - RJ) - 15/11/2014

O Restaurante Arpoador não é um dos mais famosos, ou mais badalados, de Paraty. No entanto, quando eu e Chris visitamos a cidade em 2009, tivemos ali um refeição da qual nos lembramos até hoje. Comemos uma moqueca mista de cação, camarão e siri, servida com pirão e arroz branco, que estava tão deliciosa que virou a nossa referência quando falamos de boa comida. Por exemplo, desde que começamos o blog, na hora de dar a nota pro prato principal, usamos aquela moqueca como o que seria uma nota 10, e a partir daí damos a nota ao prato. Me lembro que naquela ocasião ambos comemos muito, e saímos de lá até tristes, como mostra a foto abaixo, em que eu me servia pela centésima vez de mais um bocadinho de moqueca.

Em 2009, me servindo pela centésima vez

Claro que, cinco anos depois, em nossa volta à cidade, precisávamos voltar ao restaurante, e tirar a prova dos noves. A decoração continuava igual: feia pra cacete. Quadros pregados aleatoriamente nas paredes, chão de cimento queimado, parede descascada, teto sem forro, toalhas velhas, etc. Desta vez tivemos que nos sentar do lado de dentro, por conta da chuva, e ficamos mais próximos da "decoração". O toque interessante são os castiçais cobertos de parafina derretida, que ficariam bem em um jantar na casa do Conde Drácula. Curiosidade: das duas vezes em que estivemos no restaurante, nosso (a) cozinheiro (a)  estava sentado vendo TV, porque não havia nenhum cliente. Desta vez a cozinheira assistia à novela das seis, Boogie Oogie, quando foi interrompida por nosso pedido. Pedido este que foi feito a uma moça loira com sotaque castelhano, que temos quase certeza ser a mesma que nos atendeu há cinco anos. Quando falamos a ela sobre essa possibilidade, ela disse ser possível, porque há muitos anos ela "vai e volta" a ser funcionária da casa. Uma espécie de nomadismo garçonístico. Claro que o atendimento é bem informal, mas ela foi atenciosa e simpática.

Fê e parte da maravilhosa decoração


Pois bem. Começamos com uma casquinha de siri (R$ 12,90) como entrada. E também uma Skol. Em lata. Mas gelada, ao menos. Casquinha cremosa, gosto de siri bem evidente. Sim, porque a carne de siri é delicada, então às vezes a casquinha de siri não tem gosto de siri. Tava quente pra cacete, o que parece ser um padrão em casquinhas de siri. Mas bem melhor do que a oferecida pelo Rei do Peixe, por exemplo. Começo alvissareiro.

A ótima casquinha de siri

Era hora de pedir o prato principal, que, claro, já estava escolhido previamente em nossas mentes. Tínhamos que pedir aquela moqueca de novo. Não sei como estava a Chris, mas de minha parte havia grande ansiedade, quase um nervosismo mesmo. Pedimos a moqueca mista (R$ 118,90 para duas pessoas, com arroz e pirão) à garçonete, e contamos a ela sobre a outra vez em que ali estivemos, e como nos lembrávamos daquela moqueca. Ela disse que a cozinheira daquela época ainda trabalhava na casa, mas não estava ali naquele momento. Alguma preocupação já começou a surgir em nossos corações. Mas nada haveria de estar perdido, a receita é a mesma, devemos ter pensado juntos, eu e Chris. Quando a garçonete estava se retirando, eu perguntei se a moqueca mista envolvia cação, camarão e siri. Estávamos tão ansiosos que nem tínhamos nos preocupado com isso. Veio a má notícia: eles estavam sem carne de siri, e a moqueca era de cação (ao menos), camarão e...lula! Caceta. Chris odeia lula. Essa notícia abalou nossas estruturas. E agora? Nos entreolhamos, argumentamos com a garçonete, que nos recomendou pedir assim mesmo, porque seria fácil tirar as lulas na hora de comer. Aceitamos a recomendação, e mandamos vir o prato.

Felizes, prestes a comer a moqueca


Não muito tempo depois, ele chegou. A loira nos desejou bom apetite e nos deixou a sós com aquele ícone de nossas vidas gastronômicas. Seria ainda o mesmo? O que cinco anos poderiam ter feito com ele? Acho que fui o primeiro a me servir, afobado. Triste, notei que os camarões eram pequenos. Minúsculos, pra ser mais preciso. O famoso 7 barbas, ou algum semelhante. Excelentes pra comer ao alho e óleo, mas para uma moqueca? Acho que não. Cações, alguns, aqui e ali. Lulas? Muitas, diversas, nadando pelo molho, por todos os lados e direções. A cada passada da concha na panela, elas vinham em peso. Chris teve trabalho para eliminá-las. E mesmo eu, que gosto, às vezes queria pegar peixe ou camarão, mas eles não vinham. Mas e o sabor? Ah, o sabor, aquele que nos encantou, inesquecível, precioso, estaria ele presente? Tristemente, não estava. Chris, mais prática e objetiva, rapidamente notou isto. Eu ainda tentei procurá-lo, me servi algumas vezes, mas ele não veio. Não que estivesse ruim, até comemos bem, mas certamente nem se aproximava do que tínhamos na memória. O pirão continuava muito bom. O arroz, segundo a Chris, estava duro. Eu sempre deixo para ela a crítica do arroz, já que ela é fã do cereal.

Fê ainda feliz, antes de se servir

Só a título de comparação, vejam esta foto da Chris se servindo em 2009. Vejam o tamanho do camarão na colher:

Este camarão, sozinho, equivale a uns 25 da "nova versão"

Depois de estarmos satisfeitos, conversamos se valeria a pena pedir uma sobremesa. Nenhum dos dois se lembrava de ter visto no cardápio alguma parte dedicada aos doces. Optamos então por não pedir, receosos de aumentar ainda mais nossa frustração.

À parte toda a carga emocional da refeição, o fato é que ela foi decepcionante. E cara. Não dá para cobrar quase 120 reais em uma moqueca com camarão 7 barbas, um monte de lulas e um pouquinho de cação. Ainda mais com o tipo de ambiente que a casa possui, com móveis antigos, decoração ultrapassada e acabamento descuidado. Por conta disso tudo, eu e Chris concordamos que não voltaríamos uma terceira vez ao Arpoador. É melhor ficaramos com a lembrança daquela incrível moqueca que comemos em 2009, quando eles não economizavam nos ingredientes. E termos em mente uma valiosa lição: magia não se repete.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 4 e 4 (ah, se não tivesse a bela Paraty do lado de fora...)
Serviço(2): 7 e 7
Entrada(2): 9 e 8
Prato principal(3): 5 e 6,5
Custo-benefício(1): 4,5 e 5
Média: 5,95 e 6,25

Serviço (caso queiram comer uma boa casquinha de siri em Paraty):
Rua da Matriz, 7 - Centro Histórico - Paraty - Rio de Janeiro
Telefone: (24) 9812-1606


 

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Banana da Terra (Paraty-RJ) - 14/11/2014

Banana da Terra. O restaurante mais famoso de Paraty. Ana Bueno, a chef, é a curadora, organizadora e idealizadora do Festival Folia Gastronômica, que eu citei no texto anterior, e que estava acontecendo no fim de semana em que estivemos por lá. Talvez por conta disso, ela não estava no restaurante no dia de nossa visita. Caía uma chuva fina do lado de fora, e nos instalamos em uma mesa ao lado da cozinha envidraçada. Na mesa que escolhemos havia a opção de sentar no acolchoado ou em uma cadeira. Acabamos os dois no acolchoado, de costas pra cozinha, e ao lado um do outro. Na decoração, alguns vasos de flores pendurados na parede, quadros diversos, um pequeno jardim embaixo da escada que leva aos banheiros. Iluminação agradável, nem clara nem escura. No som me lembro de muitos covers de músicas internacionais, algo no estilo Emerson Nogueira. No banheiro, ao qual ambos fomos assim que chegamos, um cheiro forte de cravo. Interessante, embora um pouco exagerado.

Não teve foto da fachada, porque tava chovendo!


O serviço se mostrou prestativo desde a chegada, quando um funcionário pegou rapidamente o guarda-chuva molhado das mãos da Chris e colocou num porta-guarda-chuvas, se é que isso existe. Depois disso o garçom responsável por nossa mesa esteve sempre atento, prestativo, simpático na medida certa, sem grandes frescuras, o que não significa ser desleixado. Sempre que olhávamos buscando alguma ajuda, ele estava ali. Vale dizer que o restaurante estava vazio, mas ainda assim a postura foi invejável. Não sei se ele estava de fato feliz com o que estava fazendo naquela noite chuvosa, mas assim nos pareceu, e para o cliente é o que importa. Dá-se o mesmo com todas as profissões que lidam com público, a minha inclusa. Descobri já em casa, olhando o site do restaurante, que na verdade fomos atendidos pelo maitre Rodrigo Costa, ou seja, uma espécie de chefe entre os garçons. Talvez isso tenha feito a diferença.

Como entrada pedimos os inusitados bolinhos de queijo defumado com paçoca de banana com bacon e geléia de pimenta (R$ 25,00). Claro que pedimos uma cervejinha pra acompanhar. No caso foi a long neck da Cerpa (R$ 6,50), cervejaria paraense, que veio em um balde com gelo, do jeitinho que tem que ser. Ah, os bolinhos! Inusitados e deliciosos. Eu não pensaria em misturar banana com bacon, mas a idéia é felicíssima. Vieram oito bolinhos, com um pouco de geléia de pimenta na própria travessa, pra gente molhar os bichinhos. Ficava bom com ou sem geléia. Crocante por fora, cremoso por dentro, e muito saboroso, conforme já dito. Claro que comemos todos, divididos irmãmente.

Inusitados e felizes bolinhos


A coisa estava indo bem. Era hora da parte principal do acordo firmado entre cliente e restaurante: o prato principal. Eu já sabia que o Banana da Terra fazia parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança (que já citei no texto anterior), que sempre dá um prato de presente ao comensal que pedir uma refeição específica. Normalmente é uma comida criada especialmente para este fim, não fazendo parte do cardápio fixo do estabelecimento, e sendo mudada todo ano. Como faço coleção dos pratinhos, junto com minha mãe, normalmente é ele que peço. Foi o caso. Tratava-se do Caiçara Antenado (normalmente os pratos da boa lembrança recebem nomes espirituosos), que consistia em peixe em tiras com mariscos, molho agridoce, mini arroz, pó de limão e toque de coentro selvagem (R$ 82,00). Vale dizer que havia vagens também no prato, embora não constassem em sua descrição, tadinhas. Chris, que não dispensa uma carne, foi de filé mignon com molho de aceto e arroz de ovo, queijo, salsinha e feijão fradinho, banana frita e crocante de bacon e farinha Panco (R$ 75,00). Para acompanhar meu prato, fui de vinho em taça (R$ 21,00), um branco Torrontés, cuja vinícola não me lembro. Chris ficou na cerveja mesmo.

Casal com seus pratos, e a cozinha ao fundo


Ponto negativo: não acertaram no ponto da carne da Chris. Ela pediu mal passado, como de praxe, e como de praxe não acertaram. Com raras exceções, como o Vistah (que já recebeu texto aqui), é o que acontece. Além de não estar mal passada, ela teve também alguma dificuldade em cortar. Chegou a suar. Ok, essa parte é exegero, mas de fato ela teve que fazer algumas caretas pra cortar a carne. Na montagem do prato, achei que as bananas ficam meio de fora, embora tenham sua função de "agridoçar" a coisa toda. Estava saboroso, apesar dos problemas com a carne.

Close do prato da Chris, com as bananas eclipsadas


Outro ponto negativo: meu prato era muito oleoso. Talvez fosse mesmo esta a intenção, mas chegava ao ponto do desagradável. Apesar disto, a mistura de sabores era adorável. Os mariscos vieram com as conchas, o que não considero ruim, acho que dá um toque rústico ao prato. De mais a mais, era bem fácil tirar a carninha das conchas. As vagens, esquecidas na descrição, tinham a importante função de dar crocância ao prato, mais até do que o pó de limão. Não posso falar mal: comi tudinho, e ainda dei uma força pra Chris com o que restou de seu bife.

Um close do prato do Fê


Ainda faltava a famosa cereja do bolo, para tentar compensar algumas falhas dos pratos principais: a sobremesa. E essa função ela cumpriu com louvor. Pedimos a torta quente de banana, calda de vinho do Porto, farofa de castanha de caju e sorvete de canela (R$ 29,00). Santa Mãe, o troço era bom que só Jisuis! Se tivéssemos pedido um pra cada, teríamos comido tudinho. Vou escrever uma frase pedante, mas vá lá: ah, aquela redução de vinho do Porto! Veio num copinho ao lado da torta, e o garçom, ou maitre, jogou um pouquinho por cima, na nossa frente. Assim que demos a primeira colherada no conjunto da obra, tratamos de jogar mais da redução por cima. Cô de loko! O inusitado sorvete de canela, a deliciosa tortinha de banana, a farofinha de castanha de caju do lado, e a redução de vinho do porto por cima formaram aquela que deve ser a melhor sobremesa que já provei. Chris ainda prefere uma outra que comemos em Recife, no restaurante É (sim, este é o nome do restaurante. É. É sério). Tá ali, mas pra mim essa ganha, por uma cabeça. Ou uma redução de vinho do Porto...

A delícia! E, sim, a Chris anda com dois celulares, o outro é meu


Fizemos toda nossa refeição pertinho da cozinha. A todo momento nos virávamos pra ver o movimento lá dentro. Essa proximidade com o que nos será servido é instigante. Chris ainda arrematou com um café (R$ 6,00). Sempre desconfie quando um garçom lhe oferecer um café, fazendo parecer que é de graça. Quase nunca é. Não existe almoço grátis, tampouco café. Mas, se formos analisar o custo benefício da casa, poderíamos dizer que ele vale a pena. A junção de ambiente agradável, excelente serviço e cozinha criativa faz a experiência valer. É comida pensada pra agradar e surpreender. E isso faz a diferença. Mesmo com algumas derrapadas nos pratos principais, o conjunto da obra faz um retorno ao Banana da Terra ser desejado por nós dois. Ainda ficou muita coisa naquela cardápio que nós queremos comer...


AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):


Ambiente(2): 8 e 7
Serviço(2): 9 e 9
Entrada(2): 8 e 9
Prato principal(3): 7,5 e 7,5
Sobemesa(2): 9 e 10
Custo benefício(1): 7 e 8
Média: 8,12 e 8,37
Voltaria?: Sim e sim

Serviço:
Rua Dr. Samuel Costa, 198 - Centro Histórico - Paraty - Rio de Janeiro
Telefone: (24) 3371-1725
Site: http://www.restaurantebananadaterra.com.br/
Facebook: Banana da Terra

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Thai Brasil (Paraty-RJ) - 13/11/2014

Depois de uma viagem cansativa, na chuva, chegamos ao restaurante Thai Brasil, em Paraty, já depois das dez da noite. Localizamos sua discreta portinha de entrada, atravessamos seu estreito corredor, e chegamos ao salão, delicadamente decorado pela própria chef alemã Marina Schlaghaufer. Muitos quadros de flores, mesas coloridas, lousas com partes do cardápio escritas à mão, um pequeno quintal com um jardim, e a cozinha, completamente aberta para que os aromas tomem conta do lugar. Embora não seja tão incomum podermos ver os cozinheiros trabalhando, aqui o conceito vai além, já que não há sequer uma parede de vidro, ou qualquer obstáculo parecido. Dá até pra sentar em um balcão ao lado da cozinha, e ali ficar.

 
Chris na entradinha do restaurante
Fê no balcão ao lado da cozinha

Nos sentamos em uma mesa pra dois, recebemos o cardápio, depois ficamos esperando. E esperando. E esperando. Ao longe dava pra ver a garçonete que nos trouxe o cardápio conversando com seus colegas. Diz a Chris, que estava de frente, que um dos funcionários chegou até a ensaiar uma dancinha para os outros. Mas nada de olharem pra gente. E só havia clientes em mais uma mesa. Eu quase me levantei pra ir até lá pedir nossa entrada. Na hora já pensamos "eita, que esse serviço vai levar nota baixa". Já estamos ficando metidos com esse negócio de blog. Pouco depois a moça voltou, pra pegar nosso pedido. Foi simpática. Atenciosa. Nos deu explicações sobre os pratos. Nos demoveu da idéia de pedir uma entrada mais dois pratos principais, porque achou ser exagero. E acabou dando uma subida no nosso conceito.

Pedimos uma long neck da Bohemia (R$ 8,00), que veio em temperatura estúpida. No bom sentido. Como entrada, vieiras grelhadas com manjericão tailandês, cogumelos e macarrão (R$ 45,00). Veja a foto aí abaixo que vai dar pra entender melhor o prato. Vieiras, pra quem não sabe (como nós não sabíamos direito), são moluscos que vivem dentro de conchas. Tipo um marisco. O gosto é bem semelhante , inclusive. O macarrão que veio junto, tailandês, tinha gosto parecido com macarrão de miojo. Mas a mistura era saborosa, e não muito condimentada. Pra acompanhar a entrada pedimos um drink chamado Cai Tai (R$ 20,00), feito com lichia. Prefiro a nossa caipirinha.


As vieiras e a Chris apanhando do hashi

Antes de falar sobre o prato principal, uma explicação: estava rolando em Paraty, durante nossa estadia, um festival chamado Folia Gastronômica, em que o ingrediente homenageado era a mandioca. Cada restaurante participante do festival tinha que criar um prato utilizando a raiz. O cliente que pedisse esta comida ganharia de brinde um prato decorado do festival, feito pela Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança (quem não conhece a associação, clique aqui para saber como funciona).

Pois bem, o Thai Brasil fazia parte do festival, então queríamos garantir nossa lembrança. Pedimos então o peixe vermelho ao molho de pimenta, acompanhado de arroz de jasmim (R$ 75,00). Pois é, nada de mandioca. Depois olhamos o folder que indicava todos os pratos participantes (34 no total), e o Thai Brasil foi o único a não respeitar a regra. O prato tem apresentação simples: o peixe vem inteiro, frito (inclusive eu fui bisbilhotar a cozinha, e cheguei bem na hora em que a cozinheira o colocava na frigideira, em imersão), com um pouco do molho de pimenta por cima, mais uma cumbuquinha de molho ao lado. Acompanha uma porção de arroz de jasmim. Seguindo a dica da garçonete, pedimos outra porção de arroz de jasmim (R$ 8,00). De fato o prato foi suficiente pra nós dois, portanto ponto pro serviço, que jogou contra o próprio patrimônio, mas evitou desperdício. O peixe estava bem gostoso, e como o próprio restaurante colocou na descrição do prato, "a crocante pele contrasta com a carne suculenta". O molhinho de pimenta era picante na medida, acompanhando o sabor do peixe sem acabar com ele. A Chris não gostou do arroz, achou sem sal. Eu já acho que arroz é pra ser assim mesmo. De modo geral, gostamos do prato, até porque era difícil errar com um peixe frito inteiro.

Casal e o peixe ainda inteiro
É, não dá pra dizer que tava ruim...

Para a sobremesa haviam apenas duas opções. Normalmente gostamos quando isso acontece, pra não ficarmos muito na dúvida. As duas envolviam bananas, pra alegria do Feu Pereira (pra quem não conhece o Feu Pereira, meu tio, isto é uma piada, porque o Feu Pereira treme ao ouvir a menção do nome "banana". Ah, e ele escreve o Guia Ranzinza, divertidíssimo, sobre os bares que vai em São Paulo, uma das inspirações para este blog). Pedimos a banana frita com sorvete de creme e raspas de côco (R$ 18,00). Assim, gostoso, e talz, mas né? Um sorvete, com duas bananas fritas e um pouco de coco por cima. Sem acento no lugar errado, por favor. Ah, e um guarda-chuvinha de enfeite! A combinação é boa, eu gostei mais do que a Chris, mas é decerto bem simples, qualquer jacu pode fazer.

Casal e a sobremesa bonitinha


Gostamos muito do ambiente da casa. Os aromas que são liberados pela cozinha fazem a espera ser das mais agradáveis. A decoração também é bonita. A garçonete começou  mal, mas depois se redimiu parcialmente, e chegou até a ensinar a Chris a usar o hashi (os pauzinhos que os orientais usam pra comer). Mas, por conta do festival, acabamos não pedindo alguma especialidade da casa, como o pad thai (macarrão tailandês frito com camarão, legumes e amendoim). Talvez um desses pratos nos encantasse mais do que o peixe vermelho. Eu daria uma segunda chance ao Thai Brasil justamente pra poder experimentar um desses pratos. Mas Chris acha que não valeria uma segunda visita. Na opinião dela o custo-benefício não vale a pena. Mas a experiência tailandesa foi agradável de um modo geral, e nisto ambos concordamos.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 8
Serviço(2): 7 e 8
Entrada(2): 7 e 7
Prato principal(3): 6,5 e 7,5
Sobremesa(2): 5 e 6,5
Custo-benefício(1): 5 e 6
Média: 6,54 e 7,29
Voltaria?: Não e Sim

Obs: Os textos sobre os outros dois restaurantes visitados em Paraty serão postados ao longo da semana, para não empanturrar nosso milhões de leitores.

Serviço:
Rua do Comércio, 308-A - Centro Histórico - Paraty - Rio de Janeiro
Telefone: (24) 3371-2670
Site: http://www.thaibrasil.com.br/

Facebook: Thai Brasil