terça-feira, 7 de julho de 2015

Quisoque Philosofy (São José dos Campos - SP) - 30/06/2015

Quando minha mãe me perguntou onde iríamos jantar, respondi "num restaurante vegetariano". Em verdade eu estava enganado: o Quiosque Philosofy é um restaurante de comida orgânica, o que é bem diferente. Aqui existem proteínas animais, a diferença é a forma como eles são criados, soltos, sem grande interferência humana, e se alimentando de pasto e não de ração. No caso dos vegetais, são cultivados sem uso de produtos químicos, controladores de praga ou coisa parecida.

A bela e rústica fachada

Do lado de fora, uma fachada rústica, com muito verde, tijolinhos à vista e lampiões. Lá dentro, ambiente charmoso, onde chamam a atenção alguns objetos vintage, como uma geladeirinha vermelha e um telefone verde daqueles bem antigos. Há também muitas plantas. O teto não tem forro, então vemos as telhas e a estrutura do telhado. A parede próxima de onde nos sentamos era feita de bambu. Em um quadro negro, a frase "O orgânico transcende o nada! Nada mais é que voltar às raízes. Simples assim!", dando uma boa, e poética, idéia da proposta do lugar. Como nem tudo é perfeito, achei as cadeiras um pouco desconfortáveis, e uma das paredes tinha algumas falhas na pintura.

Chris caminhando, com a geladeirinha vintage ao fundo

Há apenas três opções de entradas. Escolhemos o garlic bread, massa integral crocante assada ao alho e óleo (R$ 19,90). Para acompanhar há 6 opções de antepastos, das quais o cliente pode escolher três. Fomos de pesto, pasta de tahine e queijo branco. Pedimos duas long neck Stella Artois para fazer companhia. Depois de alguma demora, a entrada finalmente chegou, com um visual apetitoso e um cheiro delicioso. E o sabor correspondeu à estética. A massa estava torradinha e muito crocante, e nem precisava dos antepastos para ser ingerida com prazer. Mas para ajudar o pesto estava uma delícia, e o queijinho branco e a pasta de tahine também não fizeram feio. Chris estava no celular com a irmã, mas com sua mão livre não parou de comer. Fez bem, porque se bobeasse eu comeria tudo.

Bonita e gostosa

Entre os pratos principais, há poucas e simples opções no cardápio fixo (bife orgânico à cavalo, massa integral ao sugo, etc), além de algumas saladas, sanduíches e pizzas. Mas o restaurante oferece um menu variável, que muda toda semana, com outras opções mais inventivas, além do menu degustação (R$ 98,60) em que o cliente pode experimentar vários pratos em sequência. Eu e Chris acabamos escolhendo pratos que estavam neste menu variável.

Chris escolheu o Especial do Chef, que vinha com arroz negro, molho de maracujá e salmão, acompanhado de salada (R$ 51,90). A parte do "acompanhado de salada" não rolou muito, a não ser que se considerasse como salada os tufinhos de cenoura e beterraba que enfeitavam o prato. O arroz estava sem sal, e o salmão veio um pouco cru, quase um sashimi. O molho de maracujá era um pouco doce demais. Apesar de tantos defeitos, Chris achou que o todo, na hora em que se colocava tudo junto na boca, não estava tão ruim. A apresentação também era bonita, e a quantidade suficiente para satisfazer sem exagero.

Satisfez, com ressalvas

Eu escolhi o risoto de frutas vermelhas com filé de Saint Peter (R$ 49,90). Assim como em outros pratos do cardápio, neste aqui o grelhado é opcional, e pode ser escolhido entre carne, peixe e frango, com um acréscimo de dez reais no preço final. Em termos de quantidade achei um pouco exagerado, tanto que eu não consegui terminar de comer, enquanto a Chris comeu o dela todo. O peixe estava no ponto certo, mas talvez pudesse ter um pouco mais de sal, para compensar o risoto doce de frutas vermelhas. Este estava interessante, embora o arroz, sem as frutas vermelhas, não tivesse muito gosto. O queijo ralado que veio por cima não resolveu este problema da falta de sal. Aliás, poderia ser substituído por algum ingrediente com alguma crocância. O prato também veio com os tufinhos de cenoura e beterraba de enfeite, o que reforça a tese de que, de fato, esqueceram a salada da Chris. Aliás, pensando em retrospecto, deveríamos ter reclamado. Que dois bestas!

Eu e Woody Allen prontos pro rango

Para a sobremesa também escolhemos um opção que estava no cardápio variável. Um cheesecake de doce de leite e tâmara com calda de framboesa (R$ 11,90). Ainda bem que pedimos um só: o pedaço é gigante! Enfiei a primeira colher na boca achando que seria muito enjoativo, mas me surpreendi com o sabor. Chris no fim das contas acabou achando doce demais, embora tenha comido bastante. Eu, no fim das contas, acabei achando seco demais, acho que a calda de framboesa estava mais para uma geléia. Mas ambos gostamos do sabor, que, no fim das contas (e chega de repetir a expressão) é o que mais importa.

Comemos em dois e ainda sobrou

Falta falar de um item muito importante no cardápio do restaurante: os sucos. São muitas e muitas opções, separados por temas como hangover cures - ou seja, curas para ressaca -, detox, sucos vivos, entre outros. Deve ter pra mais de vinte opções de sucos, um mais diferente que o outro. Me lembro até de um que vinha com biomassa de banana verde! Claro que não poderíamos ir embora sem experimentar algum. Chris pediu o Mundaka (espinafre, maçã, beterraba e cenoura, R$ 10,90). Ela gostou, muito embora tenha achado que a beterraba dominou tudo. Mas ela gosta de beterraba, então valeu. Eu pedi o Kriyá (limão, mel e manjericão, R$ 9,90). Não consegui encontrar o sabor do mel, mas a mistura de manjericão e limão estava muito boa e bem equilibrada.

Nós dois, super naturebas

Durante o tempo que estivemos no local, apenas mais dois clientes entraram no estabelecimento. Deste modo, o serviço esteve quase todo voltado só para nós, e foi bastante satisfatório. Funcionários simpáticos na medida certa, sem demonstrarem enfado. Tiraram algumas dúvidas que tínhamos sobre o cardápio, sem escarnecer de nossa ignorância ao perguntarmos em uníssono "o que é bife orgânico?".

Ainda em relação ao serviço, tivemos um probleminha com o tempo de entrega dos pratos. A entrada demorou bastante para chegar, mesmo se tratando de algo simples - embora delicioso. Até aí tudo bem, já que não estávamos com pressa, e tomávamos nossa cervejinha. O problema foi que o prato principal, que já estava previamente solicitado, chegou muito rápido, quando ainda nem tínhamos terminado direito de comer a entrada. Isto acabou sendo um problema, já que ainda nem tínhamos escolhido o suco para acompanhar nossas refeições, coisa que iríamos fazer no tempo entre a entrada e o prato principal - e as opções eram muitas, como já foi dito.

Apesar de alguns problemas com os pratos principais e com o serviço, tanto eu como a Chris concordamos que o Quiosque Philosofy mereceria uma segunda visita. O custo benefício foi bastante razoável, e sentimos muito carinho e cuidado em todos os aspectos, do ambiente ao serviço. Chris ficou com vontade de experimentar outros itens do cardápio, especialmente alguns sucos, e eu gostei bastante da idéia do cardápio que varia semanalmente,  fornecenedo assim uma excelente desculpa para um retorno. Além do mais, ambos acabamos pedindo peixe, e ficamos sem saber qual a diferença, na prática, entre um bife orgânico e um comum. Pronto, já temos mais de uma desculpa para voltar. Agora é só escolher uma data.

AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):

Ambiente(2): 8 e 8
Serviço(2): 7 e 7,5
Entrada(2): 8 e 8,5
Prato principal(3): 6 e 7
Sobremesa(2): 7,5 e 7,5
Custo-benefício(1): 7 e 8
Média: 7,16 e 7,66
Voltaria?: Sim e sim



Serviço:
Rua Fagundes Varela, 141 - Vila Betânia - São José dos Campos - SP
Telefone: (12) 3921-9224
Site: http://www.quiosquephilosofy.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/qphilosofy?fref=ts