Casal chegando, e sol ainda presente às 19h30 |
Chris observa o belo aquário |
O mesmo senhor calvo nos perguntou se conhecíamos o funcionamento do lugar. Após nossa negativa ele explicou que era sistema self-service, pelo preço de R$ 74,90 por pessoa, podendo se servir quantas vezes quisesse (só faltava não poder, né?), também com direito a um temaki e uma sobremesa para cada. Embora eu já tivesse visto, ao adentrar o ambiente, que havia o sistema self-service, certamente não era o que eu esperava. Mas ele foi bem enfático ao dizer que esse era o sistema da casa, sem nos dar opções, portanto acabei nem perguntando se havia também serviço à la carte.
Fomos nos servir, e percebemos que não havia nem uma plaquinha indicando o que era cada uma daquelas coisinhas estranhas. Sem ofensa, mas são mesmo coisinhas estranhas, oras. Ao menos para ocidentais leigos. Quando vamos a um self-service no dia a dia, tem placa até dizendo "Picadinho de carne". Custa fazer isso em um restaurante japonês? O restaurante parece pensar que quem vai ali sabe de tudo, e isso faz com que ele se pareça com um clube exclusivo. Chato isso. Nos servimos, timidamente, daquilo que conhecíamos, ou do que parecia gostoso, e fomos para a mesa. Na hora de nos servirmos pela segunda vez, pedi a um garçom, de nome Adriano, que nos explicasse o que havia no balcão. Ele foi muito solícito, falou sobre todas as opções, uma por uma (e olha que são bem umas 30), de forma clara e rápida. Então eu perguntei a ele se não tinha ouriço-do-mar entre as opções. Ele disse que tinha, mas só no serviço à la carte. Oi? Então tem à la carte? "Claro, todos os dias", foi a resposta. Ah, carequinha maledeto! Só era calvo e simpático enquanto não tinha feito merda. Falei a Adriano que não tínhamos sido informados disso quando chegamos, e ele disse que sentia muito. De fato, era o que ele poderia fazer, uma vez que já tínhamos comido do self-service.
Antes de entrar no assunto da comida em si, vale falar mais um pouco sobre o serviço do restaurante. Fato é que um self-service de R$ 74,90 por cabeça continua sendo um self-service. Ou seja, se o restaurante estiver cheio, vai ter tumulto em frente ao balcão. E estava cheio. E teve tumulto. E teve problema com o atendimento dos garçons, mesmo que eles estivessem ali só para servir bebidas. Com vários ambientes, Chris acha que precisaria haver mais garçons. De fato, em muitos momentos ficamos moscando, com pratos e copos vazios na mesa, e sem conseguir a atenção de algum deles. Em dado momento parecíamos estar numa churrascaria, tal a barulheira nas mesas próximas, sendo inevitável ouvir a conversa dos que estavam ao nosso lado. Nada da atmosfera zen que esperávamos. Para piorar, tanto o sem-cabelo quanto uma outra moça não serviam, apenas observavam e arrumavam as mesas quando alguém ia embora. Certamente não era a função deles servir mesa, mas é desagradável ver alguns sem fazer nada e outros trabalhando sem parar. Devemos fazer justiça ao garçom Adriano, já citado, certamente o melhor funcionário da casa. Para se ter idéia de seu cuidado, quando já estávamos indo embora ele perguntou se já tínhamos visto o aquário de águas-vivas, que ficava em outro ambiente. Nota dez pro menino. Ah, outro probleminha: temperatura agradável em todos os ambientes, menos no banheiro, que bem poderia ter também um ar-condicionado. Saí de lá suando, mesmo sem ter feito grandes esforços.
Fê e uma visão mais ampla do restô, já começando a encher |
Chris e as muitas opções do self-service metido à besta |
Claro que não experimentamos todas as opções existentes. Mas fizemos um bom apanhado, e posso dizer que comemos muito bem. Mesmo os peixes crus, minha principal lembrança ruim da cozinha oriental, agora me caíram bem, embora eu continue preferindo uma picanha. Toda a parte crua do cardápio ganha muito em sabor quando misturada a um dos molhos oferecidos. Chris continua sem gostar do arroz enrolado com algas e recheado com pepino, um dos tipos de sushis mais famosos, ao menos aqui no Brasil. Depois de já termos comido no self-service, pedimos nossos temakis, que são enrolados de folha de alga em forma de cone, recheadas com arroz de sushi e mais algum ingrediente. No nosso caso, pedimos um de salmão e um de atum. Ambos crus, claro. Chris não gostou, o que nos deu a convicção de que ele não gosta mesmo das algas. Eu comi o meu quase inteiro, embora já estivesse bem satisfeito. É de se comer com as mãos mesmo, porque é muito grande pra comer com os hashis, os famosos "pauzinhos" japoneses (sem duplo sentido nenhum). Aliás, nesse momento já deve ter ficado claro que eu e Chris fizemos toda a refeição com os populares e ocidentais "garfo e faca" mesmo.
Nossos primeiros pratos, feitos meio "às cegas" |
Chris feliz, e no prato o shiso com polvo e pepino, e ao lado o sushi com ovas de peixe-voador |
Casal e seus temakis |
Chris e a Sakerinha |
Fê e sua banana em calda de sorvete |
Não dá pra negar que tudo no restaurante é feito com muito cuidado, e que os ingredientes são de primeira qualidade. Embora não tenhamos parâmetro para comparação, isto fica bem claro tanto no aspecto visual quanto no paladar. Mas todos os problemas de atendimento, mais a "muvuca" que se formou, mais o fator "preço" nos levam à conclusão de que não voltaríamos ao Edo Zushi. Mas provavelmente se você nos perguntasse hoje se nós gostamos de comida japonesa, nossa resposta seria, de maneira geral, que sim. Mas se você emendasse perguntando se gostaríamos de ir comer um sushi, possivelmente diríamos "não dá pra ser uma picanhinha?"
AVALIAÇÕES (Primeira nota da Chris, segunda nota do Fê; ao lado do quesito está o peso dele na média final):
Ambiente(2): 7 e 8 (perde pontos pela zona que estava, vazio talvez fosse 10)
Serviço(2): 6 e 6 (graças ao Adriano)
Prato principal (self-service + temakis)(3): 8 e 8
Sobremesa(2): 4 e 5
Custo-benefício(1): 4 e 6
Média: 6,2 e 6,8
Voltaria?: Não e não (a não ser que o Richard vá com a gente!)
Serviço:
Rua Santa Elza, 250 - Vila Adyana - São José dos Campos - São Paulo
Obs: fica na rua do Gogó da Ema, virando à direita na Av. Adhemar de Barros
Telefone: (12) - 3911-5772
Facebook: Edo Zushi
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